Artesão fabrica réplicas de velocípedes da década de 1860 em Itaquaquecetuba

A partir do sonho de construir a réplica de um velocípede, após assistir a um documentário em que exibia o modelo, o artesão Michel Ferrari, 35, criou sua própria fábrica de réplicas e restaurações. Foi assim que nasceu a Bike Reborn, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo.

Ferrari já tinha estrutura para atividades metalúrgicas há 20 anos onde sempre atuou no conserto de bicicletas, motocicletas e carros. Mesmo assim, fazer o primeiro velocípede foi complicado: ele não imaginava que a fabricação dessa bike seria árdua e demorada.

Conhecida pelos ingleses como penny-farthing, os velocípedes surgiram no final da década de 1860 e receberam esse nome por causa das moedas britânicas penny e farthing: uma bem maior que a outra.

A demora para concluir o projeto se deu principalmente por conta do processo de adaptação do modelo. “Todo o desenvolvimento levou cerca de dois anos para ser concluído. Muito trabalho, erros e acertos até chegar à peça final”, explica.

Como não existem muitas informações sobre a construção e as medidas da bicicleta, a primeira unidade feita por ele ficou tão grande que não era possível pedalar. No segundo protótipo, Ferrari conseguiu ajustar o tamanho e desde 2013 fabrica o modelo para venda.

O artesão customiza a bicicleta de acordo com o gosto do cliente (Divulgação/ Bike Reborn)

“Os brasileiros têm estatura menor do que os europeus, por isso foi natural descobrir que o velocípede teria que ser menor”, revela Ferrari.

A palavra velocípede vem do latim e significa pés rápidos: são clássicos na história das bicicletas por seu sistema de tração movido pelo pedal e sem corrente, o que faz sua identidade visual e prestígio entre os ciclistas serem grandes até hoje.

Sua roda dianteira, que chega a três metros de diâmetro, e a traseira que é bem menor, parte da lógica de que o giro do pedal possa equivaler a um giro da roda. Quanto maior a roda, maior o percurso feito em uma única pedalada.

A fábrica de Ferrari fica num salão que faz parte de um acoplado de oficinas de motos e carros no bairro Vila Virgínia. O valor da bicicleta varia entre R$ 1,5 mil e R$ 1,8 mil e são customizadas de acordo com o gosto do cliente. Numa média anual, Ferrari vende pelo menos uma bicicleta por mês.

Seu público é composto por entusiastas, colecionadores e decoradores, como é o caso do empresário Luiz Antônio Prudêncio, 49, que sempre quis ter um velocípede.

 

Artesão tem um encomenda por mês do modelo (Foto: Divulgação)

Prudêncio conta que desde criança é apaixonado por bicicleta e comprou o item de Ferrari há um ano. “Tive que reaprender a pedalar porque a dirigibilidade é diferente, mas é muito legal”, ressalta.

Além de ser um objeto decorativo em seu local de trabalho, o ciclista dá pequenos passeios com o velocípede no seu bairro, em Cuiabá (MT). “Chama muito a atenção das pessoas e às vezes tenho que parar para tirarem fotos”.

Ferrari também trabalha, ainda hoje, com restaurações de motocicletas, carros e produz o modelo american eagle do velocípede, que tem a roda traseira maior que a dianteira, mas a fabricação e restauração das bicicletas, assim como a restauração de motocicletas são sua maior demanda.

Jéssica Lima é correspondente de Itaquaquecetuba

jessicalima.mural@gmail.com

Comentários

  1. Mais essa roda dianteira e muito pequena….desculpe mas não chega nem perto da replica da ilustrissima PENNY FARTHING…eu levei 6 meses e construi uma replica fiel..ja me ofereceram 8.000 mil reais e nem penso em vender..e uma verdadeira obra de arte..abraços

  2. Oi amigo artezao…eu gostaria de lhe enviar fotos e videos da minha penny Farthing…ela ficou com a rods dianteira com 1.22 de altura e com o garfo montado eo quadro junto total de 1M.e 27cm de altura. Meu what’s..41997138815…abraço..

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