Muro caído em escola há oito meses preocupa moradores da Jova Rural
Aline Kátia Melo
Em 21 de dezembro de 2017, uma árvore caiu na rua Alfeu de Alcântara Monteiro e derrubou o muro da escola estadual Gustavo Barroso, na Jova Rural, zona norte de São Paulo. Oito meses depois, o local ainda não foi arrumado e tem preocupado moradores do bairro.
A contadora Rosângela Reis, 37, protocolou reclamações sobre a queda da estrutura na secretaria estadual de Educação de São Paulo e no Ministério Público estadual. “Este muro apresenta um risco para os estudantes e também para os pedestres”, afirma.
Em 23 de maio, ela recebeu uma resposta da Ouvidoria da SEESP (Secretaria da Educação do Estado de São Paulo), com um relatório emitido pela Diretoria de Ensino Região Norte 2. “Por ser o muro um serviço estrutural, houve a vistoria e encontra-se em fase de contratação/licitação dos serviços, devendo ser aguardado os procedimentos legais”, diz o texto.
Porém, ainda não houve reparos. Ainda segundo a resposta, a escola e a APM (Associação de Pais e Mestres) não possuem recursos financeiros para solucionar o problema.
“Me preocupo muito, não só com a segurança pelo muro, mas pelo mato em volta da escola e a falta de iluminação na saída. Pego meu filho todos os dias porque tenho medo. Há brigas frequentemente, sem contar a falta de professores”, diz a ajudante de cozinha Simony Paiva, 32, mãe de um aluno.
Em março, o barbeiro Ewerton Grana, 35, mais conhecido como Guri Grana, publicou uma foto do muro quebrado em uma rede social.
“Vão esperar que esse muro caia na cabeça de seus filhos para depois tomar alguma iniciativa? Será mesmo que eles têm algum tipo de preocupação com os menores que ali estudam?”, dizia na publicação.
A foto teve 258 reações, 137 comentários e 502 compartilhamentos. Ewerton foi aluno da escola. “Amanhã meu filho pode estudar lá e um acidente poderia acontecer com ele. Fiz a postagem para ver se repercutia, mas infelizmente até agora não deu nada”, desabafa.
O motorista Vagner Bruno Diniz, 29, também fotografou e compartilhou a situação do colégio. Ele tem uma sobrinha que estuda na unidade. “Vão esperar o muro cair na cabeça de uma criança para tomar uma providência?”, questiona.
A secretaria Estadual de Educação informou nesta terça-feira (4) que uma empresa foi contratada e que a previsão é que o reparo seja feito a partir de segunda-feira (10).
SEM ATENÇÃO
Quem vive na região está acostumado com o clima de atraso e abandono em locais públicos. Ao lado da escola, a obra da UBS Jova Rural completou dois anos de atraso.
Na rua da frente, a Ari da Rocha Miranda, está localizado a arena grega sem uso do CIC (Centro de Integração a Cidadania) Norte.
Aline Kátia Melo é correspondente da Jova Rural
alinekatia@agenciamural.org.br