Obra atrasada gera insatisfação em moradores do bairro de Pirituba
Os moradores das ruas Tapendi, Diogo Gonçalves e Padre Mariano Ronchi em Pirituba, zona noroeste da cidade de São Paulo, convivem, desde fevereiro deste ano, com a presença diária de tratores, escavadeiras, materiais de construção e poeira, muita poeira. As obras deveriam ter sido finalizadas no mês de maio, mas ainda estão em andamento, gerando reclamações dos moradores.
De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB), os trabalhos fazem parte do Programa de Redução de Alagamentos. O objetivo é “minimizar os graves problemas de alagamento de vias e residências, além de ampliar a capacidade de escoamento da galeria”, explicou o órgão em nota oficial.
A sujeira da rua e o pó causado pelas obras gera irritação nos moradores. A dona de casa Maria Adelaide, 59, precisa varrer a rua diariamente para retirar a camada de terra da frente de seu portão. “A terra e o pó que entram aqui [em casa], é um horror. A gente fica doente, gripado. Minha filha mesmo está com a garganta ruim”, afirmou.
Um morador da rua Tapendi, que pediu para não ser identificado, falou sobre a dimensão do problema. “Em alguns dias tive que ligar para vizinha e pedir para ela buscar pão. Não conseguia sair de casa”, constatou o aposentado.
Outro problema resultante das obras na região é o local destinado ao depósito dos materiais. É o caso da Travessa Boda Espiritual, que liga a rua Tapendi à rua Tacoativa. As vias são rota de alunos das escolas Mario Kosel Filho e Olga Calil Menah, ambas na rua Urutinga.
O motorista e pai de três estudantes, Davi Bento, 52, recomenda aos filhos alterar o trajeto de volta. “A gente fica preocupado, mas é melhor [modificar a rota] do que passar pelos tubos e por todo aquele monte de areia e cimento”, alegou. Ele também reclama da dificuldade em levar seu filho mais novo à creche. “Coloco-o no colo e saio de casa as 7h da manhã. Preciso passar por todo aquele monte de terra para levá-lo até a perua [transporte escolar] que não consegue mais chegar próximo ao meu portão”, afirmou.
Pouco antes do fechamento desta reportagem, os responsáveis pelas obras retiraram parte dos materiais da Travessa Boda Espiritual, liberando o tráfego de pedestres e veículos na via. O volume de terra que impedia o morador aposentado de sair de casa também foi totalmente retirado. No entanto, a rua continua suja.
O novo prazo para o término das obras, segundo o Siurb, é no final do mês de agosto.
Yago Rudá, 20, é correspondente de Pirituba
@yagoruda94
yagoruda.mural@gmail.com
SAIBA MAIS
– População cobra manutenção em principal parque de Mairiporã
– Em São Bernardo, obra em escola está atrasada há dois anos
– Obra da SPTrans desapropria comércios, mas desvia de atacadistas