Mural https://mural.blogfolha.uol.com.br Os bastidores do jornalismo nas periferias de SP Mon, 27 Dec 2021 13:12:41 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Manhã de greve tem escolas fechadas em ao menos 14 cidades da Grande SP https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/05/15/manha-de-greve-tem-escolas-fechadas-em-14-cidades-da-grande-sp/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/05/15/manha-de-greve-tem-escolas-fechadas-em-14-cidades-da-grande-sp/#respond Wed, 15 May 2019 16:50:40 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/WhatsApp-Image-2019-05-15-at-12.34.25-320x213.jpeg true https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=16217 A manhã desta quarta-feira (15) teve escolas fechadas, dúvidas dos pais e mobilização de alunos e educadores nas periferias de São Paulo e da região metropolitana.

A paralisação dos professores atingiu ao menos 14 cidades da Grande São Paulo, segundo levantamento da Agência Mural.

Biritiba-Mirim, Carapicuíba, Cotia, Diadema, Embu-Guaçu, Franco da Rocha, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Osasco, São Bernardo do Campo, Vargem Grande Paulista, além da própria capital, tiveram interrupção das aulas. Parte dos moradores irá para a avenida Paulista nesta tarde. 

Na região do Parque Cisper, em Ermelino Matarazzo, a escola João Franzolin Neto teve paralisação de 60% dos professores. Na escola municipal Rosângela Rodrigues Vieira, 90% pararam.

Na Brasilândia, zona norte, a escola Hélio Heber Lino teve aula de apenas dois professores em sala de aula, enquanto na CEI Jardim Dionísio, no Jardim Ângela, zona sul, a unidade funcionou até 11h.

“Minha filha de oito anos, que estuda na escola estadual Jardim Aurora, não teve aula. Me prejudicou no que tinha para fazer hoje e também não vai ter balé no CEU Jambeiro”, disse Kátia Figueiredo Lima, 43, moradora de Guaianases, na zona leste.

Professora da escola estadual Aurélio Campos, em Interlagos, na zona sul, Claudia Maria Luciano, 57, afirma que a redução de recursos no ensino superior afeta também o ensino de base.

“A educação básica depende fundamentalmente das pesquisas que são feitas nas universidades públicas. Tudo o que é feito para a melhoria do conhecimento está dentro das universidades. Indiretamente quem acaba sendo prejudicado com isso é a educação básica”, afirma.

Escola sem aulas em Mairiporã (Humberto Muller/Agência Mural/Folhapress)

“Este é o primeiro momento que os agentes da educação estão se mobilizando contra este governo, que tem um discurso anti-intelectual e anti-conhecimento”, diz o professor Raimundo Justino, de Ermelino Matarazzo, na zona leste.

“Já tivemos muitos governos que trataram a educação com descaso, mas esse a trata como inimiga”, opina o educador.

GRANDE SP

Até a noite desta terça-feira (14) escolas de ao menos oito cidades haviam aderido, mas outros municípios também tiveram paralisações na manhã de hoje.

Em Franco da Rocha, na região norte da Grande São Paulo, ao menos quatro escolas tiveram paralisação completa, caso das municipais José Augusto Moreira – Estância Lago Azul, Arnaldo Guassieri, na Vila Lanfranchi, a Egydio José Porto, no Parque Vitória, e a escola estadual Luiz Alexandre, no Jardim dos Bandeirantes.

A informação passada pela coordenadora é de que 90% dos colégios tiveram suspensão parcial ou total das aulas. Na rede municipal, a prefeitura informou que 18 escolas registram paralisação total; 24 com paralisação parcial; 10 funcionam normalmente. Situação parecida vive a cidade vizinha de Mairiporã.

“Na escola da minha filha foi avisado via agenda e o professor reforçou pelo Whatsapp”, diz o autônoma Giselle Guidoni Carvalho, 33. A filha dela estuda na escola municipal Muffarege Salomão Chamma.

“Todos têm o direito de protestarem e paralisarem suas funções em decorrência de uma reivindicação. Entretanto, não existe uma outra solução, pelo menos nos meios em que pesquisei, que solucione a questão da previdência”, diz Giselle.

A auxiliar de farmácia Keiti Moraes Ferraz, 26, tem um filho que estuda na escola Nicolau Pinto da Silva, colégio que também teve aulas paralisadas. “Não me afetou. Super apoio a manifestação dos professores. Inclusive, queria ir participar”, diz Keiti.

Havia um cartaz colado na porta da escola com a informação sobre o funcionamento nesta quarta.

Em Guarulhos, município de 1,3 milhão de habitantes, a informação é de que 119 escolas municipais tiveram paralisação das aulas. A prefeitura de Guarulhos não confirmou a quantidade.

Manifestantes caminharam até a prefeitura em São Bernardo (Cadu Bazilevsky)

No Alto Tietê, de acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), 23 escolas não têm aulas em Mogi das Cruzes. Segundo a entidade, em Biritiba Mirim as três escolas estaduais da cidade funcionam apenas parcialmente. Em Guararema, das seis escolas estaduais, a Apeoesp estima que a paralisação está em 60%.

Em São Bernardo do Campo, os professores caminharam da praça Santa Filomena até o Paço municipal. Em meio ao protesto, houve também reivindicações sobre a educação local.

A professora Andrea Rocha, 46, da rede municipal, dá aula para o quinto ano do ensino fundamental na Emeb Olegário José Godoy, no bairro Montanhão. Ela critica o modelo implantado no colégio.

“Não é uma escola integral, é de tempo integral. [A prefeitura] pegou a escola e colocou os alunos ali dentro. Só que a escola não tem estrutura para receber essas crianças. Não tem quadra, não tem biblioteca, é um computador para cada três crianças”, diz Andrea.

Da Agência Mural: Paulo Talarico, Priscila Pacheco, Rafael Balago, Aline Venâncio, Humberto Muller, Jariza Rugiano, Jéssica Silva, Leticia Marques, Lucas Veloso, Micaela Santos, Thalita Monte Santo.

 

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Dupla lança clipe sobre a cultura rap em Mogi das Cruzes https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/04/23/dupla-lanca-clipe-sobre-a-cultura-rap-em-mogi-das-cruzes/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/04/23/dupla-lanca-clipe-sobre-a-cultura-rap-em-mogi-das-cruzes/#respond Tue, 23 Apr 2019 14:56:54 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/mural-2-320x213.jpg https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=16077 Jéssica Silva

Com versos sobre a supervalorização dos likes nas redes sociais, o clipe “Mogi é Nóis Que Tá” foi lançado em março e mostra as raízes do rap na região do Alto Tietê, na Grande São Paulo.

Produzido por moradores de Mogi das Cruzes, a letra foi escrita pelos músicos Niw Rapper e Acme S.A.M, em parceria com DJ Kriador, que fez a melodia. O clipe foi gravado em uma barbearia próxima ao centro da cidade.

A ideia de falar sobre o município surgiu do rapper Clayton Gomes, 38, conhecido como Acme S.A.M, que escreve rimas em Mogi desde 1999. Ele queria falar da cidade e sobre o que o rap representa.

Para ele, hoje em dia os artistas buscam aparecer na internet e obter likes (curtidas), sem pensar no papel da música.

“A música é muito mais que like e flow [domínio do ritmo da letra junto às batidas do som]. Quando se pensa somente na fama, se perde a essência de que a música serve para transformar. A gente fez a música para a galera escutar e se alertar”, explica.

“Sou enjoado mesmo
Formado eu sou mesmo
Dizem que sou marrento
Mas talento aqui tá tendo
Aonde essa merda chegou?
Só fala de like e de flow!
Respeito quem ta no topo
Mas a base foi quem me formou

Além disso, a ideia é mostrar como o movimento surgiu no município. “Se a gente for parar pra pensar sobre o que é rap, as pessoas sempre vão estudar os Estados Unidos, e se esquecem da essência, de como começou o rap na própria cidade”, diz Joel Antônio Bonifácio, 26, o Niw Rapper.

“Quando a gente fala ‘Mogi é nóis que tá’, a gente não está se referindo a eu e ao Acme. Mas à cidade. Não precisa só idolatrar quem faz rap em outros lugares, a gente pode fazer o rap também. A gente pode emergir com o rap”.

Acme e Niw participavam da Batalha em Mogi (Jéssica Silva/Agência Mural/Folhapress)

PARCERIA DE DEZ ANOS

Acme e Niw se conheceram em 2009 pela antiga rede social Orkut. Niw tinha acabado de entrar no ensino médio onde começou a fazer rimas e sempre ouvia falar do Acme. “Se você faz rap em Mogi e não conhece o Acme, você não faz rap”, brinca Niw.

Foi então que decidiu procurá-lo na rede social e marcaram de se encontrar em uma Batalha de MCs, realizada até hoje na Arena MC, no centro de Mogi. “Foi ali que a gente pegou mais amizade, conheceu mais gente e várias pessoas começaram a rimar a partir dali”, diz Acme.

“Vim da Arena. Toda sexta-feira tem show, movimento que existe até hoje. Esse monstro aqui do meu lado que criou”, relembra Niw.

A batalha teve início em 2010 e foi a chave para rap crescer no município. De acordo com Acme, as pessoas queriam fazer rimas, porém não tinham um lugar para isso. Foi quando eles começaram a rimar na rua e começaram a aparecer MCs dos bairros afastados do centro como Jundiapeba, Cézar de Souza e Brás Cubas.

“No começo tinha quatro MCs na chave de batalha, e era uma briga para ter oito. Hoje em dia se você vai lá tem 32 fácil”, conta.

Acme não faz mais parte da organização do evento, mas sempre que consegue passa por lá. “A batalha não é minha, não é do Niw, não é nossa. A gente criou, mas é a molecada que vem vindo que tem que dar continuidade, a batalha é movimento.”

VIDA DUPLA

Morador do bairro da Vila Rachel, Acme se divide entre a música e o trabalho com designer e edição, o que possibilitou que ele mesmo editasse o clipe. Ele já realizou alguns trabalhos solos e participou do Grupo Nivel de Cima. Não foi a primeira vez que escreveu sobre Mogi.

“Desde que eu comecei na música, sempre gostei de escrever sobre Mogi, falar que a gente é daqui e que somos do interior mesmo, por que tem gente que não acredita”, diz.

Niw mora no Jardim Ivete e ganha a vida como chapeiro. Esse é o segundo em parceria com Acme.  A dupla contou com amigos para a criação do clipe e agora já pensa em um novo episódio.

“A gente acredita muito nessa união e nesse movimento dessa cultura. É um movimento e uma cultura e aconteceu tudo naturalmente”, diz Niw.  “A gente quer dar continuidade”.

Jéssica Silva é correspondente de Mogi das Cruzes
jessicasilva@agenciamural.org.br

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Periferias não conseguem transporte para ir trabalhar nesta segunda https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/03/11/periferias-nao-conseguem-transporte-para-ir-trabalhar-nesta-segunda/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2019/03/11/periferias-nao-conseguem-transporte-para-ir-trabalhar-nesta-segunda/#respond Mon, 11 Mar 2019 14:16:50 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/WhatsApp-Image-2019-03-11-at-10.06.101-320x213.jpeg https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=15754 As chuvas da noite deste domingo (10) e na madrugada desta segunda-feira (11) complicaram a vida de quem depende do transporte público nesta manhã nas periferias da capital e na Grande São Paulo.

O volume grande do temporal chegou aos principais rios da região como o Tamanduateí, que transbordou e afetou o nível do Rio Tietê.

“Moro em Heliópolis [na zona sul], acordei e fui para a estrada das Lágrimas pegar o ônibus para ir ao trabalho, no Paraíso. Quando cheguei no ponto, vi que estava muito cheio. Lá fui informada de que os coletivos não estavam passando, pois a garagem estava alagada”, conta a analista de comunicação Renata Nascimento, 31.

As regiões mais afetadas por alagamentos foram as cidades de São Bernardo, Santo André, São Caetano do Sul, Mauá, no ABC paulista. Segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), a chuva chegou até 184mm na Vila João Ramalho, em Santo André, quantidade prevista para o mês inteiro.

Rudge Ramos, em São Bernardo do Campo (Aline  Davi/Acervo Pessoal)

Situação parecida ocorreu em São Bernardo do Campo, em que bairros onde não havia enchentes tiveram problemas nesta manhã.

“Muito triste o que está rolando por aqui em São Bernardo. No nosso bairro mesmo, as pessoas perderam tudo. Houve alagamento até o teto dessas casas. Ouvi dizer que houve mortes em deslizamentos na cidade”, diz Aline Davi, 41, moradora de Rudge Ramos. Sete pessoas morreram nesta manhã, uma em São Bernardo, quatro em Ribeirão Pires e duas em São Paulo.

A cidade teve transbordamentos inclusive em bairros com piscinões. Houve pontos de alagamento na Vila São Pedro, na rua Jurubatuba, e no centro.

A circulação de trens da linha 10-turqueza (Brás – Rio Grande da Serra) foi interrompida e não há previsão de normalização. Vários moradores desistiram de ir ao trabalho, impedidos de chegar a capital com o problema.

Foi o caso de Eduardo Batista do Santos, 23, que mora em Mauá e faz estágio de engenharia próximo ao shopping Morumbi. “Não consegui passar da estação Santo André”, conta.  “Toda a parte subterrânea da estação Santo André estava com água, não tinha como trafegar da estação leste para a oeste. Voltei com mesmo ônibus intermunicipal 157. Nessa tentativa, levei duas horas”, diz.

As aulas na Universidade Federal do ABC foram canceladas nos dois campus, em São Bernardo e Santo André.

CAPITAL

Professora de educação infantil, Luciana Carvalho, 32, não conseguiu sair para o trabalho nesta manhã. A rua Dom Bosco, em que mora, amanheceu alagada e permaneceu cheia até às 6h30.

“Impossível sair de casa assim. Quando a água abaixou já era cerca de 10h. Agora já perdi o dia porque trabalho até o 12h30. Eu posso pedir para abonar o dia, mas é uma concessão, a diretora pode dar ou não. Ela não é obrigada”, reclama a professora, que vive na Mooca, zona leste.

“Moro há seis anos aqui e á a primeira vez que vejo a rua assim alagada. Isso nunca tinha acontecido antes. O porteiro disse que à noite foi pior, a água chegou na altura dos capôs dos carros”, completa.

Manhã começou com a rua Dom Bosco alagada, na Mooca, zona leste (Luciana Carvalho/Acervo pessoal)

Ainda na zona leste, a Avenida Aricanduva teve boa parte de sua extensão alagada neste domingo por volta das 22h30. A extensão sentido Cidade Tiradentes teve alagamentos e a via Ragueb Choffi, também sentido Cidade Tiradentes, tinha diversos pontos intransitáveis.

Um deles com água barrenta de um rio que transbordou. Motoristas tiveram de circular na contramão para fugir do problema.

No Expresso Cidade Tiradentes, que liga o Parque Dom Pedro a Vila Prudente, a situação ficou tensa por volta das 22h30. Com a avenida do Estado alagada, o motorista não conseguiu chegar ao ponto final, na avenida Inácio de Anhaia Mello, e precisou manobrar de ré, para desviar do problema. Moradores ficaram seis horas dentro do coletivo e uma pessoa quebrou um vidro para sair do ônibus.

O motorista contornou a situação e tomou uma nova rota em direção ao Terminal São Mateus, quando chegou por volta das 4h.

A assistente fiscal Flávia Lima, 24, mora em Guaianases, na zona leste. Ela conseguiu chegar até a Barra Funda, mas os ônibus não estavam saindo. “Mesmo tendo três opções de lotação, que posso pegar para chegar no serviço, não tinha nenhuma no terminal que estava praticamente vazio. Decidi ir andando, uma caminhada de aproximadamente 25 minutos.”

Rua Bocaíuva, Conjunto Habitacional Castelo Branco, Cohab 5 em Carapicuíba (Ana Beatriz Felicio/Agência Mural/Folhapress)

METRÔ TUCURUVI

Devido as fortes chuvas, os usuários do ônibus municipal linha 105 – Jardim Moreira (Guarulhos) já se preparavam para permanecer mais do que o programado pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), sendo até 60 minutos para à chegada ao destino final, o metrô Tucuruvi, em São Paulo.

“Embarquei no coletivo pontualmente às 6h59 e ao chegar na estação Tucuruvi (Linha 1) às 8h28, 1h30 depois do esperado, dei de cara não só com a estação lotada, mas também com uma estratégia de bloqueio na entrada por medidas de segurança, segundo o anúncio do metrô de São Paulo no Twitter”, relata Jéssica Souza, correspondente de Guarulhos.

Ainda no Twitter, o metrô de São Paulo se manifestou, às 6h04, alegando que: “A linha 1-Azul estava com a circulação dos trens sendo normalizada”.

MAIRIPORÃ

A chuva atrapalhou também regiões que não tiveram uma quantidade tão alta de água. Em Mairiporã, na Grande São Paulo, a chuva veio mais fraca e a cidade não registrou alagamentos ou deslizamentos.

Porém, desde cedo vários ônibus que saíram de Mairiporã ficaram presos no congestionamento na Marginal Tietê, que esteve interditada desde a madrugada.

Veículos das linhas 240, 187 e 566 da EMTU, que saíram antes das 6h, permaneciam parados na via mais de três horas depois com passageiros dentro.

Por conta disso estas linhas deixaram de circular a partir das 7h50, forçando a população a seguir em outros ônibus em direção ao Tucuruvi e Parada Inglesa. Estes coletivos estão saindo lotados e com intervalos maiores.

MOGI DAS CRUZES

No Alto Tietê, o receio é outro. Nas últimas semanas, informações sobre o limite da represa Jundiaí, situada em Mogi das Cruzes, tem levado moradores de vários bairros a se preocuparem. Na madrugada desta segunda-feira (11), a Sabesp e o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), enviaram um comunicado de que a represa encontra-se em estado de alerta.

“Caso permaneçam as chuvas nas próximas hora na Bacia do Jundiaí (o índice pluviométrico das últimas 5 horas atingiu 150mmo) há previsão de em 12 horas atingir a cota máxima e com isso poderá haver vertimento de água excedente represada na barragem Jundiaí”. Vertimento é quando há o escoamento de água excedente para evitar dano estrutural.

A situação pode afetar os bairros mogianos como Jardim Santos Dumont 2º, Jardim Santos Dumont 3º, Jardim Aeroporto 2º, Jardim Aeroporto 1º, Jundiapeba, Oropó, entre outros junto a várzea do Rio.

Além disso, moradores da região rural de Mogi relatam que a quantidade de água afetou as plantações de hortaliças no distrito de Jundiapeba.

Ana Beatriz Felicio, Giacomo Vicenzo, Humberto Muller, Jariza Rugiano, Jéssica Silva, Jéssica Souza, Laiza Lopes, Leonardo Barbeiro, Lucas Landin, Lucas Veloso, Kátia Flora, Karol Coelho e Vagner Vital

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Eleitores de Mogi das Cruzes se dividem sobre votar em candidatos da cidade https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/10/06/eleitores-de-mogi-das-cruzes-se-dividem-sobre-votar-em-candidatos-da-cidade/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/10/06/eleitores-de-mogi-das-cruzes-se-dividem-sobre-votar-em-candidatos-da-cidade/#respond Sat, 06 Oct 2018 21:12:10 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2018/10/Camara-de-Mogi-das-Cruzes-320x213.jpg https://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=14609 Jéssica Silva

Melhorias na saúde, investimento na educação, ampliação do transporte, passe livre e investimento em lazer nas periferias. Estas são as expectativas de eleitores de Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo, com as eleições deste ano.

No entanto, entre os moradores há uma divisão entre votar pelos candidatos do município ou em nomes de outras regiões. A votação é neste domingo (7) e são 309 mil eleitores na cidade.

Ao menos 22 políticos mogianos disputam a eleição de deputado estadual ou federal. É o caso do ex-prefeito de Mogi das Cruzes Marco Bertaiolli (PSD) que tem o apoio do atual prefeito Marcus Melo (PSDB).

O mogiano Luiz Carlos Gondim (PTB) busca a reeleição como deputado estadual enquanto o vice-prefeito Juliano Abe (MDB) também concorre a uma vaga na Assembleia Legislativa. Abe dobra com o pai que foi ex-prefeito, Junge Abe (MDB), candidato a deputado federal.

Na Câmara Municipal, quatro dos 23 vereadores entraram na disputa: Caio Cunha (PV), Claudio Miyake (PSDB), Fernanda Moreno (PV) e Chico Bezerra (PSB).    

O técnico mecânico Caique Augusto, 23, é um dos que se dividiu. Decidiu apostar em um vereador da cidade para estadual e em alguém de fora para federal. “Acompanhei o trabalho de perto. [O candidato] tem propostas relacionadas a várias frentes como maior liberdade econômica, inovação e combate a corrupção”.

O arte educador José Luiz da Silva, 61, decidiu votar em candidatos que não são mogianos, mas que atuam pela cultura na capital e em Guarulhos.

Por outro lado, aponta preocupação com a saúde de Mogi. Ele diz acreditar que falta mais humanização nos serviços da cidade. “Temos muitos equipamentos na região, mas de nada adianta termos equipamentos enormes e bonitos, se não há um quadro de profissionais à  altura para atender a tanta demanda.” conclui.

Embora não lidem diretamente com o tema, os deputados federais e estaduais podem solicitar verbas para atender serviços do tipo junto ao governo estadual e federal.

Isabel Cristina aponta problemas no transporte (Acervo Pessoal)

TRANSPORTE

A estudante Isabel Cristina Alves, 20, quer ver melhorias em relação ao transporte público de Mogi. Para ela o serviço é de qualidade, mas precisa ser ampliado. “O serviço ainda é precário em bairros mais distantes e periféricos, tanto em relação aos horários quanto às linhas oferecidas.”

Ela também diz acreditar que deveria existir um sistema de passe livre, que apesar de ser uma cidade universitária, ainda não existe.

“Ainda não pensei em alguém com alguma proposta concreta para representação da nossa região nem na esfera estadual e principalmente na esfera federal”, afirma a professora  Viviane da Silva Caetano, 41,

A auxiliar administrativo Rayane Barbosa, 23, também não decidiu. “Ainda estou pesquisando, principalmente os candidatos que defendem temas importantes como a mulher, a educação, a saúde pública e  a proteção de animais.”

Professor e poeta, Rafael Puertas de Miranda, afirma esperar que os políticos locais e a prefeitura saibam cobrar políticas públicas voltadas ao desenvolvimento da região do Alto Tietê. Mas está descrente e disse que não votará em nomes da região.

“Se persistirem a inércia e o despreparo de nossos políticos, estaremos em apuros. Votarei em jovens cheios de ímpeto, que admiro e acompanho, porque a classe política precisa ser “oxigenada”.

Candidatos a deputados estaduais de Mogi: Alessandra Monteiro (Rede), Alessandra Shimomoto (PT), Caio Cunha (PV), Claudio Miyake (PSDB),Edson Pereira (PCdoB), José Beraldo (PRP), Juliano Abe (MDB), Luiz Carlos Gondim (PTB), Marcos Damásio (PR), Padre Dimas (PDT), Rodrigo Romão (PCdoB) e Salvador Azambuja (PDT).

Candidatos a deputados federal: Chico Bezerra (PSB), Fernanda Moreno (PV), Junji Abe (MDB), Marco Aurélio Bertaiolli (PSD), Miguel Bombeiro (PROS), Sanclear Cruz (PT) e Silvio Mourão (PDT).

Jéssica Silva é correspondente de Mogi das Cruzes
jessicasilva@agenciamural.org.br

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Mogi das Cruzes faz primeira parada LGBT com show de drag queens https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/04/29/mogi-das-cruzes-faz-primeira-parada-lgbt-com-show-de-drag-queens/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/04/29/mogi-das-cruzes-faz-primeira-parada-lgbt-com-show-de-drag-queens/#respond Sun, 29 Apr 2018 12:30:08 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/WhatsApp-Image-2018-04-15-at-21.47.35-320x213.jpeg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=13187 Jéssica Silva

Neste domingo (29), a cidade de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, realiza a primeira Parada do Orgulho LGBT e entre os eventos principais está a apresentação de drag queens da região, no fechamento do evento.

As performances musicais serão de Sash Knowles e de Kinberly Fly, na Avenida Cívica. As duas venceram o primeiro concurso Drag Queen Mogiana, realizado após uma mobilização de artistas da cidade.

Idealizado por Tiffany Brandão, artista drag há cinco anos, a ideia de realizar o concurso surgiu em uma brincadeira de carnaval em 2014, com a criação do grupo “Arco Ires”, formado por 12 drag queens de Mogi.

O grupo criou o concurso Miss Relicários que acontecia em uma casa de shows na região, até que o local foi fechado.Foi então que Tiffany conheceu o Fórum Mogiano LGBT e a partir daí surgiu  a ideia da criar a competição.

“É muito importante um evento assim nessa cidade, pois a arte drag queen precisa ser conhecida”, afirma. “Além de abrir portas para o trabalho artístico das drag queens, muitas vezes, acaba com o preconceito na nossa sociedade. Lutamos pelos nossos direitos, é um grito de amor, paz e respeito.”

Concurso foi realizado nas últimas semanas (Carolina Damasio/Divulgação)

CONCURSO

O  concurso Drag Queen Mogiana foi realizado no Centro Cultural de Mogi, onde houve apresentações conduzidas pelas mestras de cerimônia Miss Tragô do Acre e Antonieta Salt.

Cada candidata recebeu um número para se apresentar em sequência e cada jurado recebeu uma planilha de avaliação com notas de 5 a 10 para quesitos como postura, desenvoltura na apresentação, maquiagem, performance, figurino e criatividade.

O título de Embaixadora da 1ª Parada do Orgulho LGBT de Mogi das Cruzes ficou para a Drag Sash Knowles seguida por Kinberly Fly com o título de Drag Revelação.

Uma das participantes foi Rebeca Uber, 25, que veio de Guarulhos para a disputa. Ela conta que começou a se vestir de drag durante uma brincadeira no trabalho, em que os homens tinham que se vestir de mulher e as mulheres se vestiam de homens. Foi então que começou a se vestir profissionalmente.

“Aqui a gente está mostrando que drag, transformista, não é bagunça. Cada um tem a sua arte, há dois anos eu nunca pensei em me vestir de mulher, e hoje participar de um concurso é uma grande conquista pra mim”, diz.

O estudante Patrick Kaliel, 17, e sua mãe Patrícia Mariana, 35, foram prestigiar o concurso juntos. Os dois disseram que o evento foi bem organizado, mas que falta conhecimento do público para que essas atividades aconteçam com mais frequência. “O que mais me chamou a atenção foram as apresentações, conheci muita gente de outras cidades e até mesmo pessoas de Mogi que eu não conhecia”, diz Patrick.

“Aqui é um espaço de cultura e deve ter todo o tipo de cultura incluído a LGBT e não há mais cultura LGBT do que uma drag vestida num palco”, afirma Geh Santos, 32, um dos jurados do concurso.

A programação da Parada LGBT de Mogi das Cruzes começa às 10h com shows musicais. As drags vão se apresentar a partir das 17h.

Jéssica Silva é correspondente de Mogi das Cruzes
jessicasilva.mural@gmail.com

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Aumento da passagem de ônibus atinge ao menos 11 cidades na Grande São Paulo https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/01/23/aumento-da-passagem-de-onibus-atingiu-ao-menos-12-cidades-na-grande-sao-paulo/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2018/01/23/aumento-da-passagem-de-onibus-atingiu-ao-menos-12-cidades-na-grande-sao-paulo/#respond Tue, 23 Jan 2018 12:20:47 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/ônibus-osasco-180x108.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=12523 Ao menos 11 das 39 cidades da Grande São Paulo aumentaram as passagens de ônibus municipais neste mês de janeiro. Nelas, vivem ao todo 14.4 milhões de pessoas, que passaram a pagar mais caro para usar o transporte público.

A lista de altas inclui Barueri, Caieiras, Cajamar, Carapicuíba, Franco da Rocha, Itapevi, Osasco e Santana de Parnaíba, que subiram a tarifa para R$ 4,35.

Em Francisco Morato e em Santa Isabel, o valor foi para R$ 4,20. Na capital, a passagem subiu de R$ 3,80 para R$ 4.

Os aumentos na Grande SP se concentraram em duas regiões. Cidades da região oeste, como Osasco (697 mil pessoas), Carapicuíba (396 mil) e Itapevi (229 mil) anunciaram aumento em dias próximos. O mesmo ocorreu na parte norte, com as vizinhas Francisco Morato (171 mil), Franco da Rocha (149 mil) e Caieiras (98 mil).

Osasco tem passagem a R$ 4,35 (Paulo Talarico/Agência Mural/Folhapress)

Entre as 11 cidades que tiveram aumento, seis delas são atendidas pelo grupo NSO, que reúne as viações Caieiras, Urubupungá e Santa Brígida.

Três das prefeituras que subiram a tarifa são governadas por prefeitos do PSDB: São Paulo (João Doria), Barueri (Rubens Furlan) e Santana de Parnaíba (Elvis Cezar).

Já em áreas como o ABCD e na região leste, as prefeituras decidiram manter as tarifas atuais, embora aumentos neste ano não estejam descartados.

Em Mogi das Cruzes, as empresas de ônibus solicitaram reajuste da tarifa de R$ 4,10 para R$ 5,33. Em entrevista coletiva, o prefeito Marcus Melo (PSDB) negou reajuste e disse que manterá o valor atual, mas que alterações poderão ocorrer nos próximos meses.

Há também casos de municípios que tiveram reajustes em meados de 2017, como Cotia, Jandira, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Taboão da Serra.

O número de altas em janeiro foi metade do registrado em 2016, também um ano eleitoral, quando 24 cidades elevaram o valor da passagem. 

E ainda houve reajuste nos ônibus da EMTU que fazem a ligação entre as cidades da Grande SP.  A alta variou de 3,15% a 4,95%, dependendo da região.

Paulo Talarico é correspondente de Osasco
paulotalarico.mural@gmail.com

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CPTM atrasa prazo para arrumar vãos na Luz e coloca degrau de madeira em Mogi https://mural.blogfolha.uol.com.br/2017/10/13/cptm-atrasa-prazo-para-arrumar-vaos-na-luz-e-coloca-degrau-de-madeira-em-mogi/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2017/10/13/cptm-atrasa-prazo-para-arrumar-vaos-na-luz-e-coloca-degrau-de-madeira-em-mogi/#comments Fri, 13 Oct 2017 12:00:59 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2017/10/Foto-5-180x101.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=12038 Com investimento de mais de meio milhão de reais, a CPTM começará a resolver o problema dos enormes vãos entre o trem e a plataforma. A companhia assinou contrato de R$ 539 mil para que uma empresa instale borrachões nas plataformas da estação da Luz.

No entanto, a Luz ainda levará alguns meses para ficar mais segura: a instalação das borrachas, que na prática encurtam o vão, deve ser feita até o fim do ano. O uso delas é comum nas estações do metrô.

A mudança foi anunciada após a Agência Mural revelar, em agosto, que os passageiros precisavam vencer vãos de até 46 cm para entrar e sair do trem, e que quase mil pessoas caíram nesses espaços em 2016. Em média, foram três acidentes por dia.

Na ocasião, Clodoaldo Pelissioni, secretário estadual de Transportes Metropolitanos, disse que apontaria uma solução em 30 dias. Após o dobro do prazo dado por ele, ainda não há mudanças na Luz.

A estatal diz que a demora se deve a “questões administrativas e em atendimento à lei, que rege as contratações feitas por empresas públicas, o cronograma está sendo readequado”. Sobre o novo prazo de realização das obras, a CPTM diz que estão sendo feitas reuniões para criar um plano de trabalho e de interdições.

Enquanto isso, nas plataformas, os passageiros reclamam do tamanho dos vãos. “Esse precipício entre o trem e a plataforma é encontrado mais nas linhas de trem, pois existe menos infraestrutura na CPTM. O ideal seria incluir um suporte fixo entre o trem e a plataforma ou até mesmo um suporte fixo na porta do trem, como existe na linha 4-amarela do metrô”, analisa Joyce Nunes, produtora de conteúdo.

“Os vãos entre trens e plataformas são muito grandes. Comigo nunca aconteceu nada, mas já vi uma amiga caindo. Ela ficou com um hematoma horrível na perna”, conta a vendedora Yara Xavier, 23, moradora de Guaianases, na zona leste.

“Mais complicado que a Luz, está Braz Cubas”, alerta Alan Alves, 46, operador técnico.

Plataforma da estação Braz Cubas, em Mogi das Cruzes (Jéssica Silva/Folhapress)

Na linha 11-coral (Luz-Estudantes), a estação Braz Cubas, em Mogi das Cruzes, está com um degrau de madeira para facilitar o acesso aos trens.

Esse degrau dificulta o acesso de cadeirantes e de idosos. No entanto, antes eles também tinham dificuldade. Pessoas em cadeiras de rodas só conseguiam entrar nos trens se fossem carregadas.

Além do desnível, as plataformas locais tem 19 cm de vão até o trem. Pela linha 11-coral, passam 724 mil pessoas por dia.

A CPTM disse que os degraus de madeira são uma estrutura provisória feita para que a estação toda não precisasse ser interditada durante as obras para elevar o piso e resolver o desnível de vez. Os trabalhos devem terminar em dezembro.

A estatal também promete ter condições de acessibilidade para cadeirantes em todas as estações até 2020.

Karina Oliveira é correspondente da Vila Ayrosa
karinaoliveira.mural@gmail.com

Lucas Veloso é correspondente de Guaianases
lucasveloso.mural@gmail.com

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No aniversário de Mogi, confira cinco dicas de lazer na cidade da Grande SP https://mural.blogfolha.uol.com.br/2017/09/01/no-aniversario-de-mogi-confira-cinco-dicas-de-lazer-na-cidade-da-grande-sp/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2017/09/01/no-aniversario-de-mogi-confira-cinco-dicas-de-lazer-na-cidade-da-grande-sp/#respond Fri, 01 Sep 2017 15:03:28 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2017/09/Foto-2-180x101.jpeg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=11840 Em comemoração aos 457 anos da cidade de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, festejados nesta sexta-feira (1º), o Mural preparou uma lista com lugares singulares da “cidade querida”, como afirma o hino do município.

Tem diversão, arte e cultura para todos os gostos, na cidade que é conhecida como a Terra do Caqui.

BUST A MOVE

O Instituto Bust A Move é um espaço cultural que ensina crianças, jovens e adultos a praticar danças urbanas, discotecagem e teatro. A ideia foi desenvolvida pelo diretor, professor e coreógrafo Cadu Araujo e por alguns alunos mais velhos, que sentiram a necessidade de criar um lugar próprio. Podem se matricular, gratuitamente, pessoas de 6 a 30 anos.

Rua 2, 131, V. Municipal. Mais informações na página do instituto.

PARQUE DAS NEBLINAS

O parque é formado por 6.000 hectares de floresta Tropical e sete trilhas em meio a mata atlântica. O visitante tem duas opções no passeio: trilhas autoguiadas, onde percorre-se toda a área livremente, com uso de um guia de bolso, ou trilhas monitoradas, que são preparadas de acordo com cada grupo. Os valores das visitas variam de acordo com o tipo de passeio escolhido e podem ser feitas às terças, sábados e domingos.

Rod. Professor Francisco Ribeiro Nogueira, s/nº. Visitas devem ser agendadas pelo e-mail parquedasneblinas@ecofuturo.org.br ou pelos tels. (11) 4724-0555/0556.

PLAYGROUND DIVERSÃO E ARTE

É um espaço para todas as idades, com o propósito de unir a cultura do skate, grafite e rap. No local, o visitante tem à disposição mesas de bilhar, fliperama, bar, pista de skate, arte de rua e muito som. A entrada é gratuita, exceto em shows.

R. Basílio Batalha, 180, Centro, tel. (11) 9 6013-7529. Seg. a dom.: 10h às 22h. E-mail: playgroundmogi@hotmail.com

Playground oferece ogos de fliperama (Foto: Jaum/Divulgação)

GALPÃO ARTHUR NETTO

O galpão surgiu diante da indignação de um grupo de artistas e produtores após o assassinato de Arthur José Netto, ator e um dos fundadores da Cia. do Escândalo. O projeto conta com debates em torno de temas como cidadania, violência, aceitação da diversidade e exclusão social.

No local, são realizadas apresentações de teatro, dança, circo, exposições de arte, abertos ao público todos os dias. A maioria das apresentações é gratuita.

R. Fausta Duarte, 23,  centro, tel. 3433-9841.

CASARÃO DA MARIQUINHA

A Associação Casarão da Mariquinha é um espaço dedicado à preservação da memória cultural de Mogi das Cruzes. O nome é uma homenagem a Maria de Souza Mello, a Dona Mariquinha, mãe do proprietário do espaço. O local recebeu recentemente o prêmio Governador Estado de São Paulo.

O Casarão tem 13 salas à disposição do público, onde são realizadas feiras, palestras, encontros musicais, saraus etc. O local pode ser visitado de segunda a domingo.

R. Alfredo Cardoso, 2, Largo Bom Jesus, centro.

Angel Pinheiro e Martina Ceci
Correspondentes de Mogi das Cruzes

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Moradores questionam reformas em protestos nas periferias de São Paulo https://mural.blogfolha.uol.com.br/2017/04/29/moradores-questionam-reformas-em-protestos-nas-periferias-de-sao-paulo/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2017/04/29/moradores-questionam-reformas-em-protestos-nas-periferias-de-sao-paulo/#comments Sat, 29 Apr 2017 11:01:25 +0000 https://mural.blogfolha.uol.com.br/files/2017/04/foto-10-180x101.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=11176 “Nada mais legítimo do que se juntar à nossa classe para protestar. Acho que essa é única arma que a gente tem: povo organizado e povo na rua!” Foi assim que Keli Domingues, 36, responsável por uma casa de atendimento à mulheres vítimas de violência doméstica, reafirmou a sua adesão à greve que ocorreu ontem (28) em diversas cidades do país.

Moradora de Guaianases, na zona leste de São Paulo, ela foi ao largo da Batata protestar contra as reformas trabalhista e da Previdência. “Me juntei a greve de hoje justamente porque eu faço parte desse grupo de trabalhadores ou da classe trabalhadora que será prejudicada com as reformas desse governo ilegítimo e golpista”, defendeu.

Para chegar ao ponto de encontro do ato, na zona oeste, Keli utilizou um ônibus fretado por coletivos da região. A quase 70 km de Guaianases, o professor e terapeuta holístico Paulo Rudo, 32, também contou com o transporte disponibilizado por movimentos sociais para sair do Grajaú, no extremo sul de São Paulo.

Entre as reivindicações do professor, estão as reformas estruturais propostas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB). “Que cobrem as dívidas de quem deve e mudem a aposentadoria dos parlamentares”, sugeriu Paulo.

Na opinião do morador, as alterações das leis de trabalho e a mudança de regras da aposentadoria são medidas para driblar a atual crise do sistema capitalista. “O filho da empregada doméstica não acessava a universidade. Agora ele acessa e faz a faculdade junto com o filho do patrão. Isso é algo muito interessante e curioso na história do Brasil”, diz Paulo, ao sugerir que as reformas podem reduzir direitos conquistados nos últimos anos.

Além da manifestação que reuniu mais de 70 mil pessoas no largo da Batata, a sexta-feira foi marcada por greve e manifestações em diferentes pontos da cidade e da Grande São Paulo.

Estações do Metrô e da CPTM amanheceram em operação parcial, enquanto a circulação de linhas de ônibus foi interrompida. Outras categorias, como professores, trabalhadores da saúde, bancários e comerciários, também aderiram à paralisação.

ZONA LESTE

Na zona leste de São Paulo, logo pela manhã um protesto fechou a Radial Leste. Com a presença de cerca de 100 pessoas na região de Itaquera, o ato terminou com seis manifestantes detidos.

Cinco militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e um professor dirigente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) foram levados ao 65º DP.

Durante o dia, estiveram presentes na delegacia os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP) e Major Olímpio (SD-SP). O padre Paulo Bezerra, pároco da igreja Nossa Senhora do Carmo, em Itaquera, também marcou presença em apoio a liberação dos manifestantes. No entanto, o delegado deve esperar até terça-feira (2) para tratar do caso.

Em São Miguel Paulista, uma concentração saiu da praça do Forró e seguiu pela avenida São Miguel. No mesmo distrito, no entanto, um grupo de jovens da Vila Jacuí, não aderiu aos protestos e aproveitou o dia para capinar um espaço público abaixo do viaduto que dá acesso às suas moradias.

ZONA NORTE

Contra as reformas, a privatização do parque Jaraguá e o fechamento da UBS local, indígenas pediram a demarcação de terras e bloquearam a estrada Turística do Jaraguá, na zona norte de São Paulo. “Hoje eles estão dizendo que a Previdência Social vai ter que aposentar os idosos com quase 70, 80 anos. Não vai dar nem tempo da pessoa receber o seu  dinheiro da aposentadoria” disse a Índia Arapoty, da Aldeia do Jaraguá, em um vídeo gravado pelo coletivo “Nós, mulheres da periferia”.

Com cartazes dizendo “nenhum direito a menos” e “vai ter luta na periferia”, um grupo de moradores de Perus caminhou pela avenida Doutor Silvio de Campos -uma das principais vias do bairro. Durante o protesto, também era possível encontrar faixas com as declarações “queixadas vivem”, fazendo alusão ao antigo movimento de luta dos trabalhadores da Fábrica de Cimento Perus.

ZONA SUL

Os protestos na zona sul começaram cedo em vários bairros. Os terminais Jardim Ângela, Capelinha, Grajaú, Guarapiranga, João Dias, Santo Amaro e Varginha permaneceram por toda manhã sem a circulação de ônibus ou a maior parte do dia com a frota reduzida.

Por volta das 6h da manhã, moradores das ocupações Nova Palestina (Jardim Ângela), Aristocrata e Anchieta (ambas no Grajaú), movimentos sociais, moradores, professores, estudantes e artistas, foram para as ruas e se encontraram no largo do Socorro. Manifestantes também bloquearam a Estrada de Itapecerica, nas proximidades da Estação Capão Redondo do Metrô.

Uma das participantes da manifestação na M’ Boi Mirim, Marilu Santos Cardoso, 40, moradora do Jardim Ângela e professora de história, diz que é testemunha da luta das pessoas que a antecederam e do esforço que tiveram para alcançar os direitos que tem.

“Sendo moradora, professora e educadora, me vi numa situação de que não sair hoje para as ruas, seria um ato de incoerência”, diz. “Foi um dos momentos mais bonitos do dia, ver a periferia se conectando, sem tumulto, com grito de ordem acompanhado por músicos que tocaram o tempo inteiro. Foi um encontro de energia em que a periferia luta em conjunto, com pessoas guerreiras que enfrentam os desafios da vida com alegria”, ressalta.

Por outro lado, também houve nos bairros reclamações por conta da falta de transporte, caso da enfermeira Simone Moraes, 40, moradora de Cidade Ademar.  “Não sou a favor desse tipo de protesto, mesmo sendo um direito. Acredito que somente com trabalho e honestidade obteremos uma cidade e consequentemente um país melhor”, afirmou.

“Hoje não consegui chegar ao meu trabalho para cuidar da saúde de pessoas que dependem de mim, devido a uma paralisação do transporte coletivo em prol de direitos que não sabemos se são coerentes ou não, sem prever as consequências que áreas como a minha teriam”, reclama.

GRANDE SÃO PAULO

As paralisações também tomaram várias cidades da Grande São Paulo. Barueri e Itapevi decretaram ponto facultativo tendo em vista a greve na linha Diamante da CPTM. Pela manhã, municípios como Mauá e São Bernardo estavam sem os trolebus. No centro de Carapicuíba, a estação de trem permaneceu fechada durante todo o dia, mas as empresas Del Rey e ETT Carapicuíba não aderiram à greve.

Também houve protesto pela manhã em Mairiporã. “Eu acredito que as reformas [trabalhista e da Previdência] afetam a todos, mas muito mais quem é da periferia”, disse o professor universitário Raphael Cruz, 33, que durante o dia participou de manifestações em Mairiporã.

“Esse impacto é mais profundo para quem não tem acesso às políticas públicas, com o aumento do índice de desemprego, mais famílias estão em vulnerabilidade”, ressalta.

Em Mogi das Cruzes, manifestantes caminharam pelo centro, na rua Doutor Deodato Wertheimer, e promoveram um ato em frente a prefeitura. “É uma perversidade. Uma das intenções é flexibilizar as regras de contratos temporários e sabemos que serão os jovens e as mulheres as mais afetadas”, afirma a assessora técnica Milena Leão, 29. “Sem pressão popular estamos rendidos”.

Texto: Aline Kátia Melo, Beatriz Sanz, Dalton Assis, Diogo Marcondes, Gustavo Soares, Humberto Müller, Jéssica Moreira, Jessica Silva, Karina Oliveira, Kátia Flora, Laiza Lopes, Lívia Lima, Lucas Landin, Lucas Veloso, Mônica Oliveira, Paulo Talarico , Priscila Gomes, Priscilla Pacheco, Rafael Balago, Tamiris Gomes e Vander Ramos. Edição final: Marina Lopes e Cintia Gomes

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Sem desfiles oficiais, Mogi das Cruzes terá carnaval em casarão histórico https://mural.blogfolha.uol.com.br/2017/02/24/sem-desfiles-oficiais-mogi-das-cruzes-tera-carnaval-em-casarao-historico/ https://mural.blogfolha.uol.com.br/2017/02/24/sem-desfiles-oficiais-mogi-das-cruzes-tera-carnaval-em-casarao-historico/#respond Fri, 24 Feb 2017 16:12:53 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mural.blogfolha.uol.com.br/?p=10760 Sem desfiles das escolas de samba por conta da crise econômica, a cidade de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, terá em um casarão histórico, os principais grupos da cidade. Ao menos sete blocos participaram entre os 24 e 28 de fevereiro da programaçao de carnaval no Casarão da Mariquinha, com direito a oficinas culturais para as crianças.

Na sexta-feira (24), o grupo Suburbaque se apresenta com o Suburbloco abrindo as festividades às 20h em frente ao Casarão e seguindo pelas ruas do centro da cidade. O grupo se apresenta há 9 anos no carnaval de rua em formato de cortejo de maracatu.

“[O casarão] é um lugar que nos acolheu muito bem e que valoriza a cultura popular. Ali é nossa residência. Além dos ensaios já realizamos oficinas de percussão de maracatu no local”, afirma Nandes Castro, membro do Suburbaque.

O grupo lamenta o cancelamento dos desfiles, mas afirma que a situação dará mais força aos blocos de rua.

“É lamentável o cancelamento da maior festa do povo em nossa cidade e de maneira tão desrespeitosa, em cima da hora, depois de já começados os trabalhos. Mais uma vez é tirado de quem menos tem pra servir diversos tipos de interesse. Por consequência isso dará força aos blocos de rua, que com certeza esse ano serão vários”, ressalta Castro.

Bloco carnavalesco Suburbloco em apresentação em Mogi das Cruzes é uma das atrações de hoje (Éder Veiga/Divulgação )

A prefeitura informou que o cancelamento do desfile na Avenida Cívica ocorreu por conta da crise econômica. Cita que em dois dias de eventos, seriam necessários R$ 1,2 milhão em despesas.

“Temos grandes responsabilidades pela frente e, neste difícil momento da economia, precisamos fazer escolhas, para poder manter em funcionamento equipamentos e serviços essenciais de atendimento à população”, disse o prefeito Marcus Melo.

Outra atração prevista para o fim de semana é o Bloco do Baralho do grupo Jabuticaqui no sábado (25) a partir das 19h.

“O “Baralho” era uma brincadeira antiga no carnaval do Maranhão, onde os negros saiam às ruas salpicados de polvilho e fazendo muita folia. Há alguns anos, a tradição chegou em São Paulo e em Mogi o Jabuticaqui adotou a brincadeira”, conta o grupo.

O Bloco Combuca da Judite, Bloco do Gonzagão, Bloco Zuada do Baralho, Bloco da Caneca e Bloco da Mariquinha também são atrações neste fim de semana.

HISTÓRIA

A associação Casarão Mariquinha foi fundada em 2 de dezembro de 2014, num prédio construído no século 19 e que já abrigou alguns pontos comerciais como o Café Murta em 1918, além de um armazém e uma farmácia.

Atualmente o Casarão é um espaço que recebe diversas atrações culturais dedicados à memória e ao patrimônio da cidade de Mogi das Cruzes. O local funciona de maneira colaborativa pelos membros que auxiliam na manutenção. O nome é uma homenagem a professora Maria de Souza Mello, a Dona Mariquinha, mãe do proprietário do Casarão, João Camargo.

“Considerando que neste ano chegamos à participação de sete blocos, esperamos um carnaval com o olhar para a cidade, com respeito à manutenção da manifestação popular e que contribua com a cena cultural e artística de Mogi e região”, afirma o presidente da Associaçaõ, José Luiz da Silva, o Rabicho.

Sexta (24) – 20h: Suburbloco; Sábado (25) 20h: Jabuticaqui com o Bloco do Baralho; 21h Combuca da Judite; Domingo (26) 15h: Brincadeiras de Carnaval (oficinas infantis de adereços e máscaras); 20h: Bloco do Gonzagão no Domingão; Segunda (27) 20h: Bloco Zuada do Baralho; Terça (28) – Bloco da Caneca e Bloco da Mariquinha. Endereço: Rua Alfredo Cardoso, 2, Largo Bom Jesus – Centro, Mogi das Cruzes. Informações: (11) 3374 1844.

Jéssica Silva é correspondente de Mogi das Cruzes
jessicasuellen.mural@gmail.com

SAIBA MAIS:

Mural indica 15 blocos para curtir o Carnaval 2017 na periferia

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