Franco da Rocha realiza primeira parada LGBT
Orgulho, representatividade e respeito foram o lema do 1º Juquery Pride, a primeira Parada do Orgulho LGBT de Franco da Rocha, na Grande São Paulo. O casal Gleicy, 23, e Joice, 19 (que preferiram não falar o sobrenome) participaram e festejaram a realização do evento, no último domingo (23).
“É um símbolo de resistência. Tenho certeza que muita gente não deve ter apoiado essa ideia. Estarmos aqui, num mundo como esse, é importante”, explica ela, que ressalta sofrer dupla opressão por conta da questão racial.
Negra e lésbica, Gleicy diz ter passado por momentos difíceis até assumir sua sexualidade. “Eu sofri muito preconceito de colegas, na rua e, principalmente, da família. Já tive amigos que morreram por conta disso. Fui até ameaçada”, revela.
Segundo a jovem, a Parada LGBT não estava cheia como previa e atribui a baixa adesão ao medo que muitas pessoas ainda têm de assumir a verdadeira orientação sexual. Para ela, isso é resultado da opressão e fobia que silenciam a comunidade LGBT.
“Fico feliz que mais uma cidade esteja levantando essa bandeira, mas, infelizmente, ainda está vazio pela quantidade de gays, lésbicas, bis e trans que, com certeza, existem por aqui. Nós sabemos que é bem maior do que estamos vendo agora”, garante.
Namorada de Gleicy, Joice é biologicamente mulher, mas se vê como homem. Ela relata que já sofreu preconceito por não ser “feminina” ou não estar no padrão imposto pela sociedade. “Fui muito julgada pelo meu modo de vestir, de como sou. Quando cortei o cabelo e me assumi, ouvi muitos comentários ruins. Isso é muito triste”, diz.
EM CIMA DO TRIO
De acordo com a Prefeitura de Franco da Rocha, Juquery já foi o nome da cidade e foi uma forma de batizar a festa e homenagear e resgatar a história local. O evento começou às 13h, com concentração no Centro Cultural Newton Gomes de Sá, encaminhando os participantes, atrás de um trio elétrico, até o Parque Municipal Benedito Bueno de Moraes.
Durante o trajeto, o trio foi palco para shows de DJs, apresentações de gogoboys e de representantes de movimentos LGBT. A festa terminou às 20h.
Segundo Valéria Rodrigues, uma das organizadoras, a maioria da população de Franco da Rocha, infelizmente, ainda é extremamente fechada, com religiosidade extrema e altamente conservadora.
“Fizemos uma série de reuniões de organização, e me foi dito que era tudo o que a cidade precisava. Fui muito bem recebida pela prefeitura de Franco da Rocha”, conta ela, que também presidia o Instituto Nice, que se encarregou da infraestrutura do evento em parceria com a prefeitura. A organização promove ações voltadas a mulheres transexuais, travestis e homens trans em todo o país.
“A cidade precisa respeitar as cores, crenças, identidades de gênero, orientações sexuais e individualidades de cada um”, finaliza Valéria.
Anna Laura Moura é correspondente de Franco da Rocha
annalauramoura.mural@gmail.com
Meu Deus que orgulho amiga!! #lovewins
Parabéns pela iniciativa de respeito por todas as formas de afeto levada para Franco da Rocha! Cada conquista vale por mil! 🙂
Parabéns vcs são máximos .. que a cidade cresce muito mais com ajuda de todos ..
Essa será a primeira e última!
Já tem data a segunda fofinha kkkk22 de julho de 2018 chora monamour