Debate sobre ‘ruas abertas’ tem baixo quórum na Vila Nova Cachoeirinha

Agência Mural

Em meio ao anúncio do fechamento da avenida Paulista aos domingos, moradores de vários bairros têm discutido a intenção de fazer o mesmo longe do centro. O tema foi debatido na Subprefeitura Casa Verde/Cachoeirinha, na última semana, em audiência pública.

Porém, o quórum foi baixo – cerca de 20 pessoas opinaram sobre o tema. A maioria  era composta de membros do Conselho Participativo Municipal, funcionários da prefeitura e representantes do movimento de ciclistas da zona norte, o Ciclo ZN. Houve equilíbrio entre as falas dos moradores e representantes da prefeitura.

A prefeitura tem realizado audiências públicas para liberar as vias apenas para o lazer dos moradores e interromper a circulação de veículos nos domingos e feriados das 10h às 17h.

A discussão começou em agosto, quando o técnico em informática e cicloativista Roberson Miguel, 36, e a equipe do Ciclo ZN se reuniram com outros movimentos sociais para reivindicar a medida em vias da Vila Dionísia, jardins Pery, Antártica e Santa Cruz.

“Pensamos nesse local pois existe um pancadão [baile funk] organizado pelo governo e, como bônus, nada mais justo para os moradores esse benefício”, afirma.

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Carlos, Roseli e Roberson são do Ciclo ZN e defendem o projeto na região da vila Nova Cachoeirinha (Foto: Kelly Mantovani/Blog Mural)

Eles citaram as ruas Afonso Lopes Vieira com a avenida Inajar de Souza, que tem extensão de 600 metros e a rua Koshun Takara, em uma extensão 547 metros, ambas no Jardim Pery.

No início, as vias escolhidas pela subprefeitura na Comunidade Lidiane, bairro do Limão, não corresponderam às propostas dos ativistas, pelo número de comércios e residências.

Um documento foi elaborado e entregue ao subprefeito sobre essas questões e a facilidade de acesso às outras ruas na Cachoeirinha. Todas as questões foram debatidas na audiência. “Os moradores não precisarão se deslocar para outras regiões da cidade e assim eles aproveitam seus bairros. Quem usa carro, vai respeitar automaticamente”, opina Roberson.

A proposta é que o fechamento ocorra uma vez por mês ou uma por semana, caso seja solicitado pela população.

Moradores fizeram críticas ao modelo da discussão. “Isso não pode ser considerado participação popular. Marcaram num dia e horário em que as pessoas não podem vir, por estarem trabalhando. Não pode ser justificada só com alguns membros do Conselho Participativo”, afirma a estudante de administração pública Maria Beatriz, 20. O evento foi numa quinta-feira.

“Em subprefeituras como essa, que abrange três distritos, deveria ter mais audiências, uma para cada bairro, seria mais democrático do que somente uma para todos”, defende Roberson.

 

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Reunião teve pequena presença de moradores (Foto: Kelly Mantovani/Blog Mural)

Segundo os ciclistas Carlos Alberto Eckert, 47 e Roseli Gomes dos Santos, 35, a audiência atendeu às expectativas “O que eles propuseram agora estava dentro do que queríamos. É apenas o começo. Continuamos na luta”, afirma Carlos.

De acordo com a subprefeitura, as ruas abertas terão estrutura para incentivar o empreendedorismo, redes de economia solidária, práticas esportivas e os shows de artistas locais. Também diz que haverá atendimento de emergência e sinalização providenciada pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

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Kelly Mantovani, 21, é correspondente da Vila Nova Cachoeirinha
@mantovanikelly
kellymantovani.mural@gmail.com

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