Mogi das Cruzes faz primeira parada LGBT com show de drag queens
Jéssica Silva
Neste domingo (29), a cidade de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, realiza a primeira Parada do Orgulho LGBT e entre os eventos principais está a apresentação de drag queens da região, no fechamento do evento.
As performances musicais serão de Sash Knowles e de Kinberly Fly, na Avenida Cívica. As duas venceram o primeiro concurso Drag Queen Mogiana, realizado após uma mobilização de artistas da cidade.
Idealizado por Tiffany Brandão, artista drag há cinco anos, a ideia de realizar o concurso surgiu em uma brincadeira de carnaval em 2014, com a criação do grupo “Arco Ires”, formado por 12 drag queens de Mogi.
O grupo criou o concurso Miss Relicários que acontecia em uma casa de shows na região, até que o local foi fechado.Foi então que Tiffany conheceu o Fórum Mogiano LGBT e a partir daí surgiu a ideia da criar a competição.
“É muito importante um evento assim nessa cidade, pois a arte drag queen precisa ser conhecida”, afirma. “Além de abrir portas para o trabalho artístico das drag queens, muitas vezes, acaba com o preconceito na nossa sociedade. Lutamos pelos nossos direitos, é um grito de amor, paz e respeito.”
CONCURSO
O concurso Drag Queen Mogiana foi realizado no Centro Cultural de Mogi, onde houve apresentações conduzidas pelas mestras de cerimônia Miss Tragô do Acre e Antonieta Salt.
Cada candidata recebeu um número para se apresentar em sequência e cada jurado recebeu uma planilha de avaliação com notas de 5 a 10 para quesitos como postura, desenvoltura na apresentação, maquiagem, performance, figurino e criatividade.
O título de Embaixadora da 1ª Parada do Orgulho LGBT de Mogi das Cruzes ficou para a Drag Sash Knowles seguida por Kinberly Fly com o título de Drag Revelação.
Uma das participantes foi Rebeca Uber, 25, que veio de Guarulhos para a disputa. Ela conta que começou a se vestir de drag durante uma brincadeira no trabalho, em que os homens tinham que se vestir de mulher e as mulheres se vestiam de homens. Foi então que começou a se vestir profissionalmente.
“Aqui a gente está mostrando que drag, transformista, não é bagunça. Cada um tem a sua arte, há dois anos eu nunca pensei em me vestir de mulher, e hoje participar de um concurso é uma grande conquista pra mim”, diz.
O estudante Patrick Kaliel, 17, e sua mãe Patrícia Mariana, 35, foram prestigiar o concurso juntos. Os dois disseram que o evento foi bem organizado, mas que falta conhecimento do público para que essas atividades aconteçam com mais frequência. “O que mais me chamou a atenção foram as apresentações, conheci muita gente de outras cidades e até mesmo pessoas de Mogi que eu não conhecia”, diz Patrick.
“Aqui é um espaço de cultura e deve ter todo o tipo de cultura incluído a LGBT e não há mais cultura LGBT do que uma drag vestida num palco”, afirma Geh Santos, 32, um dos jurados do concurso.
A programação da Parada LGBT de Mogi das Cruzes começa às 10h com shows musicais. As drags vão se apresentar a partir das 17h.
Jéssica Silva é correspondente de Mogi das Cruzes
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