Após obra da prefeitura, avenida em São Miguel Paulista ameaça desabar
Eduardo Silva
Há três meses, moradores de uma avenida em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, convivem com uma parte da via que está cedendo e caindo dentro do Córrego Limoeiro. A situação é uma consequência das enchentes que são comuns no bairro, mas começou após uma obra da prefeitura no local.
“Aqui tinha uma ponte de madeira que caiu depois de uma enchente, então uma nova ponte de ferro foi colocada no lugar, mas, depois disso, a margem do córrego começou a ceder”, conta Jaciara Batista, 29, que mora em frente à parte da via que está caindo e se queixa dos transtornos causados.
Após a construção da passagem de ferro, foram instalados alguns tubos no córrego para evitar que ele desabasse. O serviço, entretanto, não foi finalizado. Jaciara conta que entrou em contato com a prefeitura para pedir o acabamento da obra, mas que até o momento nada foi resolvido. “Eles falam que estão com o projeto para arrumar a avenida, mas que não têm verba para isso. Outras vezes, dizem que o córrego já foi canalizado e não podem fazer mais nada”, afirma.
O prefeito regional de São Miguel Paulista, Edson Marques, 61, confirma que está aguardando recursos financeiros para a contenção da margem do córrego, mas informa que está ciente da situação e vem trabalhando com engenheiros para resolver o problema.
“É uma obra grande que não é a prefeitura regional que realiza, mas somos totalmente a favor de canalizar o córrego e estamos na luta para ter a verba necessária para isso”, comenta Marques, acrescentando que uma das alternativas é viabilizar recursos do Ministério das Cidades.
Enquanto isso, quando chove, o cenário piora e preocupa outros moradores. Regiane Xavier, 46, conta que ela e o marido passaram a ter receio de sair com o carro da garagem, pois a via não oferece mais segurança para que os veículos passem por lá. “Até mesmo o caminhão do lixo parou de passar aqui por medo de cair no córrego”, comenta.
A força da água das enchentes contribui para que as margens do córrego desabem mais um pouco a cada nova chuva. Quando o esgoto e as tubulações da Rua Arraial de Santa Bárbara, logo acima, estão comprometidos, a água desce pela escada que liga as duas ruas e leva direto para a parte que está “desbarrancando”.
Regiane e sua mãe, Risalva Maria, 66, contam que sofrem com a sujeira e a presença de ratos e baratas que resultam dessa situação. “As casas daqui não estão preparadas para isso”, ressalta Risalva. “O que a gente queria é que a prefeitura terminasse a obra, pelo menos. Mas de uma maneira mais reforçada para que não prejudicasse ninguém e também evitasse as enchentes”, completa Regiane.
Eduardo Silva é correspondente de São Miguel Paulista
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