Estudantes da Unifesp cobram reforço na iluminação ao redor do campus em Guarulhos
Há mais de um ano, estudantes da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), em Guarulhos, na Grande São Paulo, convivem com a sensação de insegurança devido à precária iluminação pública nas imediações do campus.
O problema ocorre na EFLCH (Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), localizada no jardim Nova Cidade, na região dos Pimentas. Inaugurada em 2007, a unidade chegou a ser transferida para o centro da cidade, após paralisação de estudantes e professores reivindicando melhorias nas instalações, em 2012.
Concluídas as reformas, a faculdade retornou ao Pimentas em 2016. Desde então, os estudantes se queixam da falta de iluminação no trajeto que percorrem diariamente dos pontos de ônibus até a universidade, na Estrada do Caminho Velho, e em outras ruas ao redor, como a Noraldino Alves.
“O ponto onde passam os ônibus pro metrô Armênia é muito escuro e isolado. A pouca iluminação que tem vem do terminal [Pimentas] ou da avenida [Juscelino Kubitschek de Oliveira]. Tenho muito medo de ficar lá, sempre fico tensa ao esperar o ônibus”, relata Elengessica do Nascimento, 26, aluna do curso de letras.
Os estudantes relatam, nas redes sociais, casos de assaltos e até desistências de cursos por causa da situação do campus. A direção acadêmica enviou um e-mail geral, em outubro de 2016, notificando que tomaria providências. Contudo, o problema não foi resolvido.
Uma ex-aluna, que não quis se identificar, conta que trancou o curso de letras no quinto semestre. “Frequentava a Unifesp no centro, mas, com o retorno aos Pimentas, não pude mais ir. Li coisas a respeito do local, mas fui no primeiro dia. Estava muito escuro e, como já tenho histórico de pânico e ansiedade, não tive coragem de descer do carro”, lembra.
Para o aluno de filosofia Miller Teodoro, 24, além de solucionar os problemas de infraestrutura e segurança, a universidade deve buscar integração com a periferia. “Temos que repensar nosso papel ali. Nosso campus fica no coração da ‘quebrada’, e a maioria dos jovens que moram perto da faculdade não sabe nem pra que serve o Enem. Quem comete esses crimes vê o nosso campus como um invasor”, opina.
Moradores da comunidade dos Pimentas também mostram preocupação . “É um trecho onde é obrigatório ter iluminação reforçada. Além da universidade, tem o terminal e o CEU, o fluxo de pessoas é grande. O bairro está crescendo e eles [o governo] não veem que isso é prioridade”, comenta Raphael Nakiri, 28, comerciante e morador da região.
Nikiri conta que o comércio é afetado pela falta de serviços públicos, o que também foi apontado por outros comerciantes. “Nós perdemos clientes. Muitos vão embora cedo, têm receio de ficar por aqui até mais tarde por medo de assaltos”.
PREFEITURA
Procurada pelo Mural, a Unifesp informou que organizou, em março do ano passado, uma reunião com o vice-prefeito Alexandre Zeitune (Rede) – que visitou o campus e observou as demandas. Também foi solicitada uma reunião com o prefeito, Guti (PSB), mas não há previsão.
A Unifesp se reuniu com o Conselho de Segurança dos Pimentas e o secretário de Transportes, Giuliano Locanto, afirmou que a falta de iluminação do terminal se devia a problemas com a licitação de contrato, já que a empresa que faz a manutenção é terceirizada.
O Departamento de Iluminação Pública da Secretaria de Obras da Prefeitura de Guarulhos informa que realizou vistoria e constatou que a situação é ocasionada pela deterioração das luminárias que serão substituídas. Também afirma que está sendo elaborado um projeto para remodelagem da iluminação nas imediações da universidade.
Tamires Tavares é correspondente de Guarulhos
tamirestavares.mural@gmail.com
OTIMA REPORTAGEM !!
QUE AS AUTORIDADES TOMEM PROVIDENCIAS