Passageiros reclamam de interrupção da linha 7 da CPTM nos fins de semana
A alteração na circulação da Linha 7 – Rubi da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) nos fins de semana tem gerado reclamações entre os usuários. Desde setembro de 2012, alguns trechos são interrompidos para obras de modernização e reparo das vias.
Ao sair para trabalhar ou passear, é comum encontrar algumas estações fechadas. Como alternativa, os passageiros precisam recorrer ao sistema de ônibus PAESE (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência). No entanto, o itinerário não é o mesmo que o do trem e faltam paradas em alguns trechos.
Entre as estações Barra Funda, região oeste, e Perus, na zona norte, quem recorre ao ônibus conta apenas com uma opção de parada em Pirituba. Para ter acesso a Água Branca, Lapa, Piqueri, Vila Clarice, Jaraguá e Vila Aurora é preciso fazer uma conexão por conta própria, com aumento do tempo e o custo da viagem.
É o caso do vigia José Roberto dos Santos, 43. Em dias normais, ele costuma levar 45 minutos da zona leste até a estação Piqueri. Aos domingos, já chegou a gastar o triplo do tempo.
“Como o ônibus não para na estação, pego mais um e gasto R$ 4,65 e não os R$ 3 de sempre”, diz. Ele não percebe melhorias na linha e aponta problemas como as inundações em um ponto dentro da estação Piqueri. “Já molhei roupas e sapatos ali”, afirma.
A linha Rubi atende 465 mil pessoas da capital e de Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato, Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista e Jundiaí, municípios da Grande São Paulo. Aos domingos, são 128 mil passageiros.
O porteiro Márcio Barbosa, 29, prefere não pagar ônibus extra. “Fico bem na frente e explico ao motorista que preciso descer no caminho”. Segundo ele, a maioria entende, mas alguns alegam problemas com os fiscais e não param. “Vejo muita discussão feia”, garante.
Para o estoquista Elvis Alves, 22, e a assistente Cláudia Malmagro, 16, a troca do trem pelo ônibus atrapalha bastante. Segundo eles, após um passeio com o sobrinho, a volta para casa se torna cansativa.
No dia 2 de novembro, o Mural testou o funcionamento do ônibus PAESE entre as estações Barra Funda e Perus. Ao questionar sobre como descer durante o trajeto, recebeu informações diferentes. Um fiscal na Barra Funda disse que bastava falar com o motorista. Contudo, em Pirituba, outro funcionário disse que precisava autorizar o motorista a parar e pediu ao passageiro que entrasse pela porta da frente, para ficar próximo ao condutor.
A CPTM estima concluir as obras na linha entre 2015 e 2016. A companhia admite haver “incompatibilidade da rota viária com o local das estações” e que se os ônibus pararem em todas as estações, o tempo será muito longo.
Além disso, a empresa diz solicitar que a SPTrans oriente os motoristas a permitir o desembarque em outros pontos informados pelos passageiros, mas apenas se estiver “no traçado dos ônibus e que os pontos de parada sejam homologados pela EMTU e/ou SPTrans”.
A SPTrans informou que para alterar a rota de atendimento, a CPTM deverá enviar uma solicitação formal de alteração no convênio firmado entre as empresas, que atualmente prevê paradas apenas nas estações determinadas.
Sidney Pereira, 58, é correspondente de Vila Maria
@sidneypereira00
sidneypereira.mural@gmail.com
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Caro Sidnei, Don Quixote acreditava que caso parasse as pás dos moinhos, conseguiria dominar os ventos.
Tal atitude pode até ser aceita, mesmo com a utopia que carrega, mas ao olharmos pela impossibilidade, veremos que o vento é muito mais forte.
As autoridades estaduais e municipais sabem que são o” vento” e pouco se importam se o transporte público funciona bem ou mal, pois tem carros oficiais com motoristas para leva-las aos gabinetes.
Ouço a Bande News Fm desde as 7.30 até 9,30 todas as manhãs e todos os dias escuto os transtornos na CPTM e Metrô.
Algumas respostas o povo já deu na urna, deixando o poste chamado Padilha na rabeira entre os postulantes ao governo do estado.
Não tenho o problema desta gente, pela minha condição financeira, mas sinceramente sinto a mesma chateação que os acomete todos os dias.
Os reclamos de 2013 deveriam se repetir agora e que Alkimin e Haddad e seus assessores fossem obrigados a ir trabalhar de trem, metrô ou ônibus.
Certamente que cairiam as máscaras.
Parabéns pelo seu trabalho.
Caro Sidney, parabéns pela matéria. É lamentável como nós usuários somos abandonados pelo poder público. Essa gente só olha para trabalhador, em época de eleição. Depois…
Sou usuário da linha 7 RUBI, desde o ano 2001, e, essas “melhorias” que eles tanto falam, nunca vejo. Para se ter uma idéia, a estação que mais utilizo é Piqueri, nem acesso para deficiente tem. Que melhorias são essas que não vemos resultados, só transtornos.