Mural https://mural.blogfolha.uol.com.br Os bastidores do jornalismo nas periferias de SP Mon, 27 Dec 2021 13:12:41 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Osasco deve ganhar Bilhete Único, mas sem integração com o trem https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/08/22/osasco-deve-ganhar-bilhete-unico-mas-sem-integracao-com-o-trem/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/08/22/osasco-deve-ganhar-bilhete-unico-mas-sem-integracao-com-o-trem/#respond Thu, 22 Aug 2019 12:00:59 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/WhatsApp-Image-2019-08-21-at-09.14.18-320x213.jpeg true https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=16675 Ariane Costa Gomes 

A implantação do Bilhete Único em Osasco, na Grande São Paulo, é uma promessa antiga e pode finalmente sair do papel. Em agosto, o assunto voltou a ser discutido com a entrega de um projeto de lei para iniciar a integração ainda este ano. 

No entanto, embora tenha o mesmo nome, o sistema osasquense deve ter bem menos benefícios do que o utilizado na capital.

Caso aprovado, a partir do dia 1º de dezembro o usuário poderá fazer até duas integrações diárias durante a semana pagando apenas uma tarifa. No entanto, há um limite de até uma hora de diferença entre o primeiro e o segundo embarque. 

Aos fins de semana, o tempo da integração tarifária será de até duas horas. Em São Paulo, são três horas diariamente. 

Outra limitação é quem poderá usar o benefício. Segundo o texto, a integração tarifária será aplicada às modalidades de BEM (Bilhete Eletrônico Municipal) Comum e Escolar. Porém, o vale-transporte, pago pelos empregadores, não está incluído. 

Terminal no centro de Osasco; cidade não tem integração para quem precisa usar duas linhas para chegar ao destino (Ariane Costa Gomes/Agência Mural/Folhapress)

Em nota enviada à Agência Mural, a Prefeitura de Osasco afirma que as “viagens realizadas com o vale-transporte já estão sob a responsabilidade dos contratantes e não impactam na realidade financeira dos cidadãos”. Sobre o tempo de no máximo uma hora para a integração, a gestão afirma que estudos realizados pela secretaria de Transportes mostram que o intervalo de espera entre um ônibus e outro é, na maioria das viagens, de até meia hora.

Para ter acesso à integração tarifária não será preciso adquirir ou efetuar a troca por um novo cartão. Segundo a Prefeitura, os cartões BEM serão mantidos e será estimulado, por meio de campanha, que mais usuários realizem suas viagens com o bilhete. 

No projeto também não está previsto integração com os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

A cidade possui cinco estações de trem pertencentes à linha 8-Diamante da CPTM são elas: General Miguel Costa, Quitaúna, Comandante Sampaio, Osasco e Presidente Altino – as duas últimas também fazem parte da linha 9-Esmeralda.

Hoje, o passageiro paga R$ 4,50 na tarifa municipal mais R$ 4,30 para o transporte sobre trilhos.

COMO É HOJE EM OSASCO

  • Bilhete Eletrônico não garante integração. Quem precisa utilizar duas linhas paga tarifa cheia de R$ 4,50 duas vezes.
  • Não há integração entre trem e ônibus.

COMO SERÁ SE O PROJETO FOR APROVADO SEM ALTERAÇÕES 

  • Prevê integração, caso respeite o limite de uma hora entre um ônibus e outro. No fim de semana, serão duas horas.
  • Benefício é válido para quem usa o bilhete comum ou de estudante. Não é válido para vale-transporte pago pelas empresas.
  • São duas integrações no máximo por dia
  • Segue sem integração com trens da CPTM.

Segundo a Prefeitura, foram feitos estudos preliminares para adoção da integração entre ônibus e trem no futuro, mas “é um processo que requer um alinhamento e um aprofundamento maior em conjunto com a CPTM e o governo do estado [de São Paulo]”.

De acordo com os estudos preliminares da prefeitura, 33,9% dos passageiros que utilizam o ônibus municipal também utilizam os trens da CPTM.

A estimativa da Prefeitura é que, em 2020, sejam iniciados trabalhos para evoluir a parceria com o governo do estado de São Paulo. A gestão ressalta ainda que serão feitos estudos sobre o impacto financeiro.  

De todo modo, o projeto de lei do Bilhete Único ainda será analisado pelos vereadores, que podem propor mudanças.

Duas empresas prestam serviço na cidade (Paulo Talarico/Agência Mural/Folhapress)

TRANSPORTE EM OSASCO

Em janeiro deste ano, a passagem de ônibus subiu de R$4,35 para R$4,50. O reajuste de 3,5% gerou insatisfação por parte dos moradores que, além das reclamações sobre a qualidade do serviço oferecido, ressaltaram a falta de integração. 

O principal impasse está para quem precisa cruzar a cidade e ir da zona sul à zona norte. A cidade é dividida pelo rio Tietê e cada lado do município é atendido por uma empresa diferente de ônibus. Poucas linhas trafegam pelos extremos das duas regiões.

Atualmente, os moradores que precisam utilizar duas conduções diárias pagam o preço integral da passagem nos embarques gastando assim R$ 9. 

A atendente de fast-food, Jaqueline Souza, 26, faz parte desse grupo. Moradora do bairro Vila Osasco, na zona sul, ela costuma pegar dois ônibus na ida e dois na volta do trabalho localizado no Umuarama.

Jaqueline estima gastar meia hora no trajeto de casa até o trabalho. “Onde moro é contramão. Então [quando saio do trabalho] preciso pegar um ônibus até o Largo de Osasco e de lá outro ônibus para chegar em casa”, diz.

“Acho algo benéfico e que essa primeira etapa da implantação do Bilhete Único vai ser um teste para futuramente integrar com o trem e metrô”, observa. 

Ônibus em Osasco no Jardim Veloso (Paulo Talarico/Agência Mural/Folhapress)

Moradora do bairro Padroeira, Silvia Leandro, 43, está desempregada. Ela trabalhou durante um ano numa escola estadual localizada no Rochdale, zona norte da cidade. 

Para se deslocar até o trabalho optou por utilizar o carro. “Perto da minha casa tinha um ônibus que ía [até o Rochdale], mas se pegasse só uma condução teria que andar muito porque é contramão”, conta.

Silvia avalia que economizou ao escolher ir trabalhar de carro ao invés de gastar com quatro passagens diárias de ônibus. Por dia o valor gasto seria de R$ 18, de segunda a sexta o valor chegaria a R$ 90.

 “Nosso município é grande. Para se deslocar até outro bairro, às vezes, é preciso pegar duas conduções. É praticamente impossível alguém que esteja na zona sul da cidade pegar apenas uma condução para ir até a zona norte”, observa. 

IDEIA ANTIGA

O prefeito Rogério Lins (Podemos) entregou o projeto do Bilhete Único de Osasco ao presidente da Câmara, Ribamar Silva (sem partido), e solicitou que o trâmite de análise e aprovação seja realizado em regime de urgência. 

Criado em 2004 em São Paulo, o Bilhete Único foi prometido pelas últimas gestões da cidade, mas não saiu do papel. 

As despesas da lei serão bancadas por “dotações orçamentárias próprias”. No projeto de lei consta o orçamento total de gastos que, até 2021, será de R$ 21 milhões – R$ 9,9 mi por ano. 

Ariane Costa Gomes é correspondente de Osasco

CORRIGIMOS

A versão anterior do texto dizia que estudos realizados pela secretaria de Transportes mostram que a maioria das viagens dura meia hora, mas a informação correta é que o intervalo de espera entre um ônibus e outro é, na maioria das viagens, de até meia hora. A informação foi corrigida, às 14h04, do dia 26 de agosto de 2019.

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Em Osasco, cena do rock movimenta comerciantes, produtores e web rádio https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/07/17/em-osasco-cena-do-rock-movimenta-comerciantes-produtores-e-web-radio/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/07/17/em-osasco-cena-do-rock-movimenta-comerciantes-produtores-e-web-radio/#respond Wed, 17 Jul 2019 19:28:45 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/IMG_2809-320x213.jpg https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=16472 Ariane Costa Gomes

Apaixonado por rock, o produtor de eventos Adriano Tavares Soares, 39, mais conhecido como Adriano Patotas, tinha o costume de tirar fotos pelo celular dos shows que comparecia. Tempos depois, passou a utilizar uma câmera para fazer a cobertura dos eventos. 

“Quando a minha câmera quebrou pensei ‘tenho que fazer alguma coisa para [divulgar] o rock em Osasco e região’. Foi assim que comecei a pesquisar como montar uma web rádio”, relembra o morador do Piratininga, na zona norte da cidade. Em 2015, foi lançada a web rádio Patotas Rock.

Tavares é um dos exemplos de amantes do rock que têm buscado manter vivo o gênero na cidade da Grande São Paulo. Apesar da falta de espaços disponíveis, há ao menos cinco bares que tocam o estilo e produtores têm trabalhado para incentivar a produção local.

Desde 2013, Osasco tem a Semana Municipal do Rock, criado por lei, com a ideia de “fortalecer, apoiar e incentivar o movimento do estilo na cidade”. A secretaria de Cultura ainda vai divulgar os grupos escolhidos para se apresentar neste ano. Outras bandas têm se mantido apenas na cena independente e lutado para sobreviver.

Patota é uma gíria dos anos 1970 que significa galera ou turma. Sem estúdio, todo conteúdo é produzido de casa pela equipe de 11 “loucutores” que enviam o material para Soares colocar no ar.

Começou com dois programas. Um deles é o Rock Made in Brazil que continua no ar e toca o som de bandas nacionais. São 13 programas que mesclam informação e música.

O trabalho é voluntário e todos desenvolvem atividades paralelas à rádio. Porém, eles atraíram o apoio de microempreendedores da região. “É um valor fixo por mês onde conseguimos pelo menos a metade do necessário para manter a rádio. E a outra parte vem do nosso bolso”, diz Soares.

Estúdio de Lau, no Rochdale, recebe bandas da cidade (Ariane Costa Gomes/Agência Mural/Folhapress)

PRODUÇÃO

Também na zona norte da cidade está a Conspiração Records, conhecida como Lau Estúdio, no Rochdale.

Há 18 anos, o local oferece espaço para gravação, mixagem, ensaio e eventos. O proprietário Lau Andrade, 42, se define como um “operário do rock”. 

Músico, já deu aulas de bateria, baixo e guitarra. Com funcionamento de terça a domingo, ele explica que o trabalho requer dedicação integral. Como os componentes de bandas se dividem com outros trabalhos, muitas vezes é nos feriados em que buscam o estúdio.

“Precisamos achar uma maneira de conseguir sustento. É difícil tocar um som autoral e ter um retorno financeiro com isso”, avalia. “Há muitos lugares onde as bandas vão tocar em que os equipamentos são ruins e o som não fica legal”, observa Lau.

A promoção de pocket shows, apresentação de curta duração, é uma das formas usadas pelo estúdio para aumentar a receita.

Lau transformou casa em estúdio para receber grupos (Ariane Costa Gomes/Agência Mural/Folhapress)

“A cena rock em Osasco em bares é muito ocupada por bandas cover. Quando comecei a trabalhar tinha essa ideia de trazer o cenário independente autoral para participar. Sentia que faltava isso”, lembra o produtor Lucas Laranjeira, 31, morador do Pestana, na zona sul do município.

Lucas foi guitarrista, é curador artístico de um site e criador da Produtora Orangeira Music. Criada em 2015, a produtora conta com um casting de sete artistas: Vespas Mandarinas, Riviera, Teorias do Amor Moderno, Bemvirá, Polako, Arte Kerosene e Rodrigo San. Em 2019, tornou-se também um selo para lançar artistas independentes. 

Em 2018, a Orangeira Music realizou o festival Z/O Atomic Festival que trouxe shows das bandas Dead Fish, Forgotten Boys e Dry Life. 

Para ele, ainda falta uma casa especializada de rock na região. “Quando não há um movimento tão grande do rock, os artistas também tendem a esfriar por falta de incentivo. Muitas pararam, foram cansando”, ressalta.

Gargamel funciona no Jardim Santo Antonio (Ariane Costa Gomes/Agência Mural/Folhapress)

DE MUDANÇA

Alguns bares chegaram recentemente na cidade como o Lata Velha Rock Bar. Apesar de caminhar para o primeiro ano em Osasco, o estabelecimento surgiu sete anos atrás em Carapicuíba.

Criado por Henrique Oliveira, 42, o bar começou em um contêiner localizado dentro de um lava rápido da cidade vizinha. Foi daí que veio a inspiração para o nome.

“Foi um gosto pessoal. Tinha dificuldades para ouvir rock na região onde morava. Antigamente na Cohab, em Carapicuíba, predominava o samba, pagode, rap. Para me divertir, tinha que ir para Vila Madalena, São Paulo. Então a ideia foi fazer um espaço para curtir a música que gosto”, conta o proprietário.

O bar oferece shows de bandas cover, sinuca, fliperama e pebolim e funciona de quarta a domingo, das 18h às 2h. O Lata Velha Rock Bar fica na avenida Crisântemo, 116, no Jardim das Flores.

No caso do Gargamel Rock Bar (avenida João de Andrade, 1786 – Santo Antônio), o proprietário Alexandre Magno Cabral, 43, assumiu o negócio criado pela mãe, Vera, uma fã de rock e membro de um moto clube. 

Foi criado há nove anos com a intenção de ser um espaço para que integrantes de diferentes moto clubes pudessem se reunir e receber algumas bandas. “O lance do moto clube foi ficando de lado e ficou só o bar. O pessoal foi se distanciando, minha mãe saiu. Começamos a receber as bandas independentes da região com som autoral”, conta o proprietário.  

O local funciona de terça a sábado, das 19h às 4h, e conta com karaokê às quartas, apresentações acústicas às sextas e sábados. Cabral planeja voltar a trazer ao menos uma vez por mês shows de bandas independentes aos sábados. 

Ariane Costa Gomes é correspondente de Osasco
arianecosta@agenciamural.org.br

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Vítima de fogueira, prefeito de Osasco flertou com PT e PSDB para vencer eleição em 2016 https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/07/02/vitima-de-fogueira-prefeito-de-osasco-flertou-com-pt-e-psdb-para-vencer-eleicao-em-2016/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/07/02/vitima-de-fogueira-prefeito-de-osasco-flertou-com-pt-e-psdb-para-vencer-eleicao-em-2016/#respond Tue, 02 Jul 2019 11:03:46 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/Rogerio-lins-e-dama-320x213.jpg https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=16435 Paulo Talarico

A cena da explosão da fogueira de São João, em Osasco, na Grande São Paulo, na sexta-feira (28), chamou a atenção do Brasil. Nela, o prefeito Rogério Lins (Podemos) estava ao lado da primeira-dama, Aline Soares Lins, no momento em que ia acender a fogueira. A explosão atingiu os dois e ambos estão internados no Hospital Antônio Giglio, no centro do município, sem previsão de alta. 

Mas quem é Rogério Lins, 40, e como se tornou líder da cidade com o sexto maior PIB do Brasil? 

Formado em direito, Lins foi eleito prefeito de Osasco em 2016, primeira vez em que disputou o cargo. Usou o discurso de ‘renovação’ e do antipetismo para conquistar quase 210 mil votos e vencer Jorge Lapas (PDT) no segundo turno. 

Ao longo da carreira política, ele flertou com vários grupos de poder da cidade. Foi vereador por dois mandatos, no período em que o PT comandava a prefeitura. 

Na Câmara, foi da base aliada do ex-prefeito Emidio de Souza (PT, 2005 a 2012), possível adversário nas eleições do ano que vem. Também foi aliado de Jorge Lapas, que deixou o PT para se filiar ao PDT antes das eleições de 2016.

Prefeito chegou à prefeitura em 2016, após dois mandatos de vereador (Divulgação)

Lins começou a trajetória política como diretor na secretaria de Esportes, em 2004. Em seguida, decidiu concorrer para vereador. Passou por três partidos.

Em 2004, disputou a vaga de vereador e não entrou, mas na segunda eleição venceu. Assumiu em 2009 pelo PR. Deixou a legenda para se filiar ao PHS. No meio do segundo mandato, fez uma articulação para ser expulso da legenda e poder se filiar no então PTN (atual Podemos), em um movimento que já envolvia a disputa da prefeitura.

Ainda como vereador, Lins evitou declarar abertamente que seria candidato a prefeito, mas dava pistas. Em 2015, o então prefeito Emídio teve pedido de rejeição de contas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), e Lins se ausentou da sessão da Câmara que votaria o caso, indicando distanciamento do então aliado.

Na época, legisladores afirmaram que Lins articulou uma debandada dos parlamentares para que o parecer fosse pela rejeição. No final, Emídio teve as contas aprovadas. Caso contrário, poderia se tornar inelegível. 

ALIADOS DO PASSADO

Para a disputa de 2016, Lins se uniu aos principais clãs políticos que governaram Osasco no passado. No primeiro turno, fez acordo com o ex-prefeito Francisco Rossi (PR), que emplacou a esposa, Ana Rossi (PR), na vaga de vice. 

No segundo turno, foi a vez de Celso Giglio (PSDB), morto em 2017, e Guaçu Piteri (PPS), ambos ex-prefeitos, se juntarem a Lins. 

Adversários afirmam que ele chegou ao comando de Osasco graças ao apoio nos bastidores do ex-deputado federal João Paulo Cunha (PT), condenado no julgamento do mensalão. Lins e João Paulo sempre negaram o vínculo. No entanto, o coordenador da campanha foi Gelso de Lima, antigo braço-direito do petista. 

Apresentação dos projetos de segurança (Divulgação)

Antes de assumir, contudo, Lins teve outro problema. A Operação Caça Fantasmas, da Polícia Civil, indiciou ele e outros 13 parlamentares sob acusação de manter funcionários fantasmas na Câmara Municipal, em 6 de dezembro. Lins estava nos Estados Unidos com a família, enquanto outros vereadores indiciados foram presos. 

Ele retornou apenas no Natal, quando se entregou para a polícia, mas logo conseguiu uma liminar que o deixou em liberdade. O caso ainda não foi julgado e segue em segredo de Justiça. Recentemente, um ex-vereador foi absolvido e outra acusada, condenada. 

GOVERNO ECLÉTICO

Fruto de uma aliança tão ampla, Lins teve de juntar todos esses grupos num secretariado eclético. Havia membros do PT, PSDB, PPS, PR e ex-secretários da gestão de Lapas. Logo no início, o gestor começou a enfrentar resistências e se distanciou de Francisco Rossi, que o acusou de ter se unido ao PT. 

Os petistas sairiam do governo meses depois. Lins exonerou os secretários do PT após um  desentendimento entre militantes e o governador João Doria (PSDB), no dia em que o tucano veio receber o título de cidadão osasquense. 

Fiadora da candidatura de Lins, a deputada federal Renata Abreu teve apoio do prefeito ano passado (Divulgação)

Na eleição de 2018, o prefeito apoiou a presidente de seu partido, o Podemos, Renata Abreu, que se reelegeu para mais um mandato de deputada federal. Renata foi madrinha política da candidatura de Lins e destinou boa parte dos recursos da sigla para ajudá-lo. 

Nos três primeiros anos de governo, Lins entregou algumas obras, como o Hospital Veterinário Manchinha (nome em referência à cadela morta em um Carrefour da cidade) e um albergue para cem pessoas.

Ele teve de lidar com um impasse com o Exército para liberar imóveis do Conjunto Residencial Miguel Costa, e trocou duas vezes a Organização Social que administra o hospital municipal onde ele está internado. 

A situação da saúde é o que mais tem movimentado a oposição, atualmente composta de três dos 21 vereadores. Um deles, Tinha di Ferreira (PTB), tem colhido assinaturas para abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Como a oposição é minoria, há poucas chances da ação ir em frente.

Outros compromissos de campanha ainda não saíram do papel, como a implantação do Bilhete Único. Recentemente, Lins também teve de enfrentar uma greve dos servidores municipais. Obra que começou na gestão passada, a nova sede da prefeitura também está atrasada.

Cotado para disputar a reeleição, o cenário ainda está incerto. Fora a possível candidatura de Emidio, também são esperados nomes do PSL e do PSDB na disputa.

Paulo Talarico é correspondente de Osasco
paulo@agenciamural.org.br

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Acidente com prefeito em fogueira retoma discussão de 30 anos atrás em Osasco

Com 65 anos, banda em Osasco luta para se manter e atrair nova geração

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Com 65 anos, banda em Osasco luta para se manter e atrair nova geração https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/06/13/com-65-anos-banda-em-osasco-luta-para-se-manter-e-atrair-nova-geracao/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/06/13/com-65-anos-banda-em-osasco-luta-para-se-manter-e-atrair-nova-geracao/#comments Thu, 13 Jun 2019 20:16:15 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/Corporação-Santo-Antonio-Osasco-2-320x213.jpg https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=16324 Ariane Costa Gomes

Nesta quinta-feira (13), a cidade de Osasco, na Grande São Paulo, festeja o dia de Santo Antônio.  Entre as celebrações está a apresentação de uma Corporação Musical que leva o mesmo nome do padroeiro e é mais antiga que o próprio município.

Todas as sextas-feiras, no prédio da Secretaria de Cultura de Osasco na avenida Visconde de Nova Granada, há ensaios da Corporação Musical Santo Antônio, grupo que completou 65 anos em 2019 e luta para manter a história.

Também conhecida como Banda de Osasco, o grupo foi fundado em 1954 pelo padre Joaquim Macedo, na época pároco da Igreja Matriz de Santo Antônio, quando Osasco ainda era um bairro da cidade de São Paulo. A região só se tornou município em 1962.

A intenção era criar uma banda para participar de eventos religiosos, cívicos e sociais, mas se tornou um dos símbolos da cidade de 700 mil habitantes.

A primeira apresentação foi realizada na própria igreja matriz no dia 25 de janeiro, aniversário da cidade de São Paulo. A partir da ideia, o padre convidou músicos que já conhecia e o grupo foi lançado no dia da apresentação.

Clóvis, no centro, está na banda desde os anos 1960 (Ariane Costa Gomes/Agência Mural/Folhapress)

“O tenente Lazinho do Exército do 4º RI (Regimento de Infantaria do Exército Brasileiro) foi chamado para reger e formar os músicos. Na época não tinha fardamento, nem nada”, conta Clóvis Gomes, 76, presidente da banda.

Na primeira aparição, os músicos apresentaram-se com fardas do Exército arrumadas pelo maestro. “Quando eu entrei para a banda em 1960 já era uma farda diferente”, relembra Gomes, morador do Vila Yolanda, na zona sul da cidade, e um dos membros mais antigos.

Entrou aos 18 anos para tocar trombone e foi também sargento músico do Exército, onde tocava tuba.

A lista de presença dos ensaios já chegou a contar com 48 músicos. Porém, o número é rotativo e, atualmente, a banda principal conta com 19 participantes. Alguns músicos têm outros compromissos e a participação é voluntária. “Não ganhamos nada com a banda, é o amor pela arte mesmo”, conta Gomes, responsável pela administração e organização da agenda.

Há integrantes de 18 a 77 anos e novos membros são aceitos com frequência. Os interessados devem entrar em contato pelo e-mail e possuir instrumento próprio, uma vez que não há instrumentos para empréstimo durante o ensaio.

A Corporação oferece oficina de musicalização e prática de banda, mas a falta de instrumentos dificulta o acesso.

Grupo ensaia todas as sextas (Ariane Costa Gomes/Agência Mural/Folhapress)

Outro integrante antigo da banda é o maestro Moacir Carvalho de Oliveira, 77. São 60 anos ao lado no grupo. Entrou para tocar trombone em 1959 quando tinha 17 anos. Também tocava na Banda da Polícia Militar de São Paulo onde chegou a ser Oficial Maestro.

Após se aposentar da banda militar em 1990, passou a ficar integralmente na de Osasco. “Estava lá, mas não deixava aqui. Minha mulher quase comia meu fígado, mas tudo bem”, brinca o morador do bairro Cipava.

Tornou-se auxiliar de maestro e, após a morte do regente, passou a ocupar o cargo de maestro, posição que está há cerca de 25 anos. “Essa banda significa tudo na minha vida. É aqui que tive meus amigos. A maioria já se foi, mas eu continuo aqui. Continuamos lutando para não deixar a peteca cair”, conta Oliveira.

O maestro observa que houve uma diminuição no número de serviços da banda e que com o tempo os investimentos feitos pela prefeitura foram caindo.

Por meio de nota, a Prefeitura de Osasco afirma que reconhece o valor histórico e cultural da banda para a cidade e que o investimento na corporação é feito “por meio do Decreto nº 11.552/2017”. A norma permite o uso sem cobrança do espaço onde atualmente a corporação desenvolve as atividades.

Corporação foi criada em 1954 (Acervo/Corporação)

Informa ainda que a banda recebe pelas apresentações por meio do edital de credenciamento de artistas.

Além das apresentações contratadas pela prefeitura, a banda costuma ser chamada para eventos em outras cidades como Pirapora do Bom Jesus, na Grande São Paulo, e Araçariguama, no interior.

NOVA GERAÇÃO

Nos últimos meses, a preocupação com a nova geração de músicos também tem tomado conta do grupo. Nas segundas-feiras, das 19h30 às 21h, a sala de ensaio é usada pela nova geração de músicos que fazem parte do projeto apelidado de “Camerata de Sopros”. Formada há menos de um ano, possui 11 integrantes. A camerata é uma orquestra menor e tem o limite de 15 integrantes.

A ideia surgiu a partir de uma demanda do grupo. Como a banda principal tinha uma formação maior, inviabilizava apresentações em determinados eventos.

“Conversando com o maestro Roberto surgiu a ideia de montar um trabalho num formato menor que trouxesse o retorno às raízes, que era uma banda de coreto com um número menor de integrantes”, conta Rafael Brás, 32, músico profissional e diretor artístico da banda.

A camerata apresenta marchinhas, marchas, maxixes e polcas. “É um trabalho voltado ao resgate da cultura musical do final do século 19 e início do século 20”, conta Roberto Oliveira, 32, maestro da Camerata de Sopros e professor de tuba.

Há nove mulheres que participam do grupo (Ariane Costa Gomes/Agência Mural/Folhapress)

Às quintas das 19h30 às 22h são realizados os ensaios da Orquestra de Sopros, mais um projeto da banda, com 40 músicos.

Entre as músicas que não podem faltar nas apresentações estão “Fascinação”, de Elis Regina, “Chuva de Prata”, de Gal Costa e “Aquarela”, de Toquinho. Há espaço também para músicas mais atuais como “Vou Deixar”, do Skank e “Do seu lado”, do Jota Quest, além do tema do filme “Missão Impossível”.

Entre os desafios da Corporação está difundir a prática de banda na cidade e aumentar a participação feminina.

A flautista Aline Braga, 29, é uma das nove mulheres que fazem parte da banda. Há uma mulher na banda principal, uma na Camerata e sete na Orquestra de Sopros. “É importante essa vivência para mim como musicista, aprender a trabalhar em equipe. Um grupo onde cada um tem a sua voz e a sua importância”, diz Aline.

Ariane Costa Gomes é correspondente de Osasco
arianecosta@agenciamural.org.br

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Manhã de greve tem escolas fechadas em ao menos 14 cidades da Grande SP https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/05/15/manha-de-greve-tem-escolas-fechadas-em-14-cidades-da-grande-sp/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/05/15/manha-de-greve-tem-escolas-fechadas-em-14-cidades-da-grande-sp/#respond Wed, 15 May 2019 16:50:40 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/WhatsApp-Image-2019-05-15-at-12.34.25-320x213.jpeg true https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=16217 A manhã desta quarta-feira (15) teve escolas fechadas, dúvidas dos pais e mobilização de alunos e educadores nas periferias de São Paulo e da região metropolitana.

A paralisação dos professores atingiu ao menos 14 cidades da Grande São Paulo, segundo levantamento da Agência Mural.

Biritiba-Mirim, Carapicuíba, Cotia, Diadema, Embu-Guaçu, Franco da Rocha, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Osasco, São Bernardo do Campo, Vargem Grande Paulista, além da própria capital, tiveram interrupção das aulas. Parte dos moradores irá para a avenida Paulista nesta tarde. 

Na região do Parque Cisper, em Ermelino Matarazzo, a escola João Franzolin Neto teve paralisação de 60% dos professores. Na escola municipal Rosângela Rodrigues Vieira, 90% pararam.

Na Brasilândia, zona norte, a escola Hélio Heber Lino teve aula de apenas dois professores em sala de aula, enquanto na CEI Jardim Dionísio, no Jardim Ângela, zona sul, a unidade funcionou até 11h.

“Minha filha de oito anos, que estuda na escola estadual Jardim Aurora, não teve aula. Me prejudicou no que tinha para fazer hoje e também não vai ter balé no CEU Jambeiro”, disse Kátia Figueiredo Lima, 43, moradora de Guaianases, na zona leste.

Professora da escola estadual Aurélio Campos, em Interlagos, na zona sul, Claudia Maria Luciano, 57, afirma que a redução de recursos no ensino superior afeta também o ensino de base.

“A educação básica depende fundamentalmente das pesquisas que são feitas nas universidades públicas. Tudo o que é feito para a melhoria do conhecimento está dentro das universidades. Indiretamente quem acaba sendo prejudicado com isso é a educação básica”, afirma.

Escola sem aulas em Mairiporã (Humberto Muller/Agência Mural/Folhapress)

“Este é o primeiro momento que os agentes da educação estão se mobilizando contra este governo, que tem um discurso anti-intelectual e anti-conhecimento”, diz o professor Raimundo Justino, de Ermelino Matarazzo, na zona leste.

“Já tivemos muitos governos que trataram a educação com descaso, mas esse a trata como inimiga”, opina o educador.

GRANDE SP

Até a noite desta terça-feira (14) escolas de ao menos oito cidades haviam aderido, mas outros municípios também tiveram paralisações na manhã de hoje.

Em Franco da Rocha, na região norte da Grande São Paulo, ao menos quatro escolas tiveram paralisação completa, caso das municipais José Augusto Moreira – Estância Lago Azul, Arnaldo Guassieri, na Vila Lanfranchi, a Egydio José Porto, no Parque Vitória, e a escola estadual Luiz Alexandre, no Jardim dos Bandeirantes.

A informação passada pela coordenadora é de que 90% dos colégios tiveram suspensão parcial ou total das aulas. Na rede municipal, a prefeitura informou que 18 escolas registram paralisação total; 24 com paralisação parcial; 10 funcionam normalmente. Situação parecida vive a cidade vizinha de Mairiporã.

“Na escola da minha filha foi avisado via agenda e o professor reforçou pelo Whatsapp”, diz o autônoma Giselle Guidoni Carvalho, 33. A filha dela estuda na escola municipal Muffarege Salomão Chamma.

“Todos têm o direito de protestarem e paralisarem suas funções em decorrência de uma reivindicação. Entretanto, não existe uma outra solução, pelo menos nos meios em que pesquisei, que solucione a questão da previdência”, diz Giselle.

A auxiliar de farmácia Keiti Moraes Ferraz, 26, tem um filho que estuda na escola Nicolau Pinto da Silva, colégio que também teve aulas paralisadas. “Não me afetou. Super apoio a manifestação dos professores. Inclusive, queria ir participar”, diz Keiti.

Havia um cartaz colado na porta da escola com a informação sobre o funcionamento nesta quarta.

Em Guarulhos, município de 1,3 milhão de habitantes, a informação é de que 119 escolas municipais tiveram paralisação das aulas. A prefeitura de Guarulhos não confirmou a quantidade.

Manifestantes caminharam até a prefeitura em São Bernardo (Cadu Bazilevsky)

No Alto Tietê, de acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), 23 escolas não têm aulas em Mogi das Cruzes. Segundo a entidade, em Biritiba Mirim as três escolas estaduais da cidade funcionam apenas parcialmente. Em Guararema, das seis escolas estaduais, a Apeoesp estima que a paralisação está em 60%.

Em São Bernardo do Campo, os professores caminharam da praça Santa Filomena até o Paço municipal. Em meio ao protesto, houve também reivindicações sobre a educação local.

A professora Andrea Rocha, 46, da rede municipal, dá aula para o quinto ano do ensino fundamental na Emeb Olegário José Godoy, no bairro Montanhão. Ela critica o modelo implantado no colégio.

“Não é uma escola integral, é de tempo integral. [A prefeitura] pegou a escola e colocou os alunos ali dentro. Só que a escola não tem estrutura para receber essas crianças. Não tem quadra, não tem biblioteca, é um computador para cada três crianças”, diz Andrea.

Da Agência Mural: Paulo Talarico, Priscila Pacheco, Rafael Balago, Aline Venâncio, Humberto Muller, Jariza Rugiano, Jéssica Silva, Leticia Marques, Lucas Veloso, Micaela Santos, Thalita Monte Santo.

 

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Impasse entre prefeitura e Exército afeta 960 famílias em Osasco https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/04/18/impasse-entre-prefeitura-e-exercito-afeta-960-familias-em-osasco/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/04/18/impasse-entre-prefeitura-e-exercito-afeta-960-familias-em-osasco/#comments Thu, 18 Apr 2019 17:50:10 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/39FFB029-0CF7-479D-B3E6-AFED94C5252C-320x213.jpg https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=16062 Ana Beatriz Felicio

Vista de longe, as fileiras de prédios novos com a pintura recém-feitas e as quadras onde nenhuma criança brinca lembram um cenário de cidade abandonada, digno de filme. Os pássaros cantam e o único som que existe além deles é o do vai e vem dos trens, que passam logo ao lado.

Mas o motivo do conjunto habitacional Miguel Costa, em Osasco, na região oeste da Grande São Paulo, ainda estar desabitado não envolve roteiros de distopias, mas sim um embate entre a prefeitura, a CPTM, o Exército e a Caixa Econômica Federal. Enquanto isso, moradores que programaram a mudança há seis meses vivem um cenário de incerteza.

Futuro lar de 960 famílias, o empreendimento de R$ 140 milhões foi construído com recursos do PAC 2 (Plano de Aceleração de Crescimento), do Governo Federal, e prometido para ser entregue em dezembro do ano passado.

Entretanto, quando a Prefeitura tentou pavimentar a Rua Flor de Margarida, vizinha do Quartel de Quitaúna, foi impedida pelo Exército, o que impossibilitou o acesso de carro até o condomínio. A região fica perto do limite com a cidade de Carapicuíba e do Rodoanel Mário Covas.

Quartel fica ao lado do conjunto habitacional; Exército diz que obra não respeito lei vigente (Ana Beatriz Felicio/Agência Mural/Folhapress)

De acordo com o Comando Militar do Sudeste, o empreendimento foi construído sem consulta ao Exército e não obedeceu à legislação vigente (decreto-lei 3.437/1941 do presidente Getúlio Vargas) que determina as distâncias de segurança previstas em relação à área militar. A norma proíbe construções a 33 metros em torno de fortificações.

Por estar próxima à estação da CPTM, há também a preocupação com a passagem do excesso de carros no nível dos trens. Há uma cancela no local que atualmente tem apenas o fluxo de quem vai até o quartel.

Para resolver o problema, o Exército defende a construção de um viaduto que ligue a avenida principal (Autonomistas) e a linha do trem, para que os moradores não passem tão próximos ao Quartel. Entretanto, tal obra demoraria cerca de 18 meses para ser construída a um custo de R$ 18 milhões para a prefeitura.

Após realizar diversas reuniões e apresentar novas propostas que não foram aceitas, a Prefeitura de Osasco anunciou na quarta-feira (16) que irá entrar com um processo judicial para resolver o caso.

Izaneide visitou imóvel ano passado e transferiu filho para escola próximo do residencial (Divulgação)

NÃO PERDI AS ESPERANÇAS

Uma das futuras moradoras do Miguel Costa é Izaneide de Sousa, 36. Desempregada, ela mora com o filho de 12 anos e o namorado, e já havia feito todos os preparativos para finalmente ir para nova casa.

“O meu filho está estudando lá no Quitaúna, porque estava tudo certo para gente mudar e eu transferi ele. Quando eu já tinha feito tudo e chegou em dezembro, que seria para gente mudar, o exército barrou a pavimentação”, explica.

As famílias que irão morar no Miguel Costa vieram de três comunidades diferentes, todas em Osasco: a do Jardim Rochdale; do próprio Miguel Costa, onde ocorreu uma reintegração de posse em 2014 e do Jardim Santa Rita, onde Izaneide viveu até 2015.

Ela morava em um barraco quando conseguiu o Bolsa Aluguel no valor de R$ 300 e alugou uma casa no Jardim Bonança, próximo do local onde ficava a comunidade.

 

Passagem era utilizada anteriormente quando ligava ao Jardim das Margaridas. O local foi desapropriado para a construção das novas moradias (Ana Beatriz Felicio/Agência Mural/Folhapress)

De acordo com ela, o primeiro prazo de entrega estava previsto para o segundo semestre de 2018. Inclusive, em março daquele ano foi realizada uma visita ao condomínio com a presença do prefeito, Rogério Lins (Podemos), que anunciou que as primeiras famílias já passariam o natal em casa.

“A gente já tinha feito vistoria, verificou se janelas estavam fechando certo, as portas, a água ligada. Cada um entrou no futuro apartamento. Estava tudo certo”, relembra Izaneide.

Os futuros moradores foram avisados em fevereiro de 2019, em uma reunião com Lins, a respeito dos problemas envolvendo o acesso ao condomínio. Desde então, o prefeito vem se reunindo com os representantes de cada bloco para anunciar os desdobramentos no caso.

Com as roupas de inverno e outros itens já embalados para mudança, Izaneide diz estar com o “coração a mil” em relação a casa nova.

“As meninas dão risada, porque eu continuo embalando as coisas aqui, eu não perdi as esperanças”, diz. “Já guardei tudo, as roupas de frio, cobertor. Tudo empacotado e daqui a pouco o inverno vai chegar e vou ter que fazer a troca. Algumas pessoas trouxeram os filhos de volta, para estudar aqui no Bonança, mas eu não”.

Local fica perto da estação Quitaúna da CPTM e motoristas teriam de cruzar os trilhos para chegar ao residencial (Ana Beatriz Felicio/Agência Mural/Folhapress)

JUSTIÇA FEDERAL

Na última segunda-feira (15), a Prefeitura de Osasco se reuniu novamente com o Exército, a CPTM e a Caixa Econômica Federal. Uma das soluções apresentadas foi a construção de um bolsão de estacionamento ao lado de uma padaria localizada nas proximidades, mas não foi aceita.

A partir disso, Lins decidiu entrar com uma ação conjunta na Justiça Federal, com o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União. O documento deverá ser apresentado na segunda-feira (22) e a expectativa é de que a Justiça Federal se posicione em até 72 horas após a entrada da ação.

Enquanto isso, Izaneide, o filho e o namorado seguem esperando, assim como as outras 960 famílias.

Ana Beatriz Felicio é correspondente de Carapicuíba
anabeatrizfelicio@agenciamural.org.br

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Jota.pê lança canção e vê bom momento para negros na música https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/02/19/jota-pe-lanca-cancao-e-ve-bom-momento-para-negros-na-musica/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/02/19/jota-pe-lanca-cancao-e-ve-bom-momento-para-negros-na-musica/#respond Tue, 19 Feb 2019 18:29:19 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2019/02/IMG_4167-320x213.jpg https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=15579 Lucas Veloso

João estava compondo uma música em casa. Fez alguns versos, mas não gostou e decidiu jogar bola. Foi impedido pelo pai, que viu a letra e mandou o menino terminar, pois só assim seria liberado para o futebol.

Assim é a história da música Beija-flor, a canção de maior sucesso de João Paulo Gomes da Silva, 26, o Jota.pê. Nascido e criado no Parque Continental, em Osasco, na Grande São Paulo, ele lançou, na semana passada, seu novo single: Errata Perfeita.

Há quatro anos, o cantor trabalha exclusivamente como músico. Aos 10, começou a tocar violão e, aos 14, surgiram as primeiras composições. Lançou alguns clipes na internet, por insistência de amigos.

Com o material na internet, uma escola de forró de Belo Horizonte (MG) começou a usar as músicas dele na escola, e assim também ele deu os primeiros passos para fora de sua cidade.

Seguir a carreira, contudo, nem sempre esteve nos planos. “Lutei contra viver de música, porque sempre ouvi a história ‘não se ganha grana com isso’. E assim, insisti com outras coisas, como designer”, relembra.

No fim, decidi pela música, já que  chegou a um nível de seriedade que atrapalhava o resto das coisas na minha vida.”

Foi na infância que Jota.pê se interessou pela música e ganhou o primeiro violão (Bruno Silva/Divulgação)

Em 2015, Jota.pê lançou o primeiro trabalho autoral:  “Crônicas de um Sonhador”. Na época, ainda tinha dificuldades para entender as possibilidades dentro do universo musical, como a produção e atuação em eventos.

Dois anos depois, a carreira ganhou maior alcance. Foi selecionado para a sexta temporada do programa The Voice Brasil, da TV Globo, onde foi orientado pelo cantor Lulu Santos. Por lá, ficou cerca de três meses, sendo um dos últimos a sair da atração.

Com a experiência, se aproximou de profissionais do mercado musical brasileiro. “Antes, achava tudo combinado lá dentro, mas depois eu conheci tanta gente boa e fiz tantas amizades e parcerias, que mudaram a minha vida. Inclusive, foi depois do programa, a ideia do novo disco”.

O single Errata Perfeita tem letra da cantora Camila Brasil, que conheceu em um evento musical. Depois, se encontraram para fazer a música, e foi quando ele pediu para gravar a canção e teve aprovação. 

“Sempre gostei pela intensidade. Foi escolhido para ser o primeiro single por causa da sonoridade, por ser diferente do que já fiz”, define Jota.pê. Na música, une MPB a guitarra e eletrônicos. 

Hoje, ele faz cerca de quatro shows no mês (Lucas Veloso/Agência Mural/Folhapress)

O lançamento faz parte de um projeto maior: o segundo disco, chamado Garoa. Por isso, compôs novas músicas, além de resgatar outras guardadas. No trabalho, além de testar novos balanços e musicalidade que não tinha gravado antes, queria deixar claro que apesar dos problemas diários do cotidiano, ter fé nos sonhos é o que mais importa.

O nome veio depois de assistir ao documentário Human, onde uma senhora chamada Maria Lindalva, do interior do Ceará, relatou como a vida era feliz, mesmo com a chuva que caía no acampamento que ocupava e molhava seus pertences.

“‘Garoa’ veio porque era hora de falar das dificuldades, mas de uma forma positiva no fim. Descobri que meu lance é dar força pras pessoas. Ninguém vai conseguir mudar o mundo triste, diz minha amiga Anna Tréa, e nisso eu acredito muito”, confessa.

Apesar da carreira ascendente, o músico reconhece que a falta de oportunidades impede que outros artistas também sejam favorecidos na carreira. “Vi gente desistindo do seu trabalho porque no dia seguinte tem que ter pão na mesa”, resume.

Ainda assim, elege alguns amigos ‘da cena preta’, como ele próprio diz, admirados, mesmo com as dificuldades, como a baiana Indy Naíse e a cantora Bia Ferreira. “Ela fala das questões sociais em tudo que canta”.

Lucas Veloso é correspondente de Guaianases
lucasveloso@agenciamural.org.br

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Tarifa de ônibus sobe para R$ 4,50 em Osasco e R$ 4,75 em São Bernardo https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/12/29/tarifa-de-onibus-sobe-para-r-450-em-osasco-e-r-475-em-sao-bernardo/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/12/29/tarifa-de-onibus-sobe-para-r-450-em-osasco-e-r-475-em-sao-bernardo/#respond Sat, 29 Dec 2018 19:28:54 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2018/12/48409556_1964655200507654_8186065064671838208_n-320x213.jpg https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=15365 Paulo Talarico

A dois dias da virada de ano, duas prefeituras da Grande São Paulo confirmaram o aumento nas tarifas dos ônibus municipais. A informação foi publicada nos diários oficiais deste sábado (29).

Em Osasco, a tarifa de R$ 4,35 passa para R$ 4,50, a partir de quarta-feira (1º de janeiro). A alta é de 3,5%.  A inflação oficial pelo IPCA acumulada em 2018 é de 3,59%.  O último reajuste havia sido feito em janeiro de 2018.

As empresas haviam solicitado reajuste para R$ 5,08, o que levaria ao maior aumento em 10 anos na cidade, mas a medida não foi aceita. O município tem 696 mil habitantes, segundo o IBGE, e tem como prefeito Rogério Lins (Podemos).

Nos últimos anos, cidades vizinhas como Carapicuíba e Barueri mudaram o preço das tarifas em dias próximos ao anúncio de Osasco. Ainda não há confirmação de aumento nelas.

No ABC, a prefeitura de São Bernardo do Campo também decretou reajuste. A tarifa vai de R$ 4,40 para R$ 4,75 no primeiro dia de 2019, uma elevação de 8%. O último aumento passou a valer em fevereiro de 2018.

A gestão do prefeito Orlando Morando (PSDB) afirma que o cálculo de gastos das empresas que prestam serviço levaria a um preço ainda maior: R$ 4,87. Em São Bernardo, vivem 833 mil pessoas.

Ambas as cidades manterão valores superiores ao cobrado nos ônibus da capital. A prefeitura de São Paulo anunciou que a tarifa será de R$ 4,30 a partir de 7 de janeiro. Metrô e CPTM ainda não noticiaram aumentos. Já os ônibus intermunicipais devem ter o reajuste anunciado em 2019.

Paulo Talarico é correspondente de Osasco
paulotalarico@agenciamural.org.br

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Osasco pode sofrer maior reajuste na tarifa de ônibus em dez anos https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/12/21/osasco-pode-sofrer-maior-reajuste-na-tarifa-de-onibus-em-dez-anos/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/12/21/osasco-pode-sofrer-maior-reajuste-na-tarifa-de-onibus-em-dez-anos/#comments Fri, 21 Dec 2018 12:16:27 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2018/12/WhatsApp-Image-2018-12-21-at-09.37.46-320x213.jpeg https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=15298 Ariane Costa Gomes

A agente de serviços escolares Maria Cícera de Oliveira, 56, acostumou-se a andar pouco de ônibus. Um dos motivos apontados é o gasto em Osasco, na Grande São Paulo. “[A frequência] é pouca porque eu tenho dó de pagar o preço da passagem”, conta.

Moradora do Rochdale, na zona norte da cidade, ela diz que costumava usar o transporte público para ir ao centro do município e não considera o serviço ruim. Mas critica o preço. “Acho um absurdo porque R$ 4,35 já está um horror para ir daqui para ali. Imagine R$5,08”, avalia. O Rochdale fica a 4km do centro. 

O aumento do valor da passagem de ônibus foi discutido na reunião do Comurb (Conselho Municipal de Mobilidade Urbana) de Osasco realizada em 27 de novembro.

As empresas Viação Osasco e Urubupungá estimaram o valor de R$5,08, alegando que é necessário para cobrir os gastos com salários de funcionários, combustível e inflação. O preço atual é de R$ 4,35, sem integração.

A alta representaria um salto de 16,7%, o maior desde 2006, quando a taxa subiu de R$ 1 para R$ 2. Em 2015, houve reajuste próximo: 16,6%.

A Prefeitura de Osasco afirma que estuda uma definição de valores e datas com as concessionárias do transporte público e, no momento, ainda não há nada definido sobre o reajuste da tarifa de ônibus.

A vendedora Eriselia Matias, 35, trabalha numa barraca de sucos naturais há cinco meses no centro. Moradora do bairro Km 18, conta que chega ao trabalho por volta das 9h e sai às 18h30. Utiliza o transporte público da cidade diariamente e gasta uma passagem de ida e outra de volta.

“Não é muito ruim, não. Eu pego [o ônibus] de manhã tranquilo e quando volto também”, avalia Eriselia. O preço da passagem, porém, é um gasto que preocupa a moradora. 

Fila de ônibus na avenida dos Autonomistas, na região central (Paulo Talarico/Agência Mural/ Folhapress)

Para justificar o aumento, as empresas concessionárias alegaram ainda que houve queda no número de passageiros e aponta a Uber como um dos motivos.

Segundo Roberto Bertolini, representante da Viação Osasco, “a proliferação de transportes irregulares realizados por uso de aplicativos, tais como Uber, vem causando uma queda significativa nos passageiros pagantes, o que torna a participação do [passageiro] gratuito sobre o pagante cada vez maior”.

Questionada, a assessoria de imprensa da Uber afirma que a empresa não compete, mas complementa o transporte público. “Trabalhamos para oferecer uma alternativa ao uso exclusivo do carro particular e tornar as cidades mais acessíveis para moradores de todas as regiões, estimulando deslocamentos que combinam diferentes modais”, diz.

No final de 2017, a lei que regulamenta a prestação de Serviço de Transporte Individual por meio de aplicativos foi aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito Rogério Lins (Podemos). A lei de nº4.850 aponta as diretrizes a serem seguidas pelas empresas.

Maria Cícera costuma utilizar os serviços dos aplicativos de transporte como alternativa, justamente por conta do preço da passagem. “Quando vou para [o centro de] Osasco acompanhada da minha filha e da minha neta, de Uber, gasto R$8. Se formos de ônibus, vamos pagar R$13,00. Então a preferência é ir de Uber”, explica Maria Cícera.

Os aplicativos também são a alternativa para chegar em casa depois da meia noite. O município não conta com linhas na madrugada, embora conste no plano de governo da atual gestão.

Empresas alegam que Uber ajudou a reduzir número de passageiros (Paulo Talarico/Agência Mural/Folhapress)

IDOSOS

Uma outra discussão do transporte que tomou 2018 em Osasco foi a gratuidade para idosos. A Câmara Municipal de Osasco aprovou a redução de 65 para 60 anos a idade mínima para gratuidade mínima no transporte. A questão, contudo, foi parar na justiça.

Por duas vezes, as empresas de transporte recorreram e conseguiram suspender a gratuidade. Na primeira ocasião, o Tribunal de Justiça de São Paulo considerou a norma inconstitucional. 

As empresas recorreram sob a alegação de que a Lei Orgânica do município era outra quando o contrato foi assinado.

A prefeitura de Osasco informou, por meio de nota, que “em virtude da nova decisão judicial, a Prefeitura suspenderá a eficácia do decreto [nº 11.851] até o julgamento da ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade), que definirá sobre a cobrança ou não da tarifa de ônibus”.

A gratuidade continua apenas para as pessoas acima de 65 anos e, segundo a Prefeitura, ainda não há prazo definido para alteração.

Ariane Costa Gomes é correspondente de Osasco
arianegomes@agenciamural.org.br

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Bolsonaro vence no ABC; Doria perde em cidades da Grande SP https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/10/28/bolsonaro-vence-no-abc-doria-perde-na-grande-sp/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/10/28/bolsonaro-vence-no-abc-doria-perde-na-grande-sp/#respond Mon, 29 Oct 2018 00:22:57 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2018/10/tnrgo_abr_2810186522-320x213.jpg https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=14750 Jair Bolsonaro, presidente eleito neste domingo (28), teve votações expressivas em São Bernardo do Campo, reduto do ex-presidente Lula (PT), e em várias outras cidades da Grande São Paulo. Em São Bernardo, o candidato do PSL teve 59% dos votos.

A cidade já teve 100% das urnas apuradas. Sua votação foi maior nos distritos ao norte da cidade. Na vizinha Santo André, o percentual de votos ao capitão reformado foi de 66%.

Os dois municípios são administrados pelo PSDB desde 2016, quando Orlando Morando e Paulo Serra ganharam as prefeituras respectivamente.

Houve também vitórias de Bolsonaro em Mauá (62%) e Diadema (52%). O presidente eleito teve votações expressivas em Mogi das Cruzes (71%), Suzano (67%) Guarulhos (66%), Osasco (63%) e Barueri (63%).

GOVERNADOR

Eleito governador de São Paulo, João Doria (PSDB) teve votação menor do que Márcio França (PSB) em cidades que têm o maior eleitorado da região metropolitana. Em Guarulhos, foram 57% dos votos para o socialista, contra 42% do tucano. O PSB governa o município com o prefeito Guti.

Em Osasco, França teve 62% dos votos contra 37% de Doria. Na mesma região, Carapicuíba registrou 58% dos votos a favor do candidato derrotado.

Mesmo administrada pelo PSDB, São Bernardo do Campo também registrou maior votação para França (52%), assim como a vizinha Diadema, com 62%.

Doria levou a melhor em cidades com menos de 400 mil eleitores e que são administradas pelo PSDB. Ainda no ABC, Doria levou a melhor em São Caetano do Sul, onde recebeu 63% dos votos e em Santo André com 54%.

No município de Mogi das Cruzes, ele obteve 57% dos votos e, em Mairiporã, o governador eleito recebeu 56% dos votos. Ele também ficou a frente em Barueri (52%) e Santana Parnaíba (56%).

Paulo Talarico é correspondente de Osasco
paulo@agenciamural.org.br

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