Estudantes de Sapopemba fazem trabalho com alunos do Reino Unido
Distantes mais de 4,7 mil quilômetros, alunos da escola estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, e da Ysgol Gyfun Cwm Rhymni School, no País de Gales, trabalham juntos desde o ano passado, em projetos que retratam a cultura, costumes e as sociedades locais.
Duas professoras europeias vieram ao Brasil para um intercâmbio entre docentes e a professora de inglês do colégio paulistano irá para lá em setembro.
Segundo a coordenação do projeto, 120 alunos participaram. “É um mecanismo que permite a aproximação com uma cultura diferente, além de desenvolver um trabalho em conjunto”, afirmou a professora de língua portuguesa Maria Irene de Andrade.
Os alunos fizeram curta-metragens com temáticas e personagens do Reino Unido em 2014. A estudante Natália Rodrigues, 17, do 3º ano, foi uma das responsáveis pelo filme “The Prison Majoje”. “Mostra um grupo de amigos que compra um jogo e quando eles vão jogar pela primeira vez são levados para dentro do game”, explica.
Agora, no 3º, eles organizaram a Feira “Conhecendo o Reino Unido”. As apresentações ocorreram na sexta-feira (12), na escola estadual.
Chamado “Connecting Classrooms” (Conectando Salas de Aula, em tradução livre) – o projeto é patrocinado pelo British Council, organização governamental do Reino Unido.
A conversa dos adolescentes com a turma do outro lado do Atlântico foi intensa. “Os europeus têm muita curiosidade sobre o Brasil. Não usamos muito WhatsApp por causa do fuso horário (quatro horas de diferença). O velho e-mail foi nossa ferramenta de comunicação”, conta Ivoney Cerqueira, 17, cujo grupo falou sobre a arquitetura do País de Gales e trouxe uma maquete do Palácio de Caernarfon, um dos símbolos medievais da nação.
Até mesmo roupas típicas da Escócia, país vizinho, foram confeccionadas para o projeto, como o kilt. “Os homens usam este vestido escocês [usado por guerreiros durante viagens por montanhas no passado]. É um país cheio de curiosidades, produzem um dos melhores whiskys do mundo, mas perdem em consumo para os russos”, disse Hemily Santos, 17.
Cristina Faustino foi a única professora de inglês da diretoria de ensino Leste 4, regional responsável pela escola Sapopemba, a inscrever turmas. “É uma união que vai além de salas de aula deste prédio, atravessa o mundo”, observou. Ela irá para o Reino Unido, em setembro, acompanhar os trabalhos sobre os brasileiros, com apoio da entidade patrocinadora.
As professoras Kayley Daniels, de geografia, e Nia Phillips, de ciência e matemática, da Ysgol Gyfun, vieram ao bairro. “É diferente a informalidade que os alunos do Brasil têm. No Reino Unido, a interação é mais formal”, comentou Kayley. “Agora eles têm visões de novos horizontes e um conhecimento que pode agregar muito ao futuro”, conclui Ana Rosa Raghiante, diretora da escola.
Lucas Meloni, 25, é correspondente do Mural no Jardim Sapopemba
@LucasMeloni
lucasmeloni.mural@gmail.com
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