Barba, gorro, roupa vermelha e sacos com milhares de presentes. É com esse figurino que a Equipe Filhotes Motoclube Itaquera anima o natal das crianças nas comunidades da zona leste de São Paulo.

Desde outubro de 2010, o personal trainner Erick Peterson, 32, morador da Vila Progresso, se divide entre família, trabalho, amigos e a gerência do grupo de voluntários. Com jeito simples e vontade de ajudar o próximo, decidiu comprar brinquedos junto com a mãe Suely Marques, 75, e distribuí-los às crianças da região.

O projeto não tinha nome e nenhum apoio externo, mas  vizinhos e amigos do motoclube que Erick frequenta se interessaram, então a entrega foi batizada de Natal Solidário – Equipe Filhotes.

“Nos tornamos uma família que continua crescendo. Hoje são mais de 200 colaboradores, entre eles 60 comerciantes”, orgulha-se Erick. Independente da época, ele afirma ser reconhecido nas ruas mesmo descaracterizado. “Muitas pessoas, em especial as crianças, me dizem: Olha o Papai Noel!. Elas gostam do ‘pretinho’”, relata bem humorado.

Para tudo estar pronto na véspera de Natal, o trabalho é organizado a partir de setembro, onde a maioria dos itens são arrecadados. Bolas, bonecas, carrinhos, bambolês, são cuidadosamente embalados e separados por cerca de 80 voluntários.

A equipe também compra salgadinhos e doces que complementam a lista. Com a proximidade da data, o ritmo é frenético, mas prazeroso. “Chego até a ficar sem férias, mas ao ver aqueles sorrisos sinceros no final, tudo vale a pena”.

Quando chega dia 24 de dezembro, centenas de crianças aguardam ansiosamente a chegada do Papai Noel. Para levar os presentes, além de Erick, voluntários, comerciantes e moradores se dividem entre 60 carros, a pé e até mesmo em bicicletas.

A entrega é realizada nas casas em um raio de até 25 km, abrangendo Itaquera, São Miguel Paulista, Itaim Paulista, Guaianases e São Mateus.

No primeiro ano, 400 presentes foram distribuídos. Em 2013, foram cerca de 7 mil. Nesse ano, estima-se mais de 10 mil itens arrecadados.

Erick sonha em transformar o projeto em uma ONG. “Estamos dispostos a ter um espaço físico e queremos ampliar o nosso trabalho nos próximos cinco anos”.

Kelly Mantovani, 20, é correspondente da Vila Nova Cachoeirinha
@mantovanikelly
kellymantovani.mural@gmail.com

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