É sábado à tarde na viela Sapucaia, em Pirituba, zona noroeste da capital paulista.  Cerca de 30 pessoas se acomodam em cadeiras postas nos cantos da via. Nada de festa de aniversário ou o típico churrasco de fim de semana. Todos estão apostos para jogar um bingo diferente: só com produtos de beleza de marcas famosas.

Edna Siqueira, 48, é a organizadora do evento. Por lá, crianças correm de um lado para o outro, cachorros latem e a mulherada, em especial, conversa freneticamente. O jogo começa com Edna, aos gritos, anunciando os números retirados de uma sacolinha de pano. “B2, O70, B1… Começou o jogo”.

“Faço bingo, geralmente, no fim de semana. É uma forma de incentivar o pessoal a brincar e eu a ganhar dinheiro com a venda dos produtos”, conta.

Cada cartela custa R$2. Ao adquirir duas, o comprador ganha a terceira. O vencedor pode ser aquele que preencher primeiro uma linha inteira, seja vertical, horizontal ou transversalmente, ou, em seguida, todos os números – nesta última, o ganhador recebe  como prêmio os produtos mais caros, como perfumes.

Maria Zélia Barros, 47, também moradora de Pirituba, se considera uma “bingueira” de longa data. “Moro aqui há mais de 20 anos. Sempre joguei. Rola cervejinha, um lanchinho, e assim nos divertimos, o que é o melhor”, diz.

Embora minoria, alguns homens não se intimidam com o protagonismo feminino nas partidas. É o caso de Cícero Barros, 33, que sempre vai acompanhado da esposa. “Ela gosta bastante. É um momento de compartilhar e brincar”, afirma.

Anderson Meneses, 25, é correspondente de Pirituba
andersonmeneses.mural@gmail.com
@coabitar

Vagner de Alencar, 29, é correspondente de Paraisópolis
vagnerdealencar.mural@gmail.com
@vagnerdealencar