Slam de poesias se espalham por escolas das periferias de São Paulo

Agência Mural

Toda última sexta-feira do mês, às 20h, poetas de vários pontos da cidade se encontram na praça da estação Guilhermina-Esperança, linha 3-vermelha do Metrô, na zona leste, para uma competição de poesia falada. Trata-se do Slam, modalidade que tem se espalhado pelas periferias de São Paulo e chegado às escolas da Capital.

Até o dia 17 de agosto estão abertas as inscrições do Slam Interescolar, iniciativa do coletivo Slam da Guilhermina, e que realizará disputas entre alunos no Centro Cultural São Paulo. As inscrições podem ser feitas pela site. Tanto escolas públicas quanto particulares podem se inscrever, desde que os estudantes participantes estejam cursando o ciclo 2 do ensino fundamental ou o ensino médio.

Criado em 2012 por artistas e ativistas culturais de Ermelino Matarazzo e Cangaíba, o Slam da Guilhermina é um dos mais antigos da cidade. Na época, esse tipo de competição ainda era pouco conhecida, mas tem se consolidado como uma das expressões mais populares da cultura urbana e periférica.

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Primeiro Slam Interescolar ocorreu em 2015 (Rodrigo Motta/Divulgação)

A ideia de criar um evento que levasse a competição para as escolas foi pensada por  Emerson Alcalde, um dos fundadores do coletivo, quando representou o Brasil na Copa do Mundo de Poesia Slam, em Paris.

“Ele percebeu que tinha escolas de várias partes da França e os alunos frequentando freneticamente, com cartazes representando a escola, torcida e muito barulho. Foi então que pensou em fazer uma parada mais ou menos igual aqui no Brasil”, conta Uilian da Silva Santos, 35, o Uilian Chapéu, matemático e o organizador do Slam da Guilhermina.

Uilian acrescenta que iniciativas como os Slams aproximam o espaço escolar das realidades vividas pelos alunos. “Eu não gostava de poesia, achava chato, tinha aquele preconceito. Mas eu adorava rap e foi o Sérgio Vaz, com o Sarau Rap, que fez eu me questionar. Como Sarau Rap? Que que isso? Poesia, rap… Foi aí que eu fui conhecer e entender. Hoje eu trabalho com poesia.”

Quatro escolas participaram do primeiro Slam Interescolar (Rodrigo Motta/Divulgação)

A primeira edição do Interescolar ocorreu em 2015, com participação de quatro escolas da zona leste, com as quais o coletivo já tinha contato. Neste ano, a ideia é ampliar o número de escolas participantes e para isso foi criado um chamamento virtual.

Após as inscrições, cada escola deve organizar seu próprio Slam e selecionar os finalistas para participarem da competição Interescolar no dia 5 de outubro, às 14h, no Centro Cultural São Paulo.

Gustavo Soares, 24, é correspondente de São Miguel Paulista.
gustavosoares.mural@gmail.com

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Comentários

  1. Maravilha essa iniciativa. Compartilhar a arte nas periferias é o melhor caminho para atrair os jovens pro lado do bem. Sabemos que o sistema não tá nem aí pra gente que é pobre, então estas ações somam pra gente evoluir a nossa cultura, que é linda e deve ser mantida e respeitada. Somos todos poesia pura neste país!

  2. Poesia, sempre@ Aqui em Salvador tem o Slam da Onça, competição criada pelo Sarau da Onça, coletivo de poetas da periferia de Sussuarana, na capital baiana. O talento da galera que se inscreve e ganha é TOP. Só tem feras. O embate tem servido para intercambiar poemas de várias partes da cidade, conectar poetas e poetisas, estimular a criação, leitura, declamação e performance. A poesia tem uma força indescritível.

    Parabéns à galera do Slam da Guilhermina pela iniciativa. Vida longa a este trabalho que demonstra que brasileiro, quando tem contato com poesia, gosta, escreve e vira poeta de carteirinha… Viva o talento!

  3. Amo pemas poetas.Penso que a poesia liberta..
    Dos quilombos aos sarus nossa resistência é fita de força e poesia,

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