Castelo da década de 1940 sofre abandono em Ferraz de Vasconcelos
O jardim Castelo, em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, ganhou esse nome pela estrutura construída na região na década de 1940. Apesar disso, o que se encontra no bairro é um local deteriorado e sem uso, enquanto moradores pedem a transformação em espaço cultural para preservar o passado da cidade.
Com arquitetura rústica, a construção foi considerada patrimônio histórico do município e possui 2,6 mil metros quadrados. O imóvel serviu para refugiar alemães durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e pertencia ao jornalista Arthur Zenker, que fazia oposição ao regime nazista de Adolf Hitler, segundo dados da biblioteca José Andere.
Nascido no bairro, o professor Fábio de Paula Silva, 29, sugere que o local se transforme em um museu. “Poderia ter exposições retratando a nossa cultura”, destaca. Para o pedreiro Jurandir Bezerra, 50, residente do bairro há três décadas, o ideal também seria um espaço cultural. “Queria que o castelo tornasse uma biblioteca para os moradores”, diz.
Hoje, o espaço não é aberto para visitação e está deteriorado, embora ainda sustente azulejos, pinturas e esculturas de anjos desgastadas pelo tempo.
Com estilo diferente das moradias do início do século XX, as paredes sofreram infiltrações e pichações. Alguns cômodos não possuem mais portas e janelas. No entorno da construção, o entulho e o crescimento do mato trazem aspecto de abandono.
Entretanto, a área ao redor do terreno foi dividida em lotes para a construção de casas. E, há cerca de um ano, a atual gestão pública utilizou parte do terreno para implantar uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
O comerciante Gildo Almeida, 57, recorda que, quando criança, brincava nos arredores do castelo sob as plantações de uva Itália, fruta trazida ao Brasil em 1930 que se tornou característica no município, que levou ao apelido de ‘Terra da Uva Itália’.
Naquela época, a população dizia que no castelo poderia existir uma passagem subterrânea que servia de esconderijo, caso o lugar fosse encontrado no período da guerra. “É uma construção histórica. Precisa de melhorias”, ressalta o comerciante.
A auxiliar de enfermagem Rubenice Xavier de Miranda, 51, mora no bairro há 11 anos e conta que o castelo não é mais o mesmo e boa parte entorno dele foi modificada. “Gostaria que fosse um ponto turístico para receber visitantes.”
De acordo com Secretaria de Governo do município, estão sendo viabilizados estudos e parcerias junto às iniciativas privada, estadual e federal para restaurar o patrimônio e, posteriormente, disponibilizá-lo para o setor de Educação ou de Cultura da cidade. Porém, não citou prazo para iniciar os reparos, pois a ação ainda está em planejamento.
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Aline Pagliarini, 24, é correspondente de Ferraz de Vasconcelos
alinepagliarini.mural@gmail.com
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Temos que preservar a nossa história sim. Nossos filhos e netos tem o direito de conhecer nossa história.O castelo é belíssimo. Não se faz mais casas maravilhosas assim, O que tem que ir para o chão é essa falta de amor pelo que é belo independente do tempo que tenha
Quanta asneira esse comentário. Xenofobia arquitetônica agora? Independentemente da origem do estilo arquitetônico, foi construído e tem que ser valorizado como patrimônio cultural!
Tem que derrubar. Nada que relembre o nazismo deve ficar de pé.
O proprietário era contra o regime nazista e abrigava alemães refugiados, que para um bom entendedor deveriam ser judeus, e não que ele fosse a favor do Nazismo. Ou você acha que todos os alemães na época eram a favor de Hitler? Você acha que Hitler começou matando os judeus nascidos de onde, hein?
Vai estudar história ou aprender a ler direito pra entender a matéria!
Lindo gente, se não quiserem deem pra mim!!
Adoro construções antigas, é um completo desperdício de historia se desfazer desta construção.
Precisam restaurar com pessoas especializadas nisso e disponibilizar para visitação!!
Bacana – os moradores da região querem CULTURA .
O BRASIL TEM CHANCE.
O que tem que ir ao chão é o seu pensamento retrogrado, de pessoa sem noção da contribuição desses monumentos a memória do pais! Espero que um dia seu filho não pergunte o que foi o nazismo, e após esses e outros testemunhos da nossa história terem sido destruídos por ignorantes iguais a você, ele não fique sem saber!!
Preservar um prédio desse, é preservar a memória, preservar a história e a própria identidade.
Muito boa reportagem, por vezes salientamos a importância da conservação de prédios históricos no centro de SP, mais temos bons exemplos de construções na periferia que também merecem atenção. E por que não uma restauração!?. E tudo que puder ser preservado para que a história seja sempre mantida é valioso, independentemente do que retrata da história, seja boa ou ruim a lembrança fato que fez parte do passado e logo não pode ser modificado.
kkkk ajuda do estado ou federal kkkk já tem neguinho pensando em como descolar uma verbinha desviada !!