Ponte interditada na Vila Japão causa transtornos em Itaquaquecetuba
A interdição no acesso à Rua Santa Rita de Cássia, na Vila Japão, tem prejudicado a quem mora ou trafega pela cidade de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo.
Localizada às margens da Rodovia Ayrton Senna e com passagem do Rio Tietê por baixo, a ponte interditada, desde o dia 4/3, é uma obra antiga com uma tubulação que não suportou as chuvas e o desgaste do asfalto.
“No dia 26 de dezembro choveu forte e a ponte começou a cair. A prefeitura interditou uma parte e o acesso foi feito por uma pista só, mas no fim de fevereiro caiu mais um pedaço e tiveram que interditar a via toda”, explica o morador da Vila Japão, Claudomir Matias, 51.
O trecho da ponte que ainda restava foi retirado e no local foi improvisada uma passarela para pedestres, bicicletas e motos.
A via dá acesso a Estrada de Santa Isabel, ao centro comercial e a Rodovia Ayrton Senna. No sentido oposto, a passagem leva a Estrada Bonsucesso e a bairros como Jardim Viana, Jardim Paineira, O Pequeno Coração e Parque Piratininga.
Os moradores desses bairros distantes do centro foram os mais afetados, já que as quatro linhas de ônibus que circulam por eles fazem itinerário pela Vila Japão e foram desviadas pela Vila Maria Augusta.
“Só que uma parte da [Vila] Maria Augusta, além de alagada, está cheia de buracos no asfalto e por isso [os veículos] estão dando a volta por trás da E.E. Amália Maria Dos Santos”, conta Claudomir. Para evitar mais atrasos, os coletivos e os caminhões passam por dentro da água.
O estudante Alan Ramos, 23, vai à Fatec de Itaquaquecetuba de linha 11-Corredor, que teve o percurso alterado. “O trajeto que era de 40 minutos agora chega a durar mais de 1h e toda vez que o ônibus passa pelo ponto alagado na [Vila] Maria Augusta parece que vai tombar”.
Com as chuvas do último dia 10 que castigaram a Grande São Paulo, moradores de alguns bairros da cidade, como da Vila Maria Augusta e da Vila Japão, tiveram suas casas invadidas pela água.
As linhas de ônibus que passavam pela Vila Maria Augusta tiveram o trajeto alterado pelo Jardim Maragogipe. O nível da água abaixou, mas o ponto alagado da Vila Maria Augusta persiste e o itinerário continua sendo feito pelos dois locais.
“Depois que a ponte caiu, o pessoal que mora próximo ao Rio Tietê reclama que a água está vindo com mais força”, conta a dona de casa e moradora da Vila Japão, Patrícia Fonseca, 29. Ela foi uma das vítimas da enchente e perdeu o carro e alguns móveis.
Segundo a Prefeitura Municipal de Itaquaquecetuba, a previsão para reconstruir a ponte era de 30 dias, caso as chuvas não atrapalhassem, em nota ao Mural no dia 10. No entanto, no mesmo dia chuvas fortes atingiram a região e causaram mais estragos. Hoje a prefeitura disse que a previsão agora é a primeira quinzena de maio. A estimativa do valor a ser gasto é de R$ 50 mil.
A pasta explicou que “deu início a um desvio do curso de córrego e o bombeamento para reduzir o volume de água e, assim que possível, fazer a obra no local”, mas que a chuva tem dificultado. Quando o nível do córrego estiver dentro do ideal, o objetivo é que se coloquem aduelas e reconstruam a passagem.
Sobre o trecho alagado na Vila Maria Augusta, “o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) irá fazer o desassoreamento do rio em toda sua extensão em Itaquaquecetuba, minimizando os problemas de alagamentos em toda a região”, diz a nota. Eles aguardam a liberação da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) para começar.
Em relação aos buracos no asfalto, a nota diz que equipes de tapa buraco serão deslocadas ao bairro para manutenção das vias e os bueiros passarão por limpeza, mas que os serviços dependem das condições climáticas para que sejam feitos com qualidade, sem desperdício de material e dinheiro público.
Jéssica Lima, 23, é correspondente de Itaquaquecetuba
jessicalima.mural@gmail.com
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