Bairros disputam campeonato de taco de rua na zona norte
Xô, videogame! Um dos jogos infantis mais populares das décadas de 1970 e 1980 novamente está atraindo praticantes de todas as idades. Até o final de julho, acontece na zona norte o 1º Torneio de Taco de Rua.
Com uma bola pequena (de tênis, por exemplo), tacos (podem ser improvisados com cabos de vassoura) e uma garrafa ou tripé de madeira, a brincadeira fez parte da infância de muitos paulistanos. Disputada ao ar livre, nas ruas e parques da cidade, a modalidade foi resgatada por cinco prefeituras regionais da zona norte, que recebem diferentes fases classificatórias. A final acontece no Estádio Municipal de Beisebol Mie Nishi, no Bom Retiro.
A primeira etapa do torneio, sediada pela prefeitura regional da Vila Maria / Vila Guilherme, aconteceu no último sábado (10), no clube municipal Thomaz Mazzoni. Quarenta duplas participaram dessa fase, nas categorias feminina, masculina e mista, de acordo com a idade. Duas duplas de cada faixa etária se classificaram para a final.
Assim como nas ruas, o torneio é disputado em um campo marcado com dois círculos, um em cada extremidade, que serve como base para as disputas das equipes. As partidas são formadas por duas duplas, a primeira dos rebatedores e a segunda dos lançadores.
Como no beisebol tradicional, os rebatedores ficam à frente das bases e os lançadores se posicionam na parte de trás. A meta do lançador é tentar atingir a base do lado oposto com a bolinha, enquanto o rebatedor faz a proteção. Se o rebatedor atingir a bola, o jogador que a lançou tenta pegá-la, enquanto os dois rebatedores correm para o centro do campo e batem os tacos, ao se encontrar. Nesse caso, para cada batida de tacos, a dupla ganha um ponto. Caso a base seja derrubada pela bola, a dupla lançadora também ganha um ponto e as equipes obrigatoriamente trocam de posição.
Com saudades da época de “brincar na rua”, o motorista de caminhão Oseas Galende, 33, percorreu quase 30 quilômetros para participar do torneio. Morador do Itaim Paulista, na zona leste, ele foi até a Vila Maria “para relembrar a infância e sentir de novo aquela coisa gostosa de poder ficar até mais tarde na rua com os amigos. Apesar das dores no corpo, foi emocionante jogar”, disse.
Ele conta que ficou sabendo da competição por uma rede social. Além de fazer a sua inscrição, Galende trouxe os dois sobrinhos e a cunhada, a dona de casa Patricia Afonso, 38, com quem fez parceria para jogar na categoria dupla mista.
A cunhada jamais havia jogado taco, mas aprovou a experiência. “Não vim para jogar, mas foi divertido. Como nas brincadeiras de antigamente, nós rimos muito”, comentou.
A partida decisiva da categoria mista foi bem disputada, recheada de provocações. Ao final, a dupla da zona leste se classificou para a fase final, no Bom Retiro.
O filho de Patrícia, o jovem Mateus Afonso, 15, revelou que já havia disputado “alguns” jogos de taco nas ruas do Itaim Paulista, mas saiu frustrado da etapa da Vila Maria. Entre muitas risadas, ele contou o motivo: “Eu estava fazendo dupla com o meu irmão, o Pedro, mas no meio do jogo ele desistiu e a gente perdeu. Não sei o que aconteceu. Tomamos um ponto, eu falei pra ele correr atrás da bolinha, mas o Pedro simplesmente tirou o colete e abandonou o jogo.”
Feliz com a classificação em duplas mistas, o motorista Oseas já faz planos de também participar de outra seletiva para tentar uma vaga na final, desta vez na categoria masculina.
24 e 25/06 – Jaçanã/Tremembé
01 e 02/07 – Santana/Tucuruvi
08 e 09/07 – Casa Verde/Cachoeirinha
15 e 16/07 – Freguesia do Ó/Brasilândia
29/07 – Final – Estádio Municipal de Beisebol Mie Nishi – Bom Retiro
Sidney Pereira é correspondente da Vila Maria
sidneypereira.mural@gmail.com