Correspondentes do Mural falam sobre o transporte em diversas regiões de SP
Os correspondentes do Blog Mural comentam abaixo como é o sistema de ônibus, trens e metrô em seus bairros. Os textos foram separados de acordo com a divisão da SPTrans, que separa os ônibus em oito regiões, com empresas e cores diferentes.
Noroeste
(Área 1 – verde claro)
Por Jéssica Moreira, de Perus
Todo dia eles fazem tudo igual. Um ônibus lotado às 6h da manhã, um trem apertado e um metrô transbordando. Do lado de cá da fronteira, em Perus, a situação não é diferente. É cotovelada na cara, é gente caindo nos vãos largos entre o trem e a plataforma, é a dignidade sendo esmagada. Todos os dias, motoristas desmotivados pelo baixo salário correm com os ônibus como se levassem cavalos. É a senhora que cai na escada, é a mãe que aperta a criança em seus braços para a proteger. Amanhã tem prova, sento no solo do trem para estudar, o guarda se aproxima e diz que não tenho direito àquele pedaço de chão. No ônibus, vou sentada no motor, tentando ler algumas linhas, mas o quente do espaço me impede de se concentrar.
Norte
(Área 2 – azul escuro)
Por Aline Kátia Melo, da Jova Rural
Moro no bairro da Jova Rural desde 1998 e já vi a construção e a ocupação de vários prédios da CDHU, mas as linhas de ônibus não acompanharam o crescimento do número de moradores e permanecem as mesmas. As opções são a Jova Rural – Tietê (1702, com ônibus comuns) e a Jova Rural – Santana (1701, com lotações), que passam pelo bairro, mas partem do Jardim Felicidade, de onde já saem lotadas. Ambas recebem mais passageiros no Jaçanã e a maioria deles só desembarca na estação Tucuruvi. Pelo jeito, vai continuar sendo comum ouvir os apelos dos cobradores, que sempre pedem mais um passinho para o fundo em veículos onde não há mais espaço para se movimentar.
Leste
(Área 3 – amarelo)
Por Cacau Ras, de São Miguel Paulista
Pegar o ônibus até a estação pela manhã no Itaim Paulista é como se sentir enlatado. Apesar das diversas opções, os micro-ônibus passam lotados e é preciso esperar três ou quatro deles para poder embarcar. Ao chegar na estação da CPTM, a entrada nos trens é marcada pelo empurra-empurra, que quase sempre termina em confusão. Contudo, os vagões estão todos bem limpos e novos. Com a criação da linha 4-Amarela, deixei de levar três horas para chegar na avenida Paulista e hoje faço em uma hora e dez minutos. Pago os R$ 3,20 sem reclamar pois melhorou muito, apesar da nova estrutura já não atender à demanda.
Leste
(Área 4 – vermelho)
Por Simone Freire, de Cidade Tiradentes
Em Cidade Tiradentes, a regra é sempre a mesma: se você quer ir ao centro saia de casa, pelo menos, com duas horas de antecedência. Utilizo o transporte público desde 2007 e, sem dúvida, não vejo melhoria em nada. Somos mais de 250 mil habitantes, moramos a 35 quilômetros do centro e ainda levamos de 40 a 70 minutos – isso em horário de pico – só para chegar ao metrô Itaquera ou à estação de Guaianazes. Ainda esperamos pelo tão prometido metrô que nunca chega.
Sul
(Área 6 – azul claro)
Por Semayat Oliveira, de Cidade Ademar
Seja micro ou ônibus tradicional, encontrar lugares vazios neles para sair ou chegar ao Jardim Miriam, que faz divisa com Diadema, é missão quase impossível. Esperar, em média, 20 minutos, já está no planejamento. O risco do ônibus não parar por já ter ultrapassado a lotação é comum. Um veículo passar direto por pura falta de vontade também. “Ah, tem que sair mais cedo de casa”, já cansei de ouvir em conversas. Ser fechado na porta, viajar nas escadas e se ajeitar para que mais pessoas subam faz parte. Pra se acomodar, sentar nas escadas do interior do ônibus não é estranho, aliás, nada estranho. E na hora de descer, pode ser preciso desembarcar fora do seu ponto. Sei lá, o ônibus simplesmente não para de vez em quando. Uma caminhadinha adicional pra passar a raiva. A tarifa aumentou e meu vale transporte acabou. Vou pagar em dinheiro e, dessa vez, nada de usar a integração, pois não dá pra carregar o bilhete no ônibus. Espero e dou três reais ao cobrador. Ele fala: “Faltam os vinte centavos, moça”. Diz como se não quisesse dizer. Eu dou uma moeda de 25 centavos, mas ele não tem troco. E eu, nem R$ 3,00 queria pagar.
Sudoeste
(Área 7 – vinho)
Por Patrícia Silva, do Campo Limpo
Desde 2009, a inauguração do Terminal Campo Limpo, que custou R$ 38 milhões, não trouxe solução ao transporte na região. Mais de 40 linhas de ônibus com destino ao centro expandido foram retiradas e a “reorganização das linhas”, como definiu a SPTrans na época, apenas aumentou o tempo de viagem dos passageiros, que agora são obrigados a desembarcar no terminal. Quem pega ônibus fora dele também raramente consegue se sentar, pois os veículos já partem cheios. O corredor que liga o Campo Limpo ao centro também costuma travar em horários de pico.
Oeste
(Área 8 – laranja)
Por Rafael Carneiro da Cunha, da Lapa
Assim como em outras partes de São Paulo, os ônibus que servem a zona oeste circulam geralmente bem cheios durante a semana. O número de linhas é bom, consegue atender os mais diversos bairros e ligá-los a estações de metrô, trem, ao centro da cidade e à avenida Paulista. Porém, é necessário que haja mais veículos nas ruas e que o intervalo no horário de partida dos ônibus seja menor para atender a demanda de passageiros.
Seria mais legal colocar o nome das linhas corretamente pra que possamos identificar com mais facilidade de qual regiao estao falando.
Oi Vivian. Não entendi. Os correspondentes falam de modo geral sobre casos que presenciam nos bairros onde moram, que estão identificados no cabeçalho. Obrigado.
Pertinente o comentário anterior: haverá nas regiões correspondentes pequenas variações referentes à qualidade do transporte urbano sobre rodas. Todo ele é de oferta rarefeita em veículos sujos e inadequados ao transporte humano! Passou da hora dessa estrutura se adequar aos corpos humanos de todas as idades!
Pela descrição dos péssimos serviços oferecidos pela SPtrans, a explosão de fúria dos paulistanos até que demorou!
Oba Oba, Carnaval de Manifestações!!!
Entra na avenida o abre-alas passe livre, uma bloco que parece desordenado, vestem roupas comuns como civis, mas esconde o verdadeiro enredo deste carnaval. Logo em seguida vem os vermelhos, que obviamente se vestem de vermelho, e seus apetrechos são foices e martelos, que normalmente vem estampados em suas camisas e bandeiras, estes camaradas se organizam com pautas escritas a cerca de 100 anos, e destoam completamente dos outros blocos. Segue o bloco dos baderneiros, estes que aguardavam o carnaval para externar suas frustrações pessoais, emocionais e familiares, e impor suas vontades e “pontos de vistas” em prática, totalmente caóticos vestem se com panos no rosto, e utilizam apetrechos como espreis de tintas, pedaços de paus e coqueteais molo toques. Em meio a essa bagunça, existem aqueles que tentam protestar com alguma coerência ao samba-enredo que realmente deveria coordenar esta folia; “Abaixo a Corrupção e o Descaso com os Cidadãos de bem deste País”, e exigem menos tarifas e impostos, e que esses recursos sejam usados para garantir a saúde, educação e também segurança pública, eles não aceitam a divisão dos impostos ente todos aqueles que nos extorquem o país, que vão de políticos corruptos a empresários corruptores. Pedem trabalho honesto para todos, e o fim do assistencialismo “coronelista” da compra de votos com bolsas pobrezas, e bolsas crimes. No final deste carnaval vem então a tropa de choque, que desta vez pareciam garis que iam recolhendo o resto dos apetrechos abandonados pelos fulões que passaram com humor que variava do platônico da canábis a fúria do crack.
Jean Negrão
O modelo que a prefeitura implantou goela abaixo na região da M´Boi Mirim é de linhas com distância curta e várias trocas ônibus para se chegar ao trabalho, na região não há empregos, o resultado é mais tempo e desconforto para fazer as baldeações, o absurdo é que bairros populosos têm demanda de passageiros para merecerem linhas para Santo Amaro, e outros bairros onde estão os empregos. Pra que fazer o cidadão descer no Jardim Ãngela, disputar espaço em outro ônibus se existe demanda pro ônibus ir lotado até Santo Amaro e outros bairros?
Acho muito relevante os comentários feitos sobre o bairro Jardim Míriam. As dificuldades sitadas pela correspondente sinto todos os dias quando vou e volto do trabalho.
Portanto, apoio as manifestações.
Hey grande post, obrigado por compartilhar esta informacao
Continuem o excelente trabalho, li alguns posts no site e acredito que o saite eh muito interessante e contem conjuntos de informacoes excelentes.