Chegada de haitianos muda a rotina de Guaianases
“Eu já estou aqui e quero ficar. Gosto dos vizinhos”. A fala é do haitiano José Jonas, 29, que mora com sua família há um ano e quatro meses em Guaianases, na zona leste.
Segundo a prefeitura de São Paulo, oito mil haitianos moram na capital. Em Guaianases é possível ver mudanças, como encontros com música entre os imigrantes e comércios com a fachada em inglês.
Jonas chegou a São Paulo no ano passado juntamente com amigos e a esposa Madalena, com quem está casado há dois anos. “Vim por meio da embaixada do Brasil no Haiti. Peguei visto. Comprei um bilhete pra vir pra cá”. O motivo da vinda foi a situação precária em que se encontra o país da América Central, depois do terremoto que atingiu a região em 2010.
A falta de emprego foi outro aspecto que o motivou a mudar de país. No Haiti, Jonas era professor de língua francesa e inglesa para crianças do ensino fundamental. Agora, na zona leste, faz um curso em Itaquera para aprender a falar português e trabalha na construção civil.
Grande parte dos haitianos mora de aluguel no bairro e é recrutada para trabalhos braçais em empregos temporários de grandes empresas do ramo. Apesar do trabalho, a questão dos direitos ainda não é respeitada pelos empregadores. “Estava trabalhando em uma obra e até agora não recebi o fundo de garantia e seguro desemprego – trabalhei lá por cinco meses”, relembra.
Hoje ele trabalha em Jandira, na Grande São Paulo. “Saio 4h40 e volto depois das 19h”. Aos domingos, ele vai a igreja Batista que também se adaptou a chegada dos estrangeiros. “Tem bastante haitiano de manhã e a noite tem brasileiro e haitiano misturado. De manhã, fala creole e de noite é português”, conta.
Depois da chegada ao Brasil, o primeiro passo é regularizar a situação. Jonas conseguiu o visto apenas depois que sua esposa Madalena engravidou. A menina Josi Marrie está com três meses e é brasileira. Ao nascer, trouxe este direito aos pais.
COMÉRCIO
Além do trabalho braçal, os haitianos têm uma participação intensa no comércio de Guaianases e levaram a abertura de algumas lojas, lan houses e bares. Jac-ssone Pinquieri chegou com a família há três anos e afirma que só conseguiu abrir o salão de cabeleireiro por conta do preço. “É mais barato pra alugar as coisas aqui”. O espaço é o resultado de sua parceria com o nigeriano Chinedy Toyot, 42.
“Aqui está bom, caminho sem problemas”, afirma sobre o bairro. Porém, ele sente que faltam equipamentos públicos como praças e museus. Pinquieri costuma levar as crianças para brincar no Parque Chico Mendes, o mais próximo dali.
Apesar de gostar do Brasil, a ideia é retornar ao Haiti, quando as coisas melhorarem. “Em qualquer parte do mundo existe imigrante. Tem brasileiro que estuda em meu país, trabalha e faz várias coisas lá. Tem muita gente daqui que mora lá”, finaliza.
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Lucas Veloso, 20, é correspondente de Guaianases
lucasveloso.mural@gmail.com
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o BRASIL NÃO PODE RECEBER ESTRANGEIRO SEM VISTO PRÉVIAMENTE RECEBIDO PELO IMIGRANTE. dE POBRES O PAIS JÁ ESTA CHEIO E ESTE GOVERNO SEM VERGONHA ESTA AUMENTANDO ESTE PESSOAL. QUEM VAI SUSTENTAR ESTA GENTE. SE A IGREJA DEFENDE ESTE PROCEDIMENTO QUE ELA ARQUE COM OS CUSTO DESTE PESSOAL. MOREI FORA POR 12 ANOS E QUALQUER ILEGAL VOLTAVA PARA SEU PAÍS NA HORA QUANDO FURASSE A FRONTEIRA DO BRASIL.
CHEGA DE IMUNDICE DESTE GOVERNO. NÃO QUERO SUSTENTAR ESTE PESOAL.
Caro João, vc fala assim porque não precisa fugir da Guerra, se estão ilegal no Brasil, agora cabe as autoridades competentes averiguar cada caso e tomar as decisões corretas. Não seja preconceituoso.
João, você não tem noção da besteira que falou. Eles não vem pra cá passear, se liga na sua opinião preconceituosa e vai estudar!