Começo de gestão em Mauá é marcado por ônibus expresso e incerteza sobre ações

Agência Mural

Moradora do jardim Silvia, em Mauá, na Grande São Paulo, a consultora técnica e professora Patricia Alves, 33, ainda não viu ações em seu bairro do novo governo que assumiu no começo do ano. Porém, ela tem notado que, pela cidade, a ‘marca’ da nova gestão está espalhada.

“Acho que querem mostrar serviço e a cara do novo governo. Exemplo disso é que o logo do governo novo está em todo lugar de Mauá, como por exemplo, no centro e nos viadutos”, conta.

O prefeito de Mauá é Átila Jacomussi (PSB), eleito no ano passado. Ex-deputado estadual, após quebrar com dois mandatos seguidos do PT, ele enfrenta o desafio de governar um município com mais de 450 mil habitantes e manteve nos primeiros meses de gestão uma agenda com ida aos bairros para marcar presença, característica presente em outros gestores da Grande São Paulo e também da capital.

Ele intitulou sua gestão como “Um Novo Tempo” e classifica a ida aos bairros como  “Prefeito no seu Bairro”, com objetivo de reunir o governante e os moradores para compartilhar as propostas e o prazo médio para a realização.

A ação pode ser uma tentativa de buscar a confiança nos moradores, em resposta ao receio de que as ações da nova prefeitura serem apenas temporárias. O começo foi marcado pela promessa de limpeza, linhas de ônibus expresso e tentativa de ações na segurança.

Projeto “Pintou Limpeza” nos bairros Sônia e Silvia Maria (Foto: Caio Arruda/PMM)

Foi inaugurado em março o Expresso Mauá  que atende, até o momento, as linhas Guapituba, Primavera, Vila Mercedes (Linha 40); Sertãozinho, Vila Assis, Vila Carlina (Linha 044); Zaíra-Centro (Linha 80). Com o expresso, a redução no tempo médio de viagem é de até 30 minutos e 4 mil usuários são atendidos por dia em cada linha, que liga a periferia ao centro.

“Eu achei a iniciativa ótima, porque realmente poupa tempo de viagem e dá mais uma opção pra quem mora no bairro. Antes era só uma linha, que ligava Jardim Primavera, Vila Mercedes ao centro, mas essa linha antiga passa por vários bairros”, conta a moradora do bairro Vila Mercedes, Gabriela Coelho, 25, que atua com marketing.

Por outro lado, ao contrário do prometido, a passagem do ônibus em Mauá sofreu um reajuste de R$ 3,80 para R$ 4,00 – considerado a menor alteração dentre as outras cidades do Grande ABC. O aumento ocorreu em boa parte da região metropolitana, que tem cobrado tarifas mais caras do que a da capital.

PINTOU LIMPEZA?

Ações de limpeza do município também foi uma aposta nos primeiros dias da gestão. O bairro Vila Mercedes é um dos lugares em que o programa “Pintou Limpeza” passou. Segundo a moradora Gabriela Coelho, foram feitas pinturas das guias, limpezas de entulhos, entre outras.

Além dele, outros bairros já contaram com a ação, como os bairros Jardim Sônia e Silvia Maria. Mas, após um mês já é possível encontrar uma grande quantidade de lixo e entulhos nas calçadas.

“Esperamos que seja contínuo. Nosso medo é que daqui há um ou dois anos, ele pare de fazer as coisas”, desabafa o torneio mecânico Edson Neves, 52 morador do jardim Sônia Maria.

Após um mês da manutenção “Pintou Limpeza”, calçada no bairro Jardim Sônia Maria é depósito de lixo e entulho (Foto: Laiza Lopes)

SEGURANÇA E SAÚDE

A falta de segurança é um dos maiores problemas do bairro Sônia Maria. Os moradores do local, que faz divisa com o município de Santo André e o extremo leste de São Paulo, são alvos de constantes assaltos, roubos de carros e celulares.

Segundo Edson, a única base da Guarda Municipal do bairro não faz uma ronda nas ruas. “Você pode conversar comigo o dia inteiro, não passará uma viatura. Só a base não é a solução, precisamos de policiamento andando no bairro”, afirma.

Uma das propostas do atual prefeito é a implantação do “Bairro Seguro”, que faria uma integração da comunidade com os guardas municipais e policiais militares. Até o momento, ainda não há sinais de quando a ação começará.

Na saúde, segundo relatos dos moradores, apesar de o novo prefeito ter feito uma visita na Unidade Básica de Saúde no Sônia Maria, os usuários sofrem com a falta de remédios básicos, combinado a uma estrutura antiga. Desde a entrada da nova gestão, não há uma gerente na administração do local.

Laiza Lopes é correspondente de Mauá