Em março, Sturm se envolveu em outra polêmica com movimento cultural da zona leste
Antes de ameaçar de agressão um ativista cultural na semana passada, os atritos entre o secretário de cultura André Sturm e movimentos culturais de São Paulo já haviam se tornado uma marca, segundo coletivos que têm buscado garantir recursos para o setor.
Durante a reinauguração da Casa de Cultura do Itaim Paulista, na zona leste, em março, artistas se organizaram e fizeram um manifesto sobre o fato de 43,7% da verba da cultura ter sido congelada, desde o início do ano.
O secretário compareceu ao evento e, segundo os participantes, não quis dialogar com os grupos e foi embora durante a manifestação dos artistas.
“Já que ele estava naquele momento na reabertura da Casa de Cultura, a gente queria ter um diálogo com ele sobre isso [verba], só que antes de terminar as reivindicações, ele fugiu do ato”, conta Wellington Braga, 33, diretor do grupo BatucAfro.
O embate também tomou as redes sociais. Braga conta que questionou uma postagem, com fotos do ato, como se a inauguração tivesse sido ‘às mil maravilhas’. “Ele publicou as fotos. Inclusive uma foto minha. Começamos a questionar que não havia sido como ele falava e em uma das minhas postagens ele falou que eu deveria parar de ‘mamar nas tetas’ do governo, que eu tinha que procurar alguma coisa para fazer”, afirma o diretor.
Após a discussão, Braga afirma que o BatucAfro tem sido perseguido. O grupo trabalha com a cultura popular e afro-brasileira no Itaim Paulista, na zona leste, e foi excluído do programa VAI (Valorização de Iniciativas Culturais). Ele também afirma que o secretário deu ordem para que fossem retirados da Casa de Cultura do Itaim Paulista, onde eles guardam seus instrumentos e utilizam o espaço para algumas ações.
Procurada, a secretaria não se pronunciou sobre o tema.
IMPASSE COM O VAI
Uma carta aberta redigida por representantes da sociedade civil, junto à Comissão de Avaliação e Acompanhamento do Programa VAI II, afirma que houve interferências da pasta na seleção dos contemplados do programa, que financia propostas de até R$ 80 mil.
Cinco projetos, que haviam sido pré-selecionados pela comissão, foram excluídos sob a alegação de que estariam irregulares com o edital de licitação. Porém, representantes dos projetos contestam a justificativa e afirmam que há uma perseguição política por trás das eliminações.
No caso do BatucAfro, eles foram informados de que estavam descumprindo uma exigência do edital. Braga nega e afirma que isso foi apenas uma desculpa para desqualificar a seleção.
“O argumento que eles usaram para tirar o BatucAfro é que os grupos que já foram contemplados uma vez deveriam apresentar cartas e vídeos do ano anterior. Nós não colocamos [na proposta], porém esse item não é critério de eliminação, e sim de avaliação e nós já havíamos sido avaliados”, explica Braga.
OCUPAÇÃO
Na quarta-feira (31), aproximadamente 200 representantes da classe artística ocuparam a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, exigindo a saída do secretário. O grupo deixou o local na noite de quinta (1º).
O protesto ocorreu após o secretário discutir com o agente cultural Gustavo Soares, 25, e ameaçar agredi-lo. No dia seguinte, Sturm pediu desculpas. Gustavo é também correspondente de São Miguel Paulista da Agência Mural.
Em nota, os manifestantes questionaram a ação da pasta e a posição de encerrar a ocupação. “A decisão foi tomada, principalmente, porque os integrantes entendem que precisam defender sua integridade física e conhecem a capacidade de violência do Estado. Elas e eles sairão de cabeça erguida, e continuam lutando pelas suas demandas e pelos pontos colocados na construção da cultura da cidade de São Paulo”, afirmou o grupo em nota.
“Expomos aqui a incapacidade do Secretário Municipal de Cultura, André Sturm, e do Prefeito, João Doria JR, de dialogar. Eles não vão bater na nossa cara de novo, como batem dia após dia em nossas quebradas”.
Thalita Monte Santo é correspondente de Guarulhos
thalitamontesanto.mural@gmail.com
Pois é, mídia comprada distorceu toda a história.
Ainda bem que existe vocês para mudar essa palhaçada! Fora André!! Você não nos representa!
#FORASTURM
#batucafroresiste
O dinheiro gasto com este movimentos deveria ser melhor utilizado em creches, saúde e educação. Segundo a escala de Maslow temos de suprir primeiro as necessidades básicas do ser humano.
Oi???