Avenida de Cidade Tiradentes tem falhas em sinalização e preocupa motoristas
Giacomo Vicenzo
Com quase 6 km de extensão, a avenida Inácio Monteiro circunda quase todo o distrito de Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo.
Foi nela que o eletricista Felipe dos Santos Alves, 29, se acidentou em 2018. Ele carrega os danos físicos até hoje e atribui o problema a falta de pintura das lombadas.
“Perdi o controle do veículo e invadi a contramão colidindo com uma moto. O carro rodou e bateu no poste, foi perda total. O motociclista também se machucou”, lembra Alves, que afirma sentir dores de cabeça constantes após o ocorrido.
A via liga o bairro vizinho de Guaianases até o Sítio Conceição, já em Cidade Tiradentes. Até a altura do número 965 da avenida Inácio Monteiro existe sinalização. As lombadas são pintadas, há placas de velocidade e faixas de pedestres visíveis.
A medida que se avança no sentido Sítio Conceição, a avenida perde a faixa contínua, as tartarugas (tachões amarelos usados para separar as pistas) e quase toda comunicação de trânsito desaparece por completo.
O eletricista afirma que já foram realizados diversos pedidos à Prefeitura para que o local fosse sinalizado, mas que nada foi feito.
“Houve um tempo que tinha sinalização, ao menos nas lombadas. Mas faz cerca de cinco anos que não tem mais nada. De fim de semana tem muitos acidentes por aqui”, reclama. Ele ainda não terminou de pagar o financiamento do carro danificado e sem seguro.
DESIGUALDADE NAS PLACAS
Quem também reclama da falta de sinalização é o advogado Aluísio Campos Damasceno, 38, que se mudou recentemente para o distrito do Butantã, na zona oeste, após viver boa parte da vida no Sitio Conceição em Cidade Tiradentes.
“Trabalhando e morando no Butantã, vejo que nada parecido acontece por aqui. Tudo é bem sinalizado, têm ruas com placas em todos os postes e na Cidade Tiradentes não há nem placas que indicam o caminho para o Centro de Formação Cultural”, compara Campos, citando um dos maiores equipamentos culturais do distrito.
Aluísio também reclama dos buracos e irregularidades. Insatisfeito com o problema, ele fez um pedido via Lei de Acesso à Informação para comparar o volume de serviços entre a rua do bairro em que morava e a que hoje trabalha.
“Perguntei quantas vezes a avenida Corifeu de Azevedo Marques foi recapeada em 10 anos, e quantas vezes a Inácio Monteiro foi recapeada. Depois de muito tempo responderam dizendo que não tinham esses dados e mais nada”, lamenta Aluísio.
O advogado também teve o para-choque do carro danificado na Avenida Inácio Monteiro ao passar por uma lombada sem sinalização. “Além da falta faixas e placas também há buracos”, comenta.
Apesar de Aluísio ter se mudado para o Butantã, ele continua a frequentar Cidade Tiradentes, onde vivem os familiares.
“Eu quase fui atropelado recentemente na Rua Carlos Antônio Mingues Lopes, perto do número 1527. Há muitos comércios e movimentação grande. As faixas de pedestres estão apagadas e não há semáforos”, lembra Aluísio.
À ESPERA
Questionada, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) enviou nota à reportagem informando que está programada a implantação de projeto de sinalização, com a pintura de mais de 20 lombadas na avenida Inácio Monteiro. Diz que na rua Antônio Carlos Mingues Lopes, 1527, haverá projeto de sinalização de faixas de pedestres e de velocidade.
A CET afirma ainda que os serviços devem ser executados em março.
Até a data de publicação desta reportagem Aluísio diz que notou a repintura das faixas no trecho citado na Rua Antônio Carlos Mingues Lopes, mas que pontos críticos nas proximidades de uma escola na Avenida Inácio Monteiro ainda continuam sem nenhuma sinalização.
“Refizeram as faixas. Porém a sinalização das lombadas e das faixas na frente do posto de saúde e da E.E. Oswaldo Gagliard, continuam faltantes na Av. Inácio Monteiro. O certo seria ter um semáforo, sem é muito perigoso”, diz Aluísio.
Giacomo Vicenzo é correspondente de Cidade Tiradentes
giacomovicenzo@agenciamural.org.br
VEJA TAMBÉM:
Calçada desmorona e rua em Cidade Tiradentes tem interdição há oito meses
Cidade Tiradentes: o que havia antes de surgir a maior cohab de SP