Projeto estimula crianças a escreverem livros em Guaianases
No sábado (4), por volta das 12h, a biblioteca municipal Cora Coralina, em Guaianases, começou a ficar cheia. Mais de 70 alunos de oito escolas públicas da zona leste trouxeram pais, avôs e irmãos para o lançamento de seus primeiros livros.
É o caso de Paulo Henrique da Silva, 8, aluno da terceira série que chegou com seus familiares para o evento. “Estou muito emocionado e ansioso pra ver meu livro”, adiantou logo no início.
Paulo se inspirou em “Os Três Porquinhos” em sua obra que fez parte do projeto Ouvindo Histórias, idealizado pela professora Sandra Szittiko, 48. O trabalho nasceu da necessidade observada pela educadora em sala de aula de difundir a escrita e a leitura. O nome Pequenos Escritores, Grandes Talentos foi inspirado nos trabalhos iniciais.
Uma parceria entre o projeto com a biblioteca municipal, uma empresa de organização de festas e uma editora de público infantil do Rio de Janeiro permitiu a realização. A professora cuidou e orientou a escrita e a ilustração dos livros, com diferentes enredos, ao lado de outras educadoras, chamadas de “fadas encantadas”.
Quando ficou sabendo da iniciativa, a editora se dispôs a publicar as obras de forma digital, mas o objetivo de todos era ter as publicações impressas para as crianças, o que foi possível com a ajuda de colaboradores, que fizeram doações para a iniciativa. “Os padrinhos foram muito importantes para que conseguíssemos realizar esses sonhos”, afirmou Sandra.
“A minha história fala dos pais que abandonam seus filhos”, ressaltou Weslley Pereira Nunes, 9, que decidiu pelo tema, pois acha que é pouco abordado na literatura e traz muito sofrimento aos órfãos.
Para Maria Eduarda Ramos, 9, mais uma das escritoras mirins, falar do seu mundo foi uma das coisas mais interessantes. “Eu adoro pokémons, eu assisto, e por isso escrevi história sobre isso”, afirmou.
Para a professora Luciene Alves, um dos desafios foi recrutar os alunos que tivessem noções de alfabetização, já que ela atende uma classe de estudantes com deficiência intelectual.
Sob a orientação dela, quatro crianças participaram. Entre os exemplos, está Gabriel Alcino, 10, que reagiu com felicidade ao ver a professora na biblioteca, ao exclamar um “oi” carregado de um sorriso. Alcino, com o auxílio da professora escreveu sobre si próprio durante as aulas específicas que eram dedicadas a ele.
“O Gabriel não se reconhecia, se via nos outros. Não se via como negro. E nós o ajudamos. No livro, ele escreveu que a cor dele é marrom e que é bonito também”, relembrou, com orgulho.
Lucas Veloso é correspondente de Guaianases
lucasveloso.mural@gmail.com
Simplesmente magnífico não tenho outra palavra pra descrever esse trabalho. Parabéns a todos os envolvidos!!!
Professora Sandra – este nome é tudo de bom* – você é maravilhosa. É isso que pode tirar essa meninada da fraqueza escolar. Lógico que sei que – antes de escrever, eles leram – e isso é extremamente importante para o desenvolvimento deles. Tenho experiências maravilhosas de incentivo a leitura – uma forma barata de se elevar o Ideb e o Saresp. Isso eu fiz em Monte Mor e Hortolandia.Veja pág. C6, 05/03/2017, Estadão: relacione-se com quem te faz ler de Ruth Manus – texto.
* Sandra Delgado/ Sandra Cassassola
.
Linda Matéria!Parabéns Lucas Veloso pelo trabalho que vem realizando na nossa região.Cada detalhe observado.As crianças ficaram encantadas por serem entrevistadas por você.Gratidão Eterna!
Guaianases não está totalmente abandona tem pessoas maravilhosas que se doam por amor e professores capazes de fazer a diferença e juntos somos mas fortes.
PARABÉNS a todos envolvidos e a vc Veloso q fez essa excelente matéria relatando as coisas boas de nosso bairro.