Obra em shopping na zona leste complica trânsito e muda rotas de ônibus
Raquel Porto
Há mais de 30 dias, uma obra para tapar um buraco tem atrapalhado moradores que passam pela região do Centro Comercial Aricanduva, um dos principais acessos à avenida Aricanduva, na zona leste de São Paulo.
Apesar de ser realizada em um espaço privado, o bloqueio tem provocado congestionamentos e mudou a rotina de quem usa o transporte público na região. O entorno da obra está encoberto com tapumes, mas não há nenhuma placa indicando o tempo de início e finalização da obra.
“Aqui estamos a Deus dará, pois se precisarmos de serviços urgentes como os de ambulância ou corpo de bombeiros, vai demorar ainda mais para chegar”, afirma a professora Rebeca Borges, 34.
Houve desvios de rotas dos ônibus e mudanças nos pontos finais desde 18 de maio. A alteração têm sido sentida por quem trabalha no local ou que utiliza a via sentido avenida Aricanduva.
“O ônibus que pego da escola até o shopping não desce mais no mesmo ponto, nem o que eu pego para ir para casa, eu tenho que andar mais. E assim, você está cansada do trabalho, deu aula até as 23h e ainda tem que dar toda essa caminhada para conseguir pegar o transporte público”, reclama a professora.
O Centro Comercial Aricanduva é considerado o maior shopping da América Latina. O conglomerado é composto não só por lojas, mas também por serviços como o Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo).
Procurada, a administração do shopping informou apenas que se trata de uma obra na galeria de águas pluviais iniciada após análise técnica e que a conclusão está prevista para 30 dias. No entanto, há relatos de que a via sofre bloqueios desde o final de maio.
Na região, as informações recebidas por quem circula pelo local são de que poderá haver bloqueio por mais tempo. “Só tem comentário de que vai demorar essa obra, agora quanto tempo ninguém fala”, afirma o motorista de táxi Carlos Américo, 47.
Como a via ao redor do shopping é estreita, o trânsito ficou mais complicado. “Todo mundo perde muito tempo para atravessar ali, um percurso de cinco minutos está levando agora 15 ou mais. Fim de semana é pior ainda, pois muitas pessoas vão ao shopping. O fluxo de carro é maior e é onde se instala o caos”.
A fiscal de ônibus Natália Valim Cardoso, 26, foi informada primeiramente de que a obra duraria de seis meses a um ano.
Ela diz que viu o momento em que o local começou a ter problemas. Natália afirma que havia um buraco que aumentou de tamanho após a passagem de um caminhão. Houve o conserto, mas logo depois o impasse voltou. “Passaram alguns dias e num domingo de muita chuva o buraco reabriu e afundou o restante do solo”, diz.
A assessoria do shopping diz que a execução será feita em área interna e particular e que a prefeitura de São Paulo está ciente da obra.
A Agência Mural entrou em contato com as subprefeituras do Aricanduva e de Itaquera. Ambas disseram não ser de sua responsabilidade a região e não saber do que se trata o projeto. Por sua vez, a secretária das subprefeituras disse não ter informações sobre o projeto ou o impacto dele.
No local também não foi encontrado nenhum agente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), apenas funcionários do Centro Comercial cuidando do trânsito.
Procurada, a CET informou que abriu uma solicitação para verificar a situação do trânsito na região.
Raquel Porto é correspondente de Cidade Líder
raquelporto@agenciamural.org.br
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Passei na região e o trânsito realmente estava complicado. Tive que atravessar por dentro do shopping. Não havia placas indicativas de desvio.