Calçada desmorona e rua em Cidade Tiradentes tem interdição há oito meses
Giacomo Vicenzo
Há oito meses, moradores da rua Barão Carvalho do Amparo estão em estado de tensão em Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo. Em uma noite de domingo, pessoas retiraram com um trator e um caminhão uma quantidade de terra que ficava ao lado da via.
O material retirado junto da Avenida Rageb Chohfi sustentava parte da rampa, que começou a ceder.
“Recebi de um morador via Whatsapp informando que a subprefeitura estava realizando um serviço e estava comprometendo o barranco e dificultando o trânsito. Pedi que ele me enviasse fotos e identifiquei que era algo ilegal”, lembra o subprefeito do bairro Oziel Souza.
Agentes da Defesa Civil foram até a rua e interditaram uma das faixas. Os condutores do trator e do caminhão fugiram e não foram identificados.
Passados oito meses, a rua estreita mantém uma das faixas interditadas e uma parte da calçada desmoronou.
“Depois de umas duas semanas que roubaram a terra, a calçada caiu e está piorando. Não para de quebrar, agora tem rachaduras no asfalto. A rua está cedendo aos poucos. Eu fico preocupado, nem atravesso mais. Ninguém passa do lado afetado”, afirma o estudante Alexsandro Cabral, 19, que mora em frente ao local em que a terra foi retirada.
Ele reclama da falta de informação sobre o que irá ser feito. “Não passaram nem nas casas avisando. Colocaram essas pedras para interditar e não vieram falar com a gente que mora bem de frente. Me preocupo sempre que chove, a água escoa no buraco e leva mais barro, capaz até de cair esse pedaço da rua”, exclama.
Questionado, o engenheiro Ilídio Augusto Lopes, 69, coordenador de obras da subprefeitura da Cidade Tiradentes informou que a equipe de zeladoria se prepara para uma intervenção provisória entre dezembro e janeiro para que a faixa interditada não corra o risco de desabar.
Mas admite que as chuvas podem trazer problemas maiores. “Hoje não há risco de vítimas, mas a situação é uma, amanhã pode mudar, principalmente com chuvas muito fortes a erosão pode aumentar e por isso queremos fazer uma obra provisória para que isso não se altere, até termos uma obra definitiva”.
A obra provisória consiste na contenção com taludes, uma mureta de 700 cm de altura e recompor parte do local afetado com concreto. O reparo definitivo da rua ainda depende dos trâmites burocráticos.
“A solicitação foi feita à Secretária das Subprefeituras de São Paulo e aguarda a aprovação para abertura da licitação. Para qualquer tipo de prestação de serviço devemos fazer uma licitação, abrir concorrência pública e cada empresa apresentar o seu orçamento, isso leva tempo nas esferas públicas”, explica Ilídio.
Giacomo Vicenzo é correspondente de Cidade Tiradentes
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