Moradores do Itaim Paulista fretam ônibus para ir aos protestos
Diversos moradores do Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo, participaram na segunda-feira (17) da noite de manifestação contra o aumento das tarifas do transporte público. “Gostei de participar foi um grito de chega”, revela a estudante de direito Juliana Freitas, 23, moradora do Jardim Nélia.
Juliana acompanhou um grupo de 31 universitários que fretaram um ônibus até o largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste, onde teria início o protesto pelas ruas da cidade.
O último grande protesto de massa, que mobilizou a juventude brasileira, ocorreu em 1992 durante o conhecido movimento dos “caras-pintadas”. A ação exigia o impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo. “Naquela época, eu tinha um ano de vida e meu pai participou, agora é minha vez de pintar o rosto”, completa a estudante.
Outro itainhense que participou das manifestações foi o estudante Gustavo Lima, 27. Lima foi convocado pelos amigos por meio do Facebook no fim de semana. Com uma faixa, onde estava escrito: “Não é por R$ 0,20”, ele diz que participar de uma manifestação é mostrar aos políticos que o Brasil é de todos.
“Temos que protestar pela falta de médicos, professores, segurança, enfim, tudo que nos foi tirado”, afirma.
O aposentado Marcondes Lima, 66, morador de São Miguel Paulista, diz que levou suas duas filhas de 20 e 16 anos, além de sua neta Beatriz, com 12 anos, para participar pela primeira vez da manifestação.
“Acredito que elas têm de participar deste momento, pois sempre lutei pela democracia desde a ditadura nos anos 60 e 70. O pai da Beatriz mora nos Estados Unidos e lá ele também está se manifestando”, diz.
A professora de geografia, Catarina Costa, 56, moradora do jardim Silva Teles, afirma que é a primeira vez que participa de uma manifestação democrática. Ela condenou o vandalismo de um pequeno grupo no Palácio dos Bandeirantes.
“Gostei de tudo, só repudio as ações de vandalismo no palácio do governo. Temos que respeitar nossos governantes e o patrimônio público”, disse ela, que acompanhou a sobrinha de 17 anos.
O rapper Carlão Guerreiro da Leste, 40, morador da Vila Curuçá, reclama dos constantes problemas e o tempo de viagem do metrô. Por isso, decidiu aderir aos protestos. “Não existe planejamento?”, indaga.
No domingo (16) um grupo de moradores do Itaim Paulista e de São Miguel mobilizou várias pessoas para interromper o trânsito na avenida Marechal Tito. A ideia era protestar contra o aumento da passagem de ônibus.
O grupo, que utilizou a rede social, foi questionado por internautas sobre as ligações políticas do ato. “Não queremos ações ou grupos partidárias em nosso movimento que é lindo e democrático”, finaliza Juliana.
Vander Ramos, 51, é correspondente do Itaim Paulista.
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