Mural https://mural.blogfolha.uol.com.br Os bastidores do jornalismo nas periferias de SP Mon, 27 Dec 2021 13:12:41 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Mairiporã deixa de ser cidade de CEP único, mas tem ruas com mesmo nome https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/08/08/mairipora-deixa-de-ser-cidade-de-cep-unico-mas-tem-ruas-com-mesmo-nome/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/08/08/mairipora-deixa-de-ser-cidade-de-cep-unico-mas-tem-ruas-com-mesmo-nome/#respond Thu, 08 Aug 2019 20:20:58 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/Foto3-320x213.jpg https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=16595 Humberto Müller

07600-000. Um número de código postal aparentemente simples e fácil de decorar, mas que foi por anos a origem de muita dor de cabeça para os moradores de Mairiporã, na região norte da Grande São Paulo.

O motivo? Os quase 100 mil habitantes da cidade dividiam até recentemente o mesmo número para tudo. Entregas, cadastros ou até para registrar um boletim de ocorrência eletrônico.

Essa situação tende a mudar. Em 2018 foi enviado aos Correios um estudo feito pela prefeitura para que a implantação do chamado CEP por logradouro pudesse ser feita, o que finalmente ocorreu neste mês.

Os números já foram determinados, mas não devem encerrar definitivamente as confusões na cidade. É comum encontrar vias com nomes idênticos. Um exemplo é a rua Existente, nome utilizado em ao menos 70 logradouros, e até estradas e vielas. Há, por exemplo, uma rua Existente no bairro de Santa Inês, e outra na região do Mato Dentro, a 18 km. 

Isto se repete ainda com vias identificadas apenas por números, como é o caso das ruas “Um”, são 24 espalhadas pela cidade. Elas ganharam esses nomes enquanto não recebem outra denominação, o que depende de projeto de lei na Câmara Municipal. Há casos com a nomenclatura Existente desde 1969.

Via no centro de Mairiporã tinha o mesmo número de bairros distantes (Humberto Müller/Agência Mural/Folhapress)

A dificuldade para implantar um CEP para cada rua pode ser explicada por diversos fatores. Mairiporã é uma cidade com bairros espalhados pelo território, onde é possível rodar facilmente mais de 40 km sem sair dos limites de seus mais de 320km². 

Segundo mapeamento da prefeitura, são pelo menos 45 regiões e bairros, e uma centena de loteamentos, a maioria distante um do outro.

Com tanta área e um único número de identificação, efetuar uma entrega, algo que deveria ser simples, tornava-se um verdadeiro calvário para carteiros e outros serviços de entrega do município.

Para a artesã Eleni Pereira, 35, que mora na região de Vila Machado, a cerca de 9,5 km do centro do município, ter um único código postal para toda a cidade era “vergonhoso”. “Trazia transtornos e atrasos para todos que precisam passar informações, sejam elas para recebimento de entregas ou para cadastros em empresas”, afirma.

Em uma rápida pesquisa na internet é possível constatar que o primeiro endereço encontrado utilizando o CEP antigo está localizado próximo de um pesqueiro, a 6 km da sede do município.

Tanta divergência nos dados incomodava até mesmo nas tarefas mais simples, como efetuar um cadastro online.

Para a professora Luciana Albuquerque Passarella, 47, que mora na região central do município, o CEP único não causava problemas quando Mairiporã “era uma vila e todos se conheciam”, diferente de hoje em dia. 

“Tive alguns problemas com isso, pois alguns sites não aceitam o nome da rua após o preenchimento do número, já que ele é feito automaticamente. Acabei desistindo de fazer o cadastro. É complicado”, diz.

A troca, porém, confundiu parte dos moradores, que na hora de buscar os novos números viram bairros incluídos em áreas maiores, onde loteamentos passaram a fazer parte de bairros por vezes distantes.

O chamado abairramento é parte do processo de oficialização de vias que foi encaminhado pela prefeitura aos Correios para facilitar a criação dos novos CEP e o futuro sistema de entregas.

Na prática, segundo informa a prefeitura, o que muda para os moradores é apenas o código postal de cada rua. Os novos números já estão disponíveis para consulta no site dos Correios

OITO CIDADES COM CEP ÚNICO

O caso mairiporanense não é o único na região metropolitana. A cidade era a maior a contar com um único código postal, mas a situação se repete em outros oito municípios. 

Para ter mais de um código, um dos critérios é que o município tenha mais de 50 mil habitantes. Salesópolis, Guararema, Pirapora do Bom Jesus e São Lourenço da Serra estão abaixo dessa marca. 

Pirapora do Bom Jesus, na Grande SP, possui CEP único por conta do tamanho; só é possível aumentar número de código em municípios de 50 mil habitantes (Paula Rodrigues/Agência Mural/Folhapress)

No entanto, os municípios de Santa Isabel, Embu-Guaçu, Rio Grande da Serra e Vargem Grande Paulista são maiores, mas ainda aguardam pela mudança.

A menor cidade da região metropolitana com CEP por logradouro é Cajamar, com 75 mil habitantes. 

Desde o Censo 2000 Mairiporã já possuía oficialmente o mínimo de habitantes necessário para a implantação.

Com apenas 2 mil habitantes a mais que Mairiporã, a vizinha Caieiras implantou o CEP único ainda em 2012. O trabalho, no entanto, não é simples, pois exige um extenso mapeamento de ruas e regularização de endereços e bairros por parte das prefeituras.

A administração municipal de Mairiporã concluiu este serviço ainda em 2018. “Cada quadra, rua, alameda, viela, avenida e travessa passará a ter CEP individual, afirmou a gestão”. A expectativa é que com a nova codificação, a localização de endereços seja facilitada.

Humberto Müller é correspondente de Mairiporã

humbertomuller@agenciamural.org.br

 

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Manhã de greve tem escolas fechadas em ao menos 14 cidades da Grande SP https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/05/15/manha-de-greve-tem-escolas-fechadas-em-14-cidades-da-grande-sp/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/05/15/manha-de-greve-tem-escolas-fechadas-em-14-cidades-da-grande-sp/#respond Wed, 15 May 2019 16:50:40 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/WhatsApp-Image-2019-05-15-at-12.34.25-320x213.jpeg true https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=16217 A manhã desta quarta-feira (15) teve escolas fechadas, dúvidas dos pais e mobilização de alunos e educadores nas periferias de São Paulo e da região metropolitana.

A paralisação dos professores atingiu ao menos 14 cidades da Grande São Paulo, segundo levantamento da Agência Mural.

Biritiba-Mirim, Carapicuíba, Cotia, Diadema, Embu-Guaçu, Franco da Rocha, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Osasco, São Bernardo do Campo, Vargem Grande Paulista, além da própria capital, tiveram interrupção das aulas. Parte dos moradores irá para a avenida Paulista nesta tarde. 

Na região do Parque Cisper, em Ermelino Matarazzo, a escola João Franzolin Neto teve paralisação de 60% dos professores. Na escola municipal Rosângela Rodrigues Vieira, 90% pararam.

Na Brasilândia, zona norte, a escola Hélio Heber Lino teve aula de apenas dois professores em sala de aula, enquanto na CEI Jardim Dionísio, no Jardim Ângela, zona sul, a unidade funcionou até 11h.

“Minha filha de oito anos, que estuda na escola estadual Jardim Aurora, não teve aula. Me prejudicou no que tinha para fazer hoje e também não vai ter balé no CEU Jambeiro”, disse Kátia Figueiredo Lima, 43, moradora de Guaianases, na zona leste.

Professora da escola estadual Aurélio Campos, em Interlagos, na zona sul, Claudia Maria Luciano, 57, afirma que a redução de recursos no ensino superior afeta também o ensino de base.

“A educação básica depende fundamentalmente das pesquisas que são feitas nas universidades públicas. Tudo o que é feito para a melhoria do conhecimento está dentro das universidades. Indiretamente quem acaba sendo prejudicado com isso é a educação básica”, afirma.

Escola sem aulas em Mairiporã (Humberto Muller/Agência Mural/Folhapress)

“Este é o primeiro momento que os agentes da educação estão se mobilizando contra este governo, que tem um discurso anti-intelectual e anti-conhecimento”, diz o professor Raimundo Justino, de Ermelino Matarazzo, na zona leste.

“Já tivemos muitos governos que trataram a educação com descaso, mas esse a trata como inimiga”, opina o educador.

GRANDE SP

Até a noite desta terça-feira (14) escolas de ao menos oito cidades haviam aderido, mas outros municípios também tiveram paralisações na manhã de hoje.

Em Franco da Rocha, na região norte da Grande São Paulo, ao menos quatro escolas tiveram paralisação completa, caso das municipais José Augusto Moreira – Estância Lago Azul, Arnaldo Guassieri, na Vila Lanfranchi, a Egydio José Porto, no Parque Vitória, e a escola estadual Luiz Alexandre, no Jardim dos Bandeirantes.

A informação passada pela coordenadora é de que 90% dos colégios tiveram suspensão parcial ou total das aulas. Na rede municipal, a prefeitura informou que 18 escolas registram paralisação total; 24 com paralisação parcial; 10 funcionam normalmente. Situação parecida vive a cidade vizinha de Mairiporã.

“Na escola da minha filha foi avisado via agenda e o professor reforçou pelo Whatsapp”, diz o autônoma Giselle Guidoni Carvalho, 33. A filha dela estuda na escola municipal Muffarege Salomão Chamma.

“Todos têm o direito de protestarem e paralisarem suas funções em decorrência de uma reivindicação. Entretanto, não existe uma outra solução, pelo menos nos meios em que pesquisei, que solucione a questão da previdência”, diz Giselle.

A auxiliar de farmácia Keiti Moraes Ferraz, 26, tem um filho que estuda na escola Nicolau Pinto da Silva, colégio que também teve aulas paralisadas. “Não me afetou. Super apoio a manifestação dos professores. Inclusive, queria ir participar”, diz Keiti.

Havia um cartaz colado na porta da escola com a informação sobre o funcionamento nesta quarta.

Em Guarulhos, município de 1,3 milhão de habitantes, a informação é de que 119 escolas municipais tiveram paralisação das aulas. A prefeitura de Guarulhos não confirmou a quantidade.

Manifestantes caminharam até a prefeitura em São Bernardo (Cadu Bazilevsky)

No Alto Tietê, de acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), 23 escolas não têm aulas em Mogi das Cruzes. Segundo a entidade, em Biritiba Mirim as três escolas estaduais da cidade funcionam apenas parcialmente. Em Guararema, das seis escolas estaduais, a Apeoesp estima que a paralisação está em 60%.

Em São Bernardo do Campo, os professores caminharam da praça Santa Filomena até o Paço municipal. Em meio ao protesto, houve também reivindicações sobre a educação local.

A professora Andrea Rocha, 46, da rede municipal, dá aula para o quinto ano do ensino fundamental na Emeb Olegário José Godoy, no bairro Montanhão. Ela critica o modelo implantado no colégio.

“Não é uma escola integral, é de tempo integral. [A prefeitura] pegou a escola e colocou os alunos ali dentro. Só que a escola não tem estrutura para receber essas crianças. Não tem quadra, não tem biblioteca, é um computador para cada três crianças”, diz Andrea.

Da Agência Mural: Paulo Talarico, Priscila Pacheco, Rafael Balago, Aline Venâncio, Humberto Muller, Jariza Rugiano, Jéssica Silva, Leticia Marques, Lucas Veloso, Micaela Santos, Thalita Monte Santo.

 

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Sem bancos e parquinho, praça é alvo de reclamações em Mairiporã https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/09/19/sem-bancos-e-sem-parquinho-praca-e-alvo-de-reclamacoes-em-mairipora/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/09/19/sem-bancos-e-sem-parquinho-praca-e-alvo-de-reclamacoes-em-mairipora/#respond Wed, 19 Sep 2018 16:26:59 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/Foto-3-1-320x213.jpg https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=14392 Humberto Muller

Localizada entre a Rodovia Fernão Dias e a rua São Paulo, em Mairiporã, na região metropolitana, uma praça é fruto de insatisfação dos moradores da cidade há décadas.

Conhecido como praça da Rua São Paulo, o espaço é antigo. Quem vive nos bairros Jardim Fernão Dias e Vila Nova Juquery se lembra de frequentar o local ainda nos anos 1990, quando houve a duplicação da Rodovia Fernão Dias.

A área acompanha pelo menos três quarteirões da rua São Paulo, que faz parte da rodovia SP-008, ligando Mairiporã com a zona norte da capital.

No entanto, a estrutura do local não acompanhou o crescimento dos bairros, que têm cerca de 5 mil moradores, no entorno do centro de Mairiporã.

Sem estrutura, local serve apenas de passagem para os moradores da região (Humberto Muller/Agência Mural/Folhapress)

Embora esteja com o mato cortado e possua uma câmera de vigilância da prefeitura, a praça não possui bancos e área de lazer. Além disso, não é possível identificá-la, pois não há placas.

Um pequeno monumento de pedra é a única estrutura em todo o espaço. Já em uma das pontas, vários veículos aguardam conserto de uma oficina mecânica.

“É uma área de lazer que faz muita falta para os nossos bairros”, diz o fotógrafo Luiz Felipe do Prado, 20, vizinho do local. “Vejo poucas pessoas por lá, apenas moradores de rua, que infelizmente não têm para onde ir, e alguns moradores passeando com cachorro”, comenta.

Prado conta ainda que frequentava o local quando criança.  “Comprávamos sorvete do outro lado da rua e ficávamos lá tomando. Mesmo sem bancos era um local mais agradável do que é hoje”.

No entorno da praça estão alguns dos bairros mais populosos da cidade, além de comércio e serviços (Humberto Muller/Agência Mural/Folhapress)

Ao redor da praça, há lojas, banca de jornal, ponto de táxi, supermercado e um dos principais pontos de ônibus da cidade, por onde passam linhas municipais e intermunicipais.

“Por ser localizada à margem da Fernão Dias, viraria um cartão postal, se fosse reformada. Chamaria a atenção de quem passa”, comenta a bancária Luciene Gomes de Oliveira, 35.

Ela conta que faltam espaços de lazer na região. ”Já brinquei muito ali com meu irmão quando éramos crianças. Poder levar minha filha lá, com segurança e estrutura, seria maravilhoso. Não temos nem parquinho aqui”.

O espaço de lazer mais próximo fica a 600 metros. Trata-se da pequena Praça do Samba, um triângulo entre três ruas com bancos e mesas. O parquinho infantil e a academia mais próximos ficam no Parque Linear, a pelo menos 1km de distância.

“Poderia ser feito um projeto com a própria comunidade, incentivando as crianças a plantarem árvores ou, até mesmo, uma horta comunitária”, completa.

Questionada, a prefeitura municipal de Mairiporã não respondeu até a publicação deste texto.

Humberto Muller é correspondente de Mairiporã
humbertomuller@agenciamural.org.br

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Mairiporã aumenta preço do ônibus e tem segunda tarifa mais cara na Grande SP

Falta de linha de ônibus dificulta acesso entre Mairiporã e Guarulhos

Inaugurado em 2016, hospital de R$ 8 milhões continua fechado em Mairiporã

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Mairiporã aumenta preço do ônibus e tem segunda tarifa mais cara na Grande SP https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/07/16/mairipora-aumenta-preco-do-onibus-e-tem-segunda-tarifa-mais-cara-da-grande-sp/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/07/16/mairipora-aumenta-preco-do-onibus-e-tem-segunda-tarifa-mais-cara-da-grande-sp/#respond Mon, 16 Jul 2018 17:44:57 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/FOTO-1-1-320x213.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=13784 Humberto Muller

Um aumento no preço da passagem dos ônibus municipais de Mairiporã, na Grande São Paulo, pegou desprevenidos os moradores na volta do feriado de 9 de julho. A tarifa passou de R$ 4,20 para R$ 4,45 na última semana – uma alta de 5.95%.

Segundo levantamento feito pela Agência Mural, isso deixa Mairiporã com uma das passagens mais caras da região metropolitana, acima das vizinhas Franco da Rocha e Caieiras, com tarifas a R$ 4,35. 

O município de 90 mil habitantes tem preço menor apenas do que Guarulhos, onde a passagem para quem não tem bilhete custa R$ 4,70. Os guarulhenses que possuem o cartão eletrônico, no entanto, pagam apenas R$ 4,30.

O aumento na passagem ocorreu mesmo com o desconto no valor do diesel, usado para abastecer os ônibus. O combustível teve redução após a paralisação nacional dos caminhoneiros, mas não surtiu efeito nas empresas de transporte coletivo.

RECLAMAÇÕES

Apesar do valor superior ao de cidades de grande porte como São Paulo, que cobra R$ 4, o transporte em Mairiporã é alvo frequente de reclamações por parte dos passageiros.

“São ônibus que quebram com frequência, horários que não condizem com a necessidade da população, motoristas e fiscais que não respeitam horários ou não param para pessoas que estão aguardando no ponto”, afirma a nutricionista Mariana Moura, 29.

Cidade mudou preço durante feriado e Copa do Mundo (Humberto Muller/Agência Mural/Folhapress)

Para Mariana, o aumento é “injustificável”, e fará com que mais pessoas usem o carro para ir ao centro. “Compensa mais financeiramente pelo conforto e economia de tempo.”

O sistema de transporte coletivo na cidade é gerido pela ETM (Empresa de Transportes Mairiporã), fundada em 1965.

O último contrato com a cidade foi assinado em 2010, no segundo mandato do prefeito Antonio Shigueyuki Aiacyda (PSDB), e vence em 2020, durante o terceiro mandato do mesmo prefeito.

O modelo atual do contrato não prevê revisão e deixa a prefeitura impossibilitada de cobrar melhorias.

SEM INTEGRAÇÃO

Entre outras reclamações sobre o serviço está a falta de integração gratuita ou com valor menor, tanto entre as linhas da cidade quanto as intermunicipais. Além disso, a frota não é totalmente acessível para pessoas com deficiência.

O preço pelos trajetos curtos também causam reclamação. A tarifa ficou R$ 0,05 mais cara do que a intermunicipal que liga as rodoviárias de Mairiporã e de Atibaia, município vizinho a 28 quilômetros de distância. Em alguns ônibus municipais, paga-se mais caro por trajetos de quatro quilômetros.

Também pega de surpresa, a estudante Letícia Franco de Oliveira, 18, se diz “aborrecida com o novo reajuste”. “Nós temos que nos desdobrar com a pouca quantidade de horários para os bairros mais afastados. Mesmo se atendesse a demanda, e os ônibus oferecessem conforto, coisa que não acontece, ainda seria abusivo.”

Procurada, a prefeitura de Mairiporã não retornou até a publicação deste texto.

Humberto Muller é correspodente de Mairiporã
humbertomuller@agenciamural.org.br

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Periferias de SP têm marmitex mais caro, mercados cheios e falta de ônibus em dia de greve https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/05/24/periferias-de-sp-tem-marmitex-mais-caro-mercados-cheios-e-falta-de-onibus-em-dia-de-greve/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/05/24/periferias-de-sp-tem-marmitex-mais-caro-mercados-cheios-e-falta-de-onibus-em-dia-de-greve/#respond Thu, 24 May 2018 19:53:03 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/greve-capao-320x213.jpeg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=13381 A greve dos caminhoneiros, que chega ao quarto dia nesta quinta-feira (24), gera dificuldades nas periferias de São Paulo. Linhas de ônibus foram suspensas, há filas em mercados e aumento de preços.

Na periferia de Mairiporã, na Grande São Paulo, o dia foi mais silencioso que o normal, mas o carro dos ovos (30 unidades por R$ 10) passou normalmente. No entanto, aumentos começam a surgir: a taxa de entrega do marmitex, por exemplo, subiu de R$ 2 para R$ 4.

A tranquilidade nos postos de combustível na noite de quarta-feira (23) desapareceu nesta quinta (24). Pela manhã, grandes filas de veículos ocupavam as principais vias da cidade. Na hora do almoço, já havia postos fechados. Os que ainda tinham combustível vendiam apenas gasolina aditivada e etanol.

A circulação do transporte público continua normal, porém os ônibus abasteceram nos postos de rua. A circulação nos próximos dias ainda é incerta, podendo ser feita em horário reduzidos. Desde a manhã, a rodovia Fernão Dias, que corta Mairiporã, tem bloqueios e protestos na região entre a capital e Guarulhos, e filas em postos como os da rede Graal. (HUMBERTO MULLER)

Falta ônibus em Itapecerica da Serra

Na manhã desta quinta, moradores de Itapecerica da Serra e região que dependiam da linha 32 – Pinheiros/Parque Paraíso, da EMTU, foram impedidos de chegar ao trabalho. Segundo a Viação Miracatiba, as linhas que circulam pelo km 280 da rodovia Régis Bittencourt (BR-116) foram paralisadas, sem previsão de retorno, devido a um bloqueio no local.

A assistente contábil Franciele do Carmo, 20, trabalha na Régis Bittencourt e conseguiu chegar ao trabalho de carro, mas seus colegas não tiveram a mesma sorte, “Algumas pessoas não vieram por falta de ônibus”, contou.

Moradores da região já enfrentaram problemas na noite de quarta-feira (23). Igor Carvalho, 20, não conseguiu retornar da faculdade, no Butantã, pelo caminho habitual por falta de ônibus na linha 32. “Voltei de metrô e levei o dobro do tempo que levaria indo pela BR”, contou o estudante. (GÉSSICA CARVALHO)

Mercado tem fila no Jd. Eliza Maria

Alessandra Peres, autônoma que mora na Brasilândia, zona norte de São Paulo, foi fazer compras de emergência no bairro vizinho, o Jardim Eliza Maria. Com os preços em alta nos supermercados e a falta de alguns mantimentos, ela foi buscar gás e comida para estocar em casa, com medo de que o preço suba nos próximos dias ou haja desabastecimento.

“O mercado estava lotado. As pessoas estão comprando tudo para não faltar nada em casa nesse período de greve. Eu sou a favor dessa manifestação, porque está tudo caro. Só assim para o governo se tocar e melhorar esse país”, considera ela. (LETICIA MARQUES)

Ônibus demoram o dobro do tempo para passar no Capão Redondo

Na avenida Comendador Sant´anna, apenas os micro-ônibus para Santo Amaro estão circulando com maior frequência. Os demais ônibus para os terminais Capelinha e João Dias estão demorando entre 10 a 15 minutos para passar. Em dias normais, passam a cada cinco minutos.

Nos postos de gasolina do bairro, frentistas informam que não há combustível e que não há previsão de reabastecimento do estoque. (DALTON ASSIS)

Postos de combustíveis amanheceram lotados na região de Osasco

Nas cidades da região oeste da Grande São Paulo, os ônibus circularam normalmente na manhã desta quinta-feira (24), mas os postos de combustíveis estavam cheios em vários pontos, em especial em Osasco e Barueri.

Um cobrador comentou que não havia aviso sobre possíveis paradas, mas que poderia haver redução no número de coletivos. Em Barueri, uma motorista relatou ter demorado 1h30 perto da região central para conseguir abastecer seu veículo. (PAULO TALARICO)

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Com cerca de 3.500 lâmpadas, casa é atração de Natal em Mairiporã https://mural.blogfolha.uol.com.br/2017/12/20/com-cerca-de-3500-lampadas-casa-e-atracao-de-natal-em-mairipora/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2017/12/20/com-cerca-de-3500-lampadas-casa-e-atracao-de-natal-em-mairipora/#respond Wed, 20 Dec 2017 11:56:36 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2017/12/Foto-capa-180x135.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=12450

É uma casa muito enfeitada, com muito LED, com muita graça. E chama atenção de longe, por estar em uma parte alta do bairro de Vila Nova, em Mairiporã, na Grande São Paulo. Sua decoração de Natal externa é uma tradição de 11 anos, segundo o servidor público Paulo Cesar Morellato Bueno, 28, um dos moradores.

“Levei três dias inteiros para montar e gastei em torno de R$ 350 com as luzes este ano. Como reaproveito algumas coisas, não sai caro, mas já devo ter gasto mais de R$ 1 mil em lâmpadas nela”, conta Bueno.

Os números da decoração, que é um atração na cidade, são bem expressivos. De acordo com as contas de Bueno, são seis tubos de LED em forma de cascata, cerca de 1.700 lâmpadas de led, 1.100 lâmpadas tradicionais amarelas, 18 estrelas amarelas, duas estrelas na cor azul e uma estrela de LED.

“Faço a decoração pela paixão ao Natal. É muito importante pra mim. Também por gostar muito de decoração e da parte elétrica da coisa, por vários anos eu pegava pisca-pisca queimado e consertava”, diz.

O trabalho já foi premiado. Em 2014, a casa levou o segundo lugar do concurso Natal Iluminado organizado pela prefeitura de Mairiporã, na categoria residência. O prêmio foi de R$ 600.

Na parte interior do lar, também tem presépio, árvore, festões e papais-noéis. Bueno só não consegue ir além na iluminação por algumas ressalvas. “Eu já quase caí do segundo andar. Minha meta era decorar todo o telhado, mas minha mãe não deixa nem por milagre”, brinca.

Confira abaixo um álbum com outras decorações das cidades da Grande SP

Reportagem: Cleber Arruda e Humberto Müller, correspondentes da Brasilândia e Mairiporã
Fotos: Aline Kátia Melo, Angel Pinheiro, Ariane Gomes,  Gessica Carvalho, Jéssica Silva, Julia Reis e Karol Coelho, correspondentes da Jova Rural, Mogi das Cruzes, Osasco, Itapecerica da Serra, Mogi das Cruzes, Taboão da Serra e Campo Limpo
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Prefeitos empregam parentes como secretários em 14 cidades da Grande SP https://mural.blogfolha.uol.com.br/2017/04/25/prefeitos-da-grande-sao-paulo-nomeiam-pai-filhos-e-esposas-como-secretarios/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2017/04/25/prefeitos-da-grande-sao-paulo-nomeiam-pai-filhos-e-esposas-como-secretarios/#comments Tue, 25 Apr 2017 14:00:45 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2017/04/18175821_1426687737393896_2029574579_o-1-180x124.png http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=11026 Ao assumir seu terceiro mandato como prefeito de Mairiporã, em janeiro, Antônio Aiacyda (PSDB) repetiu uma prática das gestões passadas. Ao escolher os principais postos de seu governo, decidiu que ninguém melhor que seu filho e sua esposa para trabalharem no seu secretariado.

A ação não é isolada. Só na Grande São Paulo, levantamento da Agência Mural aponta que em ao menos 14 prefeituras pai, mãe, filhos, irmãos, maridos e esposas foram indicados para secretarias municipais. Em alguns casos, o tema foi parar na Justiça. Há influência até em câmaras municipais.

No caso de Mairiporã, Aiacyda indicou sua esposa, Elizabete Maria dos Santos Aiacyda, como secretária de Desenvolvimento Social e seu filho Gleidson Shiguemi Aiacyda, para a pasta de Obras.

As indicações foram questionadas na cidade de 93 mil habitantes. Incomodado, o prefeito divulgou um vídeo nas redes sociais para enfatizar que as indicações não são ‘irregulares’, que os dois teriam experiência e não precisam da prefeitura para sobreviver e atacou quem fez críticas a ele.

“Essas pessoas que estão me criticando, será que realmente estão preocupados com a cidade, será que estão querendo defender a cidade? Posso dizer com toda a certeza que não”, afirmou. “Estão querendo desmotivar a minha equipe e não vou deixar”.

Em Taboão da Serra, o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) tem Fabio Fernandes como gestor da pasta de Esportes, enquanto em Vargem Grande Paulista, Josué Ramos (PR) indicou Danilo Ramos para a secretaria de Gestão Administrativa. As duas prefeituras não responderam aos questionamentos do Mural.

SÚMULA 13

Em Itapevi, o prefeito Igor Soares (PTN) tem a tia Virginia Soares como secretária de Educação. A prefeitura usou o argumento de que o cargo político permite a nomeação familiar. “De acordo com a súmula 13, do STF, não pode haver nomeação de parente para cargo comissionado. O cargo de secretário é considerado agente político pelo próprio Supremo e, portanto, pela sua natureza está fora da regra proibitiva”, afirmou em nota.

“A nomeação foi baseada pelo currículo e histórico profissional da secretária, que é pós-graduada em didática e psicologia da educação, foi professora e diretora da rede estadual de ensino e supervisora da rede municipal em Itapevi”, afirmou em nota.

Apesar de prefeitos usarem a Súmula 13 como base, esse tipo de nomeação ainda é discutida no próprio STF. Em fevereiro, o ministro Marco Aurélio Mello revogou a nomeação do filho do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB). 

Na decisão, Marco Aurélio defendeu que “ao indicar parente em linha reta para desempenhar a mencionada função, a autoridade reclamada (…) acabou por desrespeitar o preceito revelado no verbete vinculante 13 da Súmula do Supremo”.

A súmula vinculante determina que “a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta (…) até o terceiro grau (…) viola a Constituição Federal”.

MULHERES

As primeiras-damas costumam ter uma função simbólica nas administrações. Em muitos casos, assumem a presidência do Fundo de Solidariedade, sem receber salário, e atuam com ações como campanhas do agasalho e trabalhos assistenciais. Mas em algumas cidades, os prefeitos decidiram também dar o posto de secretária, com direito a remuneração.

Além de Aiacyda, em Mairiporã, outros dois mandatários tomaram essa iniciativa. Em Itaquaquecetuba, ao leste da Grande São Paulo, Mamoru Nakashima (PSDB), na foto em destaque, tem na pasta de Desenvolvimento Social Joerly Ferraz Garcia Nakashima. O mesmo fez o prefeito de Cotia, Rogério Franco (PSD), com Mara Franco na mesma função.

Ainda em Cotia, o prefeito nomeou o irmão de seu vice-prefeito, Almir Rodrigues (PSDB). Ele começou na pasta da Saúde e atualmente comanda Trabalho e Emprego.

PAI 

Um pai também figura entre os escolhidos pelos prefeitos. Em Santana de Parnaíba, Marmo Cezar (PSDB) é secretário de Serviços Municipais, enquanto seu filho Elvis Cezar (PSDB) governa a cidade. Marmo chegou a ser eleito prefeito em 2012, mas a Justiça Eleitoral anulou sua candidatura, o que levou o município de 120 mil habitantes a uma nova eleição.

Presidente da Câmara na época, Elvis assumiu a prefeitura, venceu a eleição e nomeou o pai afastado para o primeiro escalão, ainda em 2014. Reeleito, Elvis manteve o pai como secretário.

FILHA

O prefeito de Osasco, Rogério Lins (PTN), publicou um decreto que proíbe a contratação de parentes na administração pública. “São princípios norteadores da administração a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência, que a prática do nepotismo viola”, diz o texto.

Curiosamente, o gestor deixou de lado a regra ao montar o próprio secretariado. Na pasta da Educação, Ana Paula Rossi (PR) assumiu, mesmo sendo filha da vice-prefeita Ana Maria Rossi (PR). Em coletiva, Lins disse que sua assessoria jurídica tem o entendimento de que a norma só vale do segundo escalação para baixo.

Além das já citadas, as prefeituras de Barueri, Francisco Morato e Franco da Rocha negaram irregularidades nas nomeações e defenderam o caráter ‘técnico’.

LISTA COMPLETA:

Barueri: Rubens Furlan (PSDB) nomeou os irmãos Celso Furlan (Educação) e Antonio Furlan Filho (Suprimentos).

Cotia: Rogério Franco (PSD) nomeou esposa Mara Franco (Desenvolvimento Social) e Ademir Rodrigues (Trabalho e Emprego), irmão do vice-prefeito Almir Rodrigues (PSDB).

Franco da Rocha: Kiko Celeguim (PT) tem a mãe Renata Celeguim, na Educação, e o irmão Marcus Brandino, na secretaria de Relações Institucionais.

Francisco Morato: Renata Sene (PRB) nomeou o irmão Fabio Torres de Sene (Cultura)  e o marido Marcelo Tadeu Machado Vieira (secretário de Governo).

Embu Guaçu: Maria Lucia (PSB) nomeou o marido Walter do Posto para Administração, mas teve que revogar a medida após decisão judicial.

Itapevi: Igor Soares (PTN) nomeou a tia Virginia Soares para a Educação.

Itapecerica da Serra: Jorge Costa (PTB) tem Helena Regina de Oliveira, esposa do vice-prefeito Paulinho Pereira, na pasta de Inclusão e Desenvolvimento Social.

Itaquaquecetuba: Mamoru Nakashima (PSDB) nomeou Joerly Ferraz Garcia Nakashima para Desenvolvimento Social.

Mairiporã:  Antonio Aiacyda (PSDB) indicou seu filho Gleidson Shiguemi Ayacida, secretário de Obras, e a esposa Elizabete Maria dos Santos Ayacida.

Osasco: Rogério Lins (PTN) nomeou a filha da vice Ana Rossi (PR), Ana Paula Rossi (PR), para Educação.

Taboão da Serra: Fernando Fernandes (PSDB) indicou o filho Fábio Fernandes para a pasta de Esportes e seu cunhado Gerson Pereira Brito para a Transportes.

Santana de Parnaíba: Elvis Cezar (PSDB) tem o pai Marmo Cezar na pasta de Serviços Municipais.

Vargem Grande Paulista: Josué Ramos (PR) indicou o filho Danilo Ramos para a pasta de Gestão Administrativa.

Poá: Gian Lopes (PR) tem o irmão Wilson Lopes na pasta dos Transportes.

Humberto Muller e Lucas Landin
Correspondentes de Mairiporã e Itaquaquecetuba

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Oito em cada dez câmaras municipais da Grande SP têm apenas uma sessão por semana https://mural.blogfolha.uol.com.br/2017/02/20/oito-em-cada-dez-camaras-municipais-da-grande-sp-tem-apenas-uma-sessao-por-semana/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2017/02/20/oito-em-cada-dez-camaras-municipais-da-grande-sp-tem-apenas-uma-sessao-por-semana/#comments Mon, 20 Feb 2017 15:46:59 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=10702 A Grande São Paulo possui ao todo 39 câmaras municipais. No entanto, em 85% delas, há no máximo apenas uma sessão ordinária por semana, de acordo com levantamento feito pela Agência Mural.

Em seis cidades, as deliberações públicas são raras: duas vezes no mês. Em apenas quatro municípios há duas reuniões por semana:  Guarulhos, Mogi das Cruzes, Osasco e Santo André. Na capital, há ao menos três sessões plenárias por semana.

Os parlamentos locais da região metropolitana somam ao todo 658 parlamentares, com salários que podem variar de R$ 3,7 mil a R$ 17 mil, dependendo do tamanho da população.

Questionadas sobre o tema, as Câmaras alegam que o número é suficiente e, que se necessário, sessões extras serão realizadas. Afirmam também que os parlamentares atuam no restante do tempo nas comissões permanentes, no atendimento ao público ou em fiscalizações externas.

“Carapicuíba tem tantos problemas e, que muitas vezes, precisam ser discutidos e resolvidos com urgência, e uma sessão por semana é insuficiente”, afirma o estudante de jornalismo Lucas Pedrosa, 20. Ele administra uma página no Facebook, chamada Carapicuíba Nua e Crua, para acompanhar on-line as sessões da Câmara.

 

FUNCIONAMENTO

Cabe a cada câmara definir como funcionará seu trabalho. Com isso, há sessões de manhã, de tarde ou de noite, cuja duração varia entre alguns minutos ou várias horas, sem relação direta com o número de vereadores.

Em São Bernardo do Campo, no ABC, por exemplo, as sessões ordinárias são realizadas uma vez por semana, às quartas feiras a partir das 9h.

“Havendo necessidade,  poderá durar mais tempo ou ser transformada em sessão permanente para a deliberação de matérias específicas”, afirma o presidente da Casa, Pery Cartola (PSDB), que comanda o legislativo, com 28 parlamentares.

“As sessões podem durar até 7h30, período que vem se mostrando suficiente para atender os debates sobre os projetos em prol do progresso da cidade”, afirmou em nota a Câmara de Mauá.

Há, também, a possibilidade de convocar extraordinárias até mesmo nos fins de semana. As câmaras alegam que não há pagamento a mais em convocações emergenciais.

Quatro câmaras realizam apenas duas sessões por mês: Caieiras, Cajamar, Francisco Morato e Franco da Rocha. “Há muito tempo são realizadas quinzenalmente. Elas têm sido suficientes para atender a demanda”, diz o legislativo de Franco da Rocha.

SESSÕES EM REDES SOCIAIS

Acompanhar os vereadores, muitas vezes, costuma exigir esforço e desconforto em prédios antigos, com pouca manutenção. É o caso de Carapicuíba, onde o plenário  fica no subsolo do prédio, sem ventilação, num espaço apertado.  Neste ano, quem for acompanhar as sessões precisa tirar uma das 80 senhas disponíveis.

A sessão começou a ser transmitida no Facebook e a pauta da sessão também passou a ser divulgada na rede social.

Se tivessem sido transmitidas no ano passado, boa parte dos 285 mil eleitores da cidade assistiriam ao vivo à prisão dos quatro vereadores acusados de fraude, em agosto de 2016.  A repercussão do caso na TV pode ter aumentado o interesse. A primeira sessão teve mais de 2.500 visualizações, contra a média de 500 de sessões antigas.

Na primeira sessão do ano, um requerimento para o reajuste dos servidores da câmara foi interpretado como aumento para os vereadores e levou a críticas e xingamentos na rede social. Na verdade, os vereadores do mandato anterior mantiveram o subsídio, sem reajuste, que é de R$ 12.025, ainda no ano passado.

A autora da proposta, a vereadora Neia Costa, retirou o pedido. Mas não perdoou o engano dos internautas.  “Não foi a internet que me elegeu”.

“A maioria dos candidatos usou o Facebook para expor propostas e conquistar  eleitores. Um vereador que fala isso, ainda mais em público, não respeita os votos de seus eleitores”, rebateu Lucas Pedrosa, da página Carapicuíba Nua e Crua.

A aposentada Márcia Gomes, 65, gosta de acompanhar as sessões em São Bernardo e não reclama da quantidade, mas, sim, do horário, por conta do trânsito.  “Eles deveriam fazer no período da tarde para ter mais munícipes assistindo”.

Em Mairiporã, o problema é a acessibilidade. Embora estejam localizadas no centro do município, a câmara e a prefeitura ficam no topo de uma ladeira, e não é atendida por transporte público, o que desencoraja quem quiser acompanhar as discussões às terças, às 19h30.

A sessão é transmitida on-line e o horário, segundo a casa, é para ajudar os moradores que trabalham durante o dia a acompanhar as ações.

Apesar das sessões serem um canal importante para que os políticos eleitos possam dialogar com a sociedade, há queixas sobre a falta de relevância dos assuntos debatidos. “Se eles votassem muitos projetos por sessão, até poderíamos concordar. Mas só são apresentados projetos para grego ver, como nomeação de ruas e praças. É um absurdo”, afirma o ativista Igor Lima, 22, sobre a Câmara de Itaquaquecetuba, cujas sessões chegam a durar 20 minutos. Procurada, a instituição não retornou.

HORÁRIOS DAS SESSÕES ORDINÁRIAS

São Paulo: Sessões às terças, quartas e quintas às 14h – 55 vereadores
Guarulhos: terça e quinta, 14h – 34 vereadores
Mogi das Cruzes: terça e quarta, 15h – 23 vereadores
Osasco: terça e quinta, 15h – 21 vereadores
Santo André: terça e quinta – 21 vereadores
Arujá: segunda, 18h – 15 vereadores
Barueri: terça, 9h30 – 21 vereadores
Biritiba-Mirim:  segunda, 15h- 13 vereadores
Carapicuíba: terça, 18h – 17 vereadores
Cotia: terça 9h – 13 vereadores
Diadema: quinta, 14h – 21 vereadores
Embu das Artes: quarta, 18h – 17 vereadores
Embu-Guaçu: terça, 10h – 13 vereadores
Ferraz de Vasconcelos: segunda, 18h – 17 vereadores
Itapecerica da Serra:    terça, 19h – 12 vereadores
Itapevi: terça 9h – 17 vereadores
Itaquaquecetuba: terça, 17h – 19 vereadores
Jandira: terça, 14h – 13 vereadores
Juquitiba: terça, 19h – 11 vereadores
Mairiporã: terça, 19h30 – 13 vereadores
Mauá: terça, 14h – 23 vereadores
Poá: terça, 19h – 17 vereadores
Rio Grande da Serra: quarta – 13 vereadores
Salesópolis: segunda, 19h –    11 vereadores
Santana de Parnaíba: terça, 15h – 17 vereadores
São Bernardo do Campo: quarta, 9h – 28 vereadores
São Caetano do Sul: terça 19h30 –    19 vereadores
São Lourenço da Serra: quinta, 19h30 – 9 vereadores
Suzano: quarta, 18h – 19 vereadores
Taboão da Serra: terça, 18h – 13 vereadores
Vargem Grande Paulista: segunda, 10h – 9 vereadores
Santa Isabel: três primeiras terças do mês – 15 vereadores
Caieiras: 1ª e 3ª terça do mês, 15h – 10 vereadores
Cajamar: 2ª e última quarta do mês, 19h – 15 vereadores
Francisco Morato: 1ª e 3ª quarta, 10h – 12 vereadores
Franco da Rocha: 1ª e 3ª quinta do mês, 17h – 11 vereadores
Guararema: 1ª e 3ª segunda do mês, 15h – 11 vereadores
Pirapora do Bom Jesus: 1ª e 2ª segunda feira do mês – 9 vereadores

Por Paulo Talarico, Lucas Landin, Laiza Lopes, Humberto Muller, Katia Flora, Mônica Oliveira e Silvia Martins.
Correspondentes de Osasco, Itaquaquecetuba, Mauá, Mairiporã, São Bernardo do Campo, Carapicuíba e Embu das Artes.

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Cavalgada em Mairiporã resgata tradição do interior na Grande SP https://mural.blogfolha.uol.com.br/2015/10/01/cavalgada-em-mairipora-resgata-tradicao-do-interior-na-grande-sp/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2015/10/01/cavalgada-em-mairipora-resgata-tradicao-do-interior-na-grande-sp/#respond Thu, 01 Oct 2015 18:45:08 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=8725 Aconteceu no último domingo (27) a 9ª Cavalgada de Mairiporã, cidade situada na região norte da Grande São Paulo. O evento, que ocorre anualmente no final de setembro, reuniu centenas de cavaleiros, amazonas e charreteiros na principal praça da cidade.

Durante todo o dia o clima foi de confraternização, com rodas de amigos, churrasco e claro, muitas fotos com os cavalos, as estrelas da festa. E eles vieram em todas as cores e estilos, com tranças elaboradas na crina, rédeas coloridas, e até acompanhados de charretes “tunadas” com caixa de som e desenhos detalhados.

Cerca de 80 comitivas vieram dos ranchos e comunidades rurais da cidade e também de outras cidades da região, como Atibaia, Guarulhos, Franco da Rocha, Caieiras e até de bairros da cidade de São Paulo como Guaianases e Vila Maria.

Um dos que vieram de fora foi o assistente de logística Mario José Buarque, 55. Ele conta que sai todos os anos com sua comitiva de Caieiras, também na Grande São Paulo. “Participo desde criança de cavalgadas e romarias; é uma tradição passada pelo meu pai, por isso sempre levo crianças comigo, é ótimo poder mostrar para elas, reviver a tradição”.

Para ele, mesmo estando em plena região metropolitana, Mairiporã não seria a mesma sem a cultura do cavalo.“Mairiporã é uma cidade em que o cavalo faz parte da cultura, do dia a dia, e, enquanto for possível, estaremos aqui com a comitiva prestigiando” completa.

Por volta das 13h, como já é tradição, houve o desfile pelas principais ruas da região central, chamando atenção de muitos motoristas e curiosos. Um carro de som foi à frente dos quase 800 participantes, segundo estimativa da organização.

Quem também estava na frente era a condutora escolar Nívea Maria Fernandes, 36. Sentada em uma charrete com o marido e o filho, ela levava consigo uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. “É uma alegria participar levando a imagem da santa”, especialmente estando acompanhada do filho de 4 anos. “Apesar de pequeno adora os cavalos”.

Para uma das organizadoras, Filomena Aparecida Costa, 51, o evento dá trabalho, mas vale a pena. “Antigamente não existia algo oficial, então nós pedimos na câmara municipal que se criasse um dia para a cavalgada. Por algum tempo ela não ocorreu, nós nos unimos novamente e há 9 anos ela ocorre com muito sucesso” conta.

Esse ano o evento contou também com ajuda de um veterinário e troféus para os participantes. Filomena, ou Filó, como é conhecida, ressalta: “todos nós procuramos melhorar a cavalgada a cada ano, sempre correndo atrás para não deixar essa cultura se acabar na cidade”.

Humberto Müller, 23, é correspondente de Mairiporã
@lagomuller
lagomuller.mural@gmail.com

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Inspirado em novela, morador cria adesivo ‘I Love Mairiporã’ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2015/08/11/inspirado-em-novela-morador-cria-adesivo-i-love-mairipora/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2015/08/11/inspirado-em-novela-morador-cria-adesivo-i-love-mairipora/#comments Tue, 11 Aug 2015 14:35:56 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=8471 Quem passar distraído pelo centro de Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo, pode até não reparar, mas a cidade está mais colorida. Pelo menos no trânsito. Em tons de amarelo e vermelho, pequenos adesivos estão se espalhando rapidamente pelos veículos dos moradores.

A mensagem é uma só: “I Love Mairiporã” – Eu amo Mairiporã. Incentivado pela novela I Love Paraisópolis, da Rede Globo, Douglas Horácio Honório, 39, dono de uma papelaria no centro comercial do município, teve a ideia de criar e distribuir os adesivos gratuitamente.

“Estava em casa, vi a propaganda na televisão e pensei, caramba”, conta. “Paraisópolis, muitas vezes vista como negativa por ser periferia, está sendo valorizada. Sou um cara da periferia também, só que daqui. Assim como Paraisópolis, queria fazer Mairiporã ser conhecida”, afirma.

A repercussão foi imediata e em pouco tempo os mais de 700 adesivos se esgotaram. “Coloquei [no carro] pois achei uma iniciativa bacana. Acho que as pessoas tem que amar o lugar onde moram. Se a gente ama, a gente cuida mais, tem mais carinho, acredita na cidade”, diz a empresária Rosemarie Bender, 54,  dona de uma chocolateria.

Honório não revela quanto gastou na empreitada e qualquer um pode pegar o adesivo na papelaria. No entanto, o comerciante sempre faz uma pergunta: “Você ama Mairiporã?”. “A pergunta é para criar um debate. Mas não tem nada político, é de coração mesmo”, diz.

Questionado sobre os problemas da cidade Douglas é enfático. “Por aqui falta lazer, investimentos no turismo e sinto falta de mais espaço para os jovens”, critica, mas ressalta. “Vejo Mairiporã como uma terra abençoada. É verdade que está maltratada, mas temos água, ar limpo, esse verde”.

Ele critica a maneira como a mídia mostra a cidade. “Quando acontece algo ruim, dizem logo que é em Mairiporã, mas quando é bom, a mídia diz que é na Serra da Cantareira. A Cantareira faz parte de Mairiporã, penso que esse adesivo dá a oportunidade de mostrar o nome da nossa cidade”, enfatiza.

Com o sucesso dos adesivos, muitos ainda perguntam os motivos, mas Douglas não tem dúvidas em responder. “Assim como tem no exterior os souvenires de “I Love New York” ou Paris, nós temos o nosso. Assim como tem quem ama Paraísópolis ou Nova York, eu amo Mairiporã. E o amor aqui é igual”.

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Humberto Müller, 23, é correspondente de Mairiporã
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