Prefeitura ‘esquece’ avião no Jabaquara, e monumento fica pela metade em Osasco
A réplica de um grande avião deveria estar na frente da Prefeitura de Osasco, na Grande São Paulo. Em vez disso, após meses de interdição para os pedestres no ano passado, o que surgiu foi uma rampa. Apenas a rampa.
Um ano se passou desde então, e o que era para ser uma homenagem a um dos principais episódios na história do município se tornou um impasse que atravessa a gestão do ex-prefeito Jorge Lapas (PDT) e de seu sucessor, Rogério Lins (Podemos).
Na rampa seria instalada a réplica do Aeroplano São Paulo, que relembra o primeiro voo da América Latina, realizada por Dimitri Sensaud de Lavaud, inventor que vivia na região em 1910.
Encomendada em 2015, a peça está pronta em uma ateliê no Jabaquara, na zona sul de São Paulo. Mas ninguém foi buscar o monumento, e os autores do projeto vivem a dor de cabeça de ter uma peça gigante ocupando metade de sua estrutura, sem ter retorno da prefeitura sobre quando ela será retirada.
“A gente não tem mais expectativa de ganho”, diz a produtora cultural Giselle Chantre, que trabalha com o artista plástico Juvenal Irene, autor da peça, no ateliê Cenarivm.
Ela conta que o projeto foi contratado por R$ 400 mil e que apenas R$ 200 mil foram recebidos, bancados pela iniciativa privada. A outra parte seria paga depois, mas não houve respostas desde o ano passado.
A peça tem 18 metros de asa e cerca de 16 metros do bico à cauda. Estima-se o custo de R$ 40 mil para levá-la até a cidade. Além disso, deve haver outros gastos com a instalação da obra. “Queremos doá-la, só é preciso que paguem o transporte”, diz.
O projeto teve a participação de moradores de Osasco, e a previsão era que fosse inaugurado em outubro de 2016, época em que a pista foi entregue.
O período coincide com a eleição. O ex-prefeito Jorge Lapas (PDT) visitou o ateliê ao lado do secretário de Cultura e de membros da Ordem dos Emancipadores de Osasco, organização que atua pela preservação da história da cidade. Derrotado por Rogério Lins (Podemos), a ex-gestão entregou a pista vazia e não respondeu mais ao ateliê, segundo Giselle.
A mudança de governo não mudou a situação. Desde o começo do ano, Giselle teve contato com o prefeito e com secretários, mas afirma que nenhuma previsão foi dada. Na quinta-feira (2), o prefeito exonerou o secretário de Cultura, Gustavo Anitelli, em um episódio sem relação com o impasse.
Procurada desde 20 de outubro, a prefeitura não respondeu sobre a situação da obra nem deu uma previsão. No começo do ano, membros da secretaria de Cultura afirmaram que estavam sendo acertados detalhes de documentação e que a expectativa era de entrega no primeiro semestre, o que não ocorreu.
Enquanto isso, o local tem sido improvisado como um espaço de lazer por crianças no fim de semana, porém, como a estrutura tem 2,5 metros de altura, a brincadeira é pouco segura.
O VOO
A peça homenageia Dimitri Sensaud de Lavaud, que se notabilizou pela criação do primeiro aeroplano em solo brasileiro e foi o primeiro a voar por 105 metros de distância. A história é relembrada no museu municipal, instalado onde foi sua casa, o Chalé Bricola.
As incertezas seguem, enquanto se aproxima o próximo aniversário do feito. Em janeiro, o voo completa 108 anos. Com ou sem monumento.
Paulo Talarico é correspondente de Osasco
paulotalarico.mural@gmail.com
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Uma conduta irresponsável, não apenas com recursos públicos, mas com a área urbana, e sobretudo com a identidade cultural da sociedade de Osasco! Qual a posição das autoridades? Cabe ao jornal levantar….parabéns pela matéria!
Que situação mais triste….as futuras gerações correrm o risco de herdar apenas uma rampa.
Todos perdem com isso…cidade..
Artista….
É uma vergonha misturada com tristeza pelo descaso.
O avião tem calda ou cauda?
É INACREDITÁVEL COMO O POLÍTICO BRASILEIRO EM GERAL É SAFADO EM TODOS OS SENTIDOS.NESTE CASO, MANDA FAZER UMA OBRA DE ARTE CARA-R$400.000,00 E COMO NÃO É ELEITO DEIXA DE PAGAR E RETIRAR.O POVO DE OSASCO DEVERIA DAR UMA SOVA NESTE CANALHA
Só se prova o que todos sabemos de velho…a cidade não tem identidade com sua história, nem se importa com ela…uma pessoa reverenciada nos países desenvolvidos, com Europa, EUA e Canadá e, ignorada em Osasco.. Lamentável….mas nada de novo…
Um prefeito que governa uma cidade do porte que e Osasco não pensa no passado para que a geração futura ver uma obra de arte que um cidadão viveu nesta cidade que fez este feito naquela época remoto que não existiu outro por que tudo era mais difícil tinha que ter raça.temos que valorizar este feito que faz parte da história desta cidade.
“Brasil é sempre Brasil”.
Osasco, virou cidade do lixo acumulado em diversas ruas. Não estou vendo nenhuma melhora. Cadê os ônibus que dizem que seriam novos? 4,40 por um transporte sem nada. Ar refrigerado, wife, qualidade vamos comparar com os do Centro de SP. O cemitério do Bela Vista uma vergonha, as ruas todas esburacadas, correndo um risco de alguém cair e se machucar feio. Vou começar a tirar fotos e enviar para as redes sociais e mídia. Agora quanto a cultura e lazer. Sem comentários. Esses dias vi um canteiro no km 18 próximo a à estação foi comprado flores para serem plantadas, só que a empresa contratada não plantou deixou lá todas jogadas. Dinheiro público indo para o ralo. Mas, para um prefeito que chegou de uma viagem internacional e foi parar na cadeia por lavagem de dinheiro , o que podemos esperar.?
Pena que osasco que saiba dar valor a uma parte da história, a qual ela faz parte
Aquele velho hábito dos nossos governantes, muda a gestão joga tudo o que foi feito no lixo, não honram com compromissos assumidos. Eles não governam pela cidade, muito menos para aos cidadãos, apenas pensam nos seus interesses. O contrato não é da antiga gestão é da prefeitura e ela deveria honrá-lo.
Ô meu país… o que está acontecendo com você?!
Osasco tá largada mesmo, nada de melhoras nos ônibus. Lixo pra todo lado… E agora isso. Uma pena o que está acontecendo com nosso país!
Bom trabalho de apuração. Parabéns, repórter!