Moradores se unem para cobrar fim de ponto viciado de lixo e obras no jardim Filhos da Terra
Moradores do jardim Filhos da Terra conseguiram resolver um problema que incomodava quem passava pela rua Manoel Vieira da Luz há quase 20 anos. Na altura do número 500 da via, sete caçambas eram utilizadas para receber o lixo, mas o local se tornou motivo de vergonha e briga entre vizinhos.
O problema no bairro, na região do Jaçanã/Tremembé, na zona norte da capital, foi mostrado pelo Mural em 2014 e começou pelo fato delas não comportarem a quantidade de resíduos, após receber detritos de outras regiões sem coleta seletiva.
“As pessoas de outros bairros, muitas vezes de carro, vem pra cá e jogavam cachorro morto, móveis, tudo. O lixo transbordava e ficava horrível conviver”, diz a ativista e educadora, Noemia Cardoso, 51.
Após um abaixo assinado que reuniu cerca de 800 pessoas, o local terá a construção de pontos de ônibus. Além disso, os moradores começaram a fazer um jardim em volta do campo de futebol próximo e a retirar entulho depositado em frente ao antigo lixão.
A atuação surtiu efeito após os moradores criarem um coletivo, chamado Ver o Verde, que se denomina um Movimento Alternativo de Transformação Social. “Nosso objetivo é deixar o local que moramos do jeito que merecemos”, resume um dos fundadores, o educador Claudio Chaves, 49.
“Foi muito bom a retirada das caçambas de lixo, agora ficou bem mais bonito o bairro”, diz a diarista Patrícia Goes Pacheco, 32. Mas ela alerta. “Só acho que a coleta tinha que ser todo dia, porque é muito lixo”, ressalta.
A questão é que com as vias estreitas, o único ponto que pode receber a coleta dos caminhões de lixo é a rua Manoel Vieira. Sem a passagem com frequência do veículo, o acúmulo pode voltar a ocorrer.
No início deste ano, os moradores e participantes do Ver o Verde levaram o projeto de revitalização do espaço até a Subprefeitura Jaçanã/Tremembé e um acordo com a empresa das caçambas, a Loga, foi firmado para a retirada.
Depois das mudanças, o lixo tem sido depositado em um local menor, do outro lado da rua, sem ficar espalhado pela via. Houve também uma ação para informar sobre onde depositar móveis e entulhos.
“Nós informamos o telefone do cata-bagulho no boca a boca mesmo para os moradores para que o descarte não seja mais deixado aqui na nossa obra que está ficando tão bonita”, afirma Noemia.
Segundo ela, o serviço de cata-bagulho tem dificuldade de chegar à região, porque as ruas são estreitas. “É raro virem aqui, mas com o tempo todos juntos vamos conseguir novas conquistas para a melhoria do bairro”, finaliza.
“No dia que as caçambas foram retiradas, os garis fizeram festa, foi uma comemoração porque o lixo não seria mais acumulado daquela forma desorganizada. Gostaria que os moradores tivessem essa mesma alegria e carinho pelo nosso bairro”, diz Chaves.
A programação do cata-bagulho podem ser acessada no site da prefeitura assim como os Ecopontos da capital.
Priscila Gomes, 32, é correspondente de Vila Zilda
priscilagomes.mural@gmail.com
Quando a população se organiza mesmo em movimentos ,coletivos e associações visando o bem comum, digo, o bem de todos as coisas começam a melhorar e a matéria nos remete a isso, e quando o problema ou mesmo a solução passa a ter visibilidade através das matérias dos correspondentes da periferia que de certa forma ajudam não só os moradores mas, também o poder publico que identifica e implementa politicas publicas através de suas subprefeituras e o resultado passa a ser satisfatório para ambos. Parabenizo a correspondente pela excelente matéria.
Ficou muito bonito, esta cada vez melhor, e o legal é ver as pessoas comentando e dizendo que vão ate,a pracinha da torre , isso é muito gratificante, agradeço aos criadores e incentivadores do projeto ver o verde .