Idosos se reúnem para dançar no M’Boi Mirim

Agência Mural

Toda última sexta-feira do mês, dona Renildes Oliveira, 78, moradora da Capela do Socorro há 45 anos, tem encontro marcado com a dança.  Forró, valsa, samba, bolero é o que ela encontra no Baile da Melhor Idade, na Casa Popular de Cultura M’ Boi Mirim, na zona sul da cidade de São Paulo.

“Faz 11 anos que participo e só tenho benefícios. O ambiente é ótimo e familiar. Nós dançamos vários ritmos, temos muitos amigos e, inclusive, faço parte de um grupo de mulheres que faz apresentações fora do baile”, conta.

A cada evento mensal, das 14h às 18h, a atração reúne mais de 180 idosos de diferentes bairros da região sul e é mantido voluntariamente pelos participantes há 18 anos.

Baile da Melhor Idade acontece na Casa de Cultura do M'Boi Mirim
Baile da Melhor Idade ocorre na Casa de Cultura do M’Boi Mirim (Foto: Edna Santos)

Em 1996, Edna Maria Santos, 61, foi trabalhar como psicóloga no espaço. Lá, dois grupos de idosos faziam oficinas de tai chi chuan e com eles iniciou o primeiro baile.

Aposentada, Edna coordena o projeto e conta que os encontros têm como objetivo oferecer a oportunidade de convivência social e saúde por meio da dança. “Os bailes são momentos para se fazer novos e encontrar velhos amigos, manter suas habilidades físicas e passar horas de alegria e lazer, reforçando os laços culturais”.

Embora boa parte do grupo seja composto por mulheres, Patrocínio Barbosa, 76, morador do Jardim das Rosas, relembra que há 10 anos foi convidado e que hoje faz parte da comissão. “Os encontros são maravilhosos, porém temos medo do baile acabar, pois muitas vezes falta verba para pagar os músicos e professores”, enfatiza.

A coordenadora revela que embora esteja dentro da Casa de Cultura, nas últimas gestões, os idosos não tiveram apoio. Para pagar os músicos precisam realizar atividades para arrecadar a ajuda de custo dos artistas. “A comissão tem de resolver pequenas coisas, como comprar água e copos. Muitas vezes, ela tira do seu próprio bolso para oferecer as mínimas condições para o evento”, relata Edna.

Dona Renildes é viúva e, mesmo sendo mãe de oito filhos e avó de 12 netos, diz acreditar que o baile é muito importante para a convivência das pessoas da melhor idade. “Às vezes nos sentimos isolados, mas participar de uma atividade assim dá autoestima e disposição”.

Idosos têm momento de lazer e convivência (Créditos: Edna Souza)
Idosos têm momento de lazer e convivência (Foto: Edna Santos)

Cíntia Gomes, 30, é correspondente do Jardim Ângela
@cintiamgomes
cintiagomes.mural@gmail.com

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