Moradores criam ação para presentear crianças em Santo André
As crianças do Jardim Santo André foram surpreendidas com uma festinha na semana de Natal. A ação foi promovida por moradores do bairro da cidade de Santo André, na Grande São Paulo, que criaram o Projeto Amor Amigo e aproveitam datas comemorativas para fazer atos solidários.
A ideia partiu do promotor de eventos Danilo Fermino Santana, 26, ou Mc Dandan, seu nome artístico como cantor de funk.
“A maioria das famílias que estão aqui não vão comprar presentes”, diz Elisângela Maria de Araújo, mãe de José Douglas da Silva. Para ela é um complemento, já que pôde poupar o restante da sua renda para outros gastos.
O cadastro das crianças foi feito em março com a informação sobre os presentes que desejavam. Em média foram presenteadas 1.500 crianças. A garotada recebeu roupas, calçados, produtos de higiene, guloseimas e brinquedos de personagens que gostam.
Edilene Soares dos Santos não chegou a tempo de fazer o cadastro, mas conseguiu pegar umas lembrancinhas para os filhos Emerson Aquires Soares e Elenilson Santos Souza. Com o dinheiro que economizou irá comprar roupas para eles.
No ano passado, o mesmo grupo fez a versão itinerante, passando em várias comunidades, doando sacolinhas com presentes e doces no natal. Desde 2013, quando a iniciativa começou, foram promovidas seis festas, incluindo a Páscoa e o Dia das Crianças.
Eles se reúnem toda semana para discutir como e quais serão os próximos passos. As festas são viabilizadas por meio de bingos e o dia da feijoada.
Mc Dandan diz acreditar que as simples sacolinhas podem fazer a diferença na vida de uma criança. Ele já foi morador de rua e teve a experiência de ter dois irmãos mortos. O artista se lembra que depois disso veio morar na comunidade do jardim Santo André e por inúmeras vezes ganhou sacolinhas de presente.
O cantor também atuou na Instituição Assistencial Casa do Caminho Ananias, voltada para atender os que estão em situação de vulnerabilidade social.
A presidente da entidade, Terezinha Gamba Pafundi, o incentivou a estudar. Nessa mesma instituição, ele foi voluntário, monitor e depois funcionário como arte-educador.
Para Mc Dandan o que falta para as crianças da comunidade é oportunidade. “Eu tenho uma história parecida com a deles, mas eles vivem num mundinho muito fechado e não têm noção do que podem ser. Falta ao ser humano acreditar no ser humano”, afirma. “A história pode ser diferente”, ressalta.
Fabiana Lima, 30, é correspondente de Santo André
fabianalima.mural@gmail.com
@Fabianasilim
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E
bom participar de um evento feito por amor